(Aventura Capítulo 1 Finalmente temos um lar) [!ON!]

Muriort acompanha atento, depois, pensa um estante e responde.

— Rankyakus Boros ... Hmm. Então, se quiser mais poder para eliminá-lo precisa ir até as montanhas de Dorione e matar as bruxas restantes ... Não vejo como isso pode ajudar, mas só de saber que tem mais bruxas como aquela já sinto um embrulho no estômago. Levanta as duas mãos e fica alguns segundos olhando fixamente para elas, de repente um sorriso. — Teria um enorme prazer em destruí-las, pode contar comigo João. Então, volta os olhos para Andariel. — E você, o que procura num lugar desses? Não me diga que essas bruxas são suas amigas?

Mantém os olhos fixos em Andariel, fitando minuciosamente cada reação.

Muriort ouvia atentamente as explicações da velha, seu pensamento viaja por terras distantes e esforça-se para entender o conflito no qual Andariel está metida, fica um tanto surpreso com tudo o que ouviu, pensativo quanto aos nomes e elementos citados, como "pirata-morto-vivo", "cajado ancestral", "Deus Golfinho", "Arquilich" ... Após alguns momentos de reflexão responde.

— É uma história e tanto ... Faz silêncio e olha seriamente para João, depois volta a falar com a velha. — Então está fugindo de um arquiliche... Novamente troca olhares com João, não pode esconder sua expressão de descontentamento, e prossegue. — Bom, se vamos andar com você e ter um arquiliche em nossa cola, acredito que temos o direito de saber algumas coisas, afinal, você traz o perigo com você. Sua fala é intimidadora. — Ainda está com esse cajado? Descobriu quais são seus poderes? Ao menos ficou sabendo quais eram as intensões do capitão pirata? Faz outra pausa. — Veja bem minha senhora, poderemos ajudar-lhe nessa missão, mas só o faremos se compartilhar conosco toda a verdade sobre sua história.

Se João tentar dizer alguma coisa, Muriort lhe lançará um olhar intimidador, para que ele mantenha silêncio, pelo menos por enquanto.

Rolarei Intimidação no tópico apropriado.

O rapaz se sente uma criança ao ouvir toda aquela história, e se não fosse pelas experiências trágicas que ele próprio teve em sua vida, e o contato que teve com poderes sombrios e sobrenaturais, não acreditaria na existência de um artefato tão poderoso. No entanto, mesmo com aquilo, a velha não deixava de surpreendê-lo nem um pouco. — Uma senhora e um cajado foi capaz de fazer tudo isso? Indaga ele em pensamento.

— Impressionante! Diz o rapaz, desconcertadamente. Embora algo nele ainda lhe dissesse para ter um pé atras com a velha, ele sabia bem que uma bruxa como a que conheceu em sua infância não perderia tempo contando estórias, aquela senhora merecia um voto de sua confiança. — Bem, me parece que você passou por uma longa jornada antes de vir parar aqui. E é ao menos uma boa notícia saber que a marinha te procura, e no entanto, estamos indo para uma montanha. Faz uma pausa, mas não abandona a seriedade. — Mas vamos lá, esta foi sua história antes de chegar aqui, me diga, o que essas bruxas fizeram a você? Embora eu não ache tão difícil de deduzir. Alem disso, você disse que pesquisou sobre elas, descobriu algo que pode facilitar a nossa caça? E por fim, quais os interesses de Bial nisso tudo? Nesse momento ele olha para João e faz a próxima pergunta ao menino. — Ele por acaso te falou algo respeito disso?

Os olhos de Muriort são brancos, da mesma cor que seus cabelos e sobrancelhas, uma característica muita rara e chamativa. Com suas roupas negras, e modos brutos, e seus brancos olhos moldados em seu olhar severo, lhe dá um aspecto ao mesmo tempo angelical e tenebroso. Quem o olha pela primeira vez sabe de imediato que aqueles olhos brancos já viram terrores inimagináveis.

