Ele meneia a cabeça em positivo e lança um olhar cúmplice, era bom ter alguém com quem tinha certeza que podia contar, ele se recosta de forma mais desleixada na pedra, traz ela um pouquinho pra mais perto.
Ele ri quando ela fala de Asia - Sem chance, festas assim me deixam meio… Paranoico. - ela tenta falar aquilo da forma mais suave que pode, mas nem tinha como, a cabeça por um instante volta pro dia do festival com Tuya, era a última festa que havia ido, na rua, exposto, a sensação desconfortável de estar sozinho até estar com ela, era melhor agora com a alcateia, mas a coisa teimava em nunca ir embora. - Amy? - ele ri, gargalha de verdade. - Não… Teve uma vez que a gente caçou junto, Asia tava também, a nossa alcateia toda na época, elas caçando nuas, eu quis imitar, achando que eram um exemplo e talecoisa, eu ficava olhando pra Amy pra não ficar de pau duro com a Asia. - ele ri mais forte ainda da barriga doer, zero pudor - Tem um monte de coisas que eu gosto na Amy, um monte de coisa que eu odeio, mas nunca clicou saca? Mas é engraçado eu continuo caçando pelado até hoje, pelo menos do outro lado, estado de pureza, liberdade, verdade, coisas que eu só fui compreender depois, muito depois. - aquilo trazia algum sentimento alienígena de paz que humano nenhum era capaz de compreender junto de uma sensação de dever cumprido.
- A primeira noite que a gente ficou junto eu banquei tudo, não é como se eu tivesse grana pra fazer muito mais que isso, não é como se eu tivesse tempo pra escolher um presente, mas tá certa, eu devia. - ele sente que de alguma forma havia vacilado com ela, por outro lado eles aproveitavam cada momento que podiam juntos, ele fica calado por mais tempo e tudo que vem dele é saudade, incômodo real de não fazer ideia de onde ela está, ele se balança por dentro jogando aquela sensação de lado, mas não toca mais no assunto.
- Eu não sei Sam, não sei como vai dar certo, mas você tá certa a gente precisa conversar. - ele fica claramente incomodado com o assunto e prefere que a conversa tome outro rumo…
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As palavras de Sam nem de perto são o bastante pra aplacar o desgosto de Connor. - Se é isso ele devia crescer… Coisas mudam, territórios também, um dia você perde, outro você ganha, uma dia toma de volta, não existe porto seguro fora da alcateia e é o único porto seguro que você vai achar, machucar ele aquele dia é atrasar a alcateia, me prejudicar, te prejudicar, foi por isso que ele não saiu carregado de lá aos pedaços, é por isso que eu to ficando longe agora - ele para pensativo, mas ainda bufando de raiva - e por causa das crianças e do Adagmos, não é hora pra isso, mas essa conta vai ser paga. - e com sangue, não era menor do que isso, mas o coração dele se acalma um pouco - Mas ainda tem tempo pra ele se redimir, ele pode passar a bola pra Chloe ou pra Skye pela duração da cruzada, eu não me importo - aquilo parecia aplacar um pouco a fúria e desgosto dele - Ele continuaria sendo o maior na ausência de nós três, mas com mais respeito próprio e pela alcateia. - Ainda assim ele respira fundo e insatisfeito. - Axel parece uma criança birrenta, só mudou uma marca de prata no peito cavada por ele mesmo, talvez eu não devesse ter voltado a correr sob o crivo dele. - o sentimento era real, bem longe de ser da boca pra fora.
A cabeça dele se aninha no pescoço dela, ele respira fundo, a barba sem fazer por uns dias espeta toda pele que toca, ele gosta do cheiro dela, gosta mais do que devia, no momento seguinte ele se deita sobre a pedra trazendo o corpo de Sam junto, mais confortável naquele lugar impossível.
Ele sente todos aqueles sentimentos vindo dela, sentimentos terríveis de se ter, sentimentos que ele já tinha passado, ele não fala nada, so pressiona um pouco mais a cabeça dela contra o peito, a mão passando pelos cabelos fazendo cafuné, ele deixa ela chorar o quanto precisasse, algumas vezes a garganta dele próprio ficava embargada e ele nem mesmo sabia o motivo, não até ela dizer.
Não precisava ser um gênio, ela toda animada pra ir a High Cup Gill, as crianças nascidas prematuras, ela uratha, ele sabia o que acontecia com crianças e o Gauru num mesmo corpo.
- Não, não matou não. - A tristeza dele é imensa, mesmo que não chegasse a uma fração da dela, a convicção no entanto era extraordinária, mesmo que o tom permanecesse fúnebre. - Mas você pode me contar o que matou. - ele sabia que dificilmente ele seria capaz de encostar um dedo no velho, e tinha plena certeza que Sam não seria capaz de encostar um dedo nele próprio, nenhuma primeira mudança mataria um uratha experiente, nem nas piores circunstâncias, mas alguma coisa tinha matado, ele sabia que ele estava morto bem antes de Sam dizer, nenhum uratha na Inglaterra devia ter escapado daquela notícia.
Ele permanece calado sem julgamento ou acusação, ele levanta o rosto dela levemente e enxuga as lágrimas com os dedões, as mãos macias e grandes demais, cada uma cobrindo uma lado inteiro da cabeça de Sam.
| Connor Mcleary
-Essência: 7/11 -Dano: 0/12  |