CAPÍTULO 5
"A águia nunca perde tanto tempo como quando se submete a aprender com o corvo."
William Blake
Asdulfor bateu asas para afastar-se daquele lugar de sangue e morte que o velho meistre sabia ser a arena de justas, mas seus instintos animais lhe mostravam que aquele era um lugar perigoso.
Voar era uma coisa sempre deslumbrante, e mesmo que Asdulfor já tivesse voado inúmeras vezes antes, parecia sempre a primeira vez que ele se elevava aos céus e cruzava as imensidões aéreas, flanando sobre os pequenos reinos dos homens abaixo. Mas eles sabia que se descesse até eles, seria ele então o pequeno ser diante de grandezas humanas incomparáveis, e sua consciência de meistre era capaz de calcular todas as coisas que poderiam lhe sobrevir.
Asdulfor nunca pensara muito sobre seu dom de warg, apenas aceitando-o como algo que lhe viera naturalmente. Ele imaginava que havia outros troca-peles pelo mundo como ele, mas nunca encontrara nenhum, nem se interessara em fazê-lo.
Mas a ameaça de Cornell revelara que havia outros bem próximo deles, wargs dispostos a usar suas habilidades contra a casa Felinight. Seu companheiro Rakashar desaparecera e ele não sabia onde nem como estava. E agora seu sobrinho-neto Esdres quase perecera pelas mãos de seu sobrinho renegado, o desprezível Cornell.
Em poucos minutos, o pássaro-Asdulfor já tinha cruzado os muros de pedra da enorme cidade que ele se lembrava chamar-se Porto Real. Ao pousar sobre um telhado, ele contemplou aquele enorme ninho de humanos feito de pedra e madeira.
Mas foi então que ele sentiu a pedrada.
Crianças humanas tinham-no avistado. Filhotes humanos famintos estavam tentando pegá-lo para comê-lo, e agora já eram várias as pedras lançadas em sua direção.
Era preciso sair dali rápido!
OFF: @Sandinus, faça um teste de Astúcia se quiser escapar das crianças como pássaro, ou faça um teste de Vontade para deixar o corpo dele.