- For... Forças sedutoras?! - Falava um dos homens que antes se levantara de repulsa e que agora parecia mais medroso que um pobre coelho se escondendo em sua toca.
- A maldição é verdadeira! Temos de fugir! - Gritava outro. Um murmúrio começava a se levantar ainda mais forte naquela humilde taberna conforme o medo ia tomando conta.
O taberneiro tentava como podia acalmar os ânimos, mas alguns até começavam a sair da taberna, desesperados por uma rápida fuga dali e da suposta maldição mortal. Enquanto isso, a Madre enfim recebia o aval que tanto desejava, e com seu acordo de rendimentos garantidos, começou a tratar dos ferimentos de Rochar.
Ao analisar e inciar o tratamento da ferida causada pela flecha, notou que desde lá aquela sinistra mancha se mantinha presente, mas diferente da do pescoço, esta vinha criando diversas ramificações que percorriam por todo o corpo do homem, como se fossem ramos e galhos de uma árvore em constante crescimento. A cada toque e ação, um sentimento de aconchego e até prazer eram sentidos pela madre. Se ali realmente houvesse uma maldição, sua força de sedução era enorme.
Garantindo que não sobrasse nem sequer um mísero estilhaço da ponta da flecha, Lenna pedia a alguém algo que contivesse uma grande quantidade de álcool para a possível esterilização do ferimento, e a elfa Lúthriel logo lhe alcançava uma caneca de cerveja, uma atitude que o taberneiro rejeitava, se pondo em frente as duas.
- Isso não serve, tem mais água que outra coisa, aqui, use isso... - Ele então puxava do bolso de sua camisa um frasco pequeno, com um liquido tão transparente que se podia jurar que não houvesse nada lá dentro, e o atirava para Lenna.
- Receita caseira, ainda estou testando, mas pode acreditar que tem o que você precisa. - Ele então acenava para a sacerdotisa da noite e se dirigia aos outros, lhes oferecendo mais cervejas a fins de se acalmarem.
Ao abrir aquele frasco para utiliza-lo na ferida exposta de Rochar, Lenna imediatamente sentia um forte odor alcoólico, digno das mais fortes bebidas que ela já teria experimentado e podia até imaginar que efeito aquilo teria em quem a consumisse. Ela então dizia seu paciente para que a avisasse se estava perdendo a consciência devido as fortes dores que iria sofrer, mas ele apenas a olhava com uma feição de piedade e confusão. Então conforme continuava com seu tratamento, Rochar gritava e urrava de dor, mesmo que os gritos não fossem tão altos, já que não tinha mais tantas forças para tal.
Enquanto isso, Leyka e Lúthriel conversavam sobre tudo aquilo, e a feiticeira parecia agora mais aflita do que antes, quando adentrara a taberna em busca de informações simples sobre um suposto simples contrato com uma boa recompensa. Conforme o tempo passava, o taberneiro despachava todos os clientes, restando apenas os aventureiros e Rochar ali presentes no salão.
- Eu não lhes disse? Aqueles desgraçados nem apareceram, não passam de sujeitinhos mesquinhos, devem é estar dormindo depois de tanto cerveja que tomaram! - Ele se referia, é claro, aos aventureiros do grupo que Lúthriel tentava se aproximar anteriormente, e que quando Rochar surgia ali, tinham prontamente se retirado a seus aposentos alugados no andar superior do local.
A madre enfim terminara seu tratamento, e o homem agora parecia em situação estável, apesar de ter desmaiado na metade do processo. Talvez mais algumas horas e ele estaria pronto para o que quer que ela ou os outros desejassem, mas as manchas estranhas pareciam continuar a percorrer e tomar seu corpo, e a que estava antes no pescoço, agora já avançava alguns centímetros, chegando perto do queixo.
Ao notar a exaustão de Lenna, o taberneiro então lhe trazia uma caneca de água e alguns pedaços de pão e carne.
- Não sei como você fez isso, mas ele aprece estar bem, quem diria que alguém que segue Tenebra seria tão prestativa, tome, é por conta da casa... - Ele então deixava a refeição junto com a água em cima da mesa de Lenna e então dizia a todos:
- Bom, acho que já esta tarde, porque não dormem aqui e amanhã partem para o que quiserem fazer? Deixamos o Rochar aqui descansar...***
Off: Se quiserem, podem descrever que irão esperar até amanhecer, aí eu considero a passagem de tempo.