Após ouvir, o homem tenebroso prossegue:

— Entendo João, essas habilidades de ver o futuro é algo que me assusta um pouco, confesso. Diz ele, embora mantendo o semblante severo. Depois, volta-se para Andariel. — Interessante. Diz ele. — Seus planos para transformar a montanha num lugar civilizado são peculiares. Respira um instante. — Mas me diga, senhora Andariel, estou tentando entender, por que desejava transformar aquele local especificamente? Para que pudesse viver por lá, próximo de sua patrona, em condições dignas? Seu olhar é de curiosidade. — Ainda tem esse interesse, agora que deseja ver as bruxas mortas?

"— Se vamos andar com esta velha, quero entendê-la melhor primeiro." Pensa ele.

Após alguns momentos digerindo, o garoto prossegue agora mais conclusivo.

— Bem, deixe-me dizer a forma como estou vendo isso ... "Uma bruxa, tentando tomar uma montanha infestada de monstros de outras bruxas", e afirmando que deseja "civilizar" os monstros e transmitir os ensinamentos da antiga "dona da montanha". Faz uma pausa e olha para João. — Olha João, eu honestamente não espero que nada de bom possa vir disso, no entanto, nada disso tem a ver com nosso objetivo de derrotar seu inimigo, e, seja qual for o objetivo da velha, se ela pode nos ajudar a vencer aquelas bruxas, acho que não há problema. Além do mais, a pior coisa que pode acontecer, é termos que matar uma bruxa a mais, não é mesmo?. Ele dá um sorrizo, embora sabendo que a piada não teria a menor graça. E conclui indagando — Bom, Andariel, acho que podemos aceitá-la, mas antes vou lhe dizer uma coisa. E nesse ponto cai sobre sua face um olhar frio e maligno, e por um momento ele visualisa em sua mente a bruxa de seu passado. — É melhor não querer saber o que sou capaz de fazer contra aqueles que ferem a minha família! E pouco a pouco, sua face vai voltando ao normal.

Pragmático, e desconfiado, Muriort continua a lidar com a vida de modo implacável, e até mesmo, em certo nível, desrespeitoso.

Ao ver a reação descontente, e o olhar triste que cai sobre os olhos da idosa, passa por seu estômago e pescoço, em direção a cabeça, um leve frio de arrependimento, e pensa "— Será que exagerei?". Porém, seus implacáveis mecanismos de defesa rapidamente suprimem qualquer tipo de sentimentalismo ou compaixão, e sua mente é tomada por um pensamento um tanto insensível "— Hum, o recado tá dado!". Então volta-se para a idosa mais uma vez, desejando concluir o assunto.

— Acho que estamos entendidos, vamos matar umas bruxas e ver o que acontece! Quando partiremos?. Novamente, um sorriso maléfico se instala em sua face.

E espera a resposta enquanto se levanta da mesa e começa a tatear as prateleiras em busca de um bule para fazer um café.

Enquanto prepara o café, Muriort pergunta.

— Você mencionou que elas, as bruxas, te humilharam e te desprezaram. Então você já foi à montanha? Sabe exatamente onde elas se abrigam? Pergunto pois, precisamos de um plano, não me arriscaria a partir para a montanha sem ter nada em mente, já vi uma dessas bruxas em ação, são perigosas, traiçoeiras, vivem na reclusa, pondo em prática seus planos, na maioria das vezes, malignos, servindo criaturas ainda piores do que elas, pelo menos é o meu palpite.. Faz uma pausa para retomar o ar e continua. — Não devemos subestimá-las, são muito inteligentes e sabem conjurar dos piores feitiços e magias.. Então, faz contato visual com Andariel novamente. — Não vou mentir, ao te ver pela primeira vez, pensei o mesmo de você, mas agora que me contou sobre sua vida, estou lhe dando um voto de confiança, velha. Continua com seu tom de desdem. — Mas e então, você já tem um plano? Ou ainda precisamos criar um?.

E permanece parado, esperando tanto o café ficar pronto quanto a resposta da senhora, e o cheiro de café torrado já começa a se espalhar pelo ambiente.

O bule começa a apitar com a pressão da fumaça, e Muriort acompanha o pensamento de seu amigo mais jovem.

— Parece um bom começo João, bem pensado.

O café então fica pronto, e embora com olhar sínico, coloca o bule sobre a mesa, pega três xícaras e oferece uma para Andariel, como um sinal de boa fé, e ao mesmo tempo, esperando a resposta dela sobre o plano de João.