ON Ayaka: A alma de uma flor demoníaca

- Acho que Kurama será o menor dos nossos problemas. Koenma é quem me preocupa. E pelo que sei ele já está sabendo e está tentando resolver esse a situação.

Assim que Aya atravessa o portão, Ren segue a moça, caminhando ao lado dela e olhando para a jovem mulher vez ou outra quando falava.

- Não sou detetive a tanto tempo assim. Ainda não passei por uma situação em que precisasse interrogar alguém... E talvez isso seja algum tipo de treinamento... Acredite, aqueles lá fazem tudo virar um treinamento – A amargura na voz do detetive é perceptível.

Se olhasse para ele, Aya veria que ele olhava para frente sem, no entanto, parecer que prestava atenção ao que via. Parecia perdido em pensamentos enquanto sua expressão demonstrava alguma contrariedade.

Ren balança a cabeça e estende o braço para Aya, oferecendo-o como apoio enquanto caminhavam.

- Me permite? – Ele diz enquanto olha para a jovem – Vamos admitir que nenhum de nós dois tem lá um temperamento muito fácil, mas estamos nessa juntos. Então por que não tentarmos nos dar bem?  - Ele dá um sorriso de canto – Sem contar que sou educado... Ainda. – Aya pode notar que a voz dele se torna mais descontraída.

Se Aya aceitar o braço eles seguem assim até o transporte que os levará ao templo. Caso não aceite, Ren apenas dará de ombros e acenderá mais um cigarro enquanto andam.

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Finalmente eles chegam. Diante deles uma enorme escadaria de estende até o templo.

No topo da escadaria uma jovem de cabelos azuis, flutuando em seu remo, pode ser vista acenando para eles.

- Oizinho! Vocês estão atrasados! Vamos! – Era a voz de Botan

- Essa é a parte que mais gosto de vir aqui – Ren diz com ironia antes de olhar para Aya. – Acha que dá para subir de boas? Se precisar de ajuda posso carregar você ou podemos subir correndo também... – Ele faz uma careta contrariado. – Sei que a oferta parece estranha, mas já subi isso tantas vezes no meu treinamento que já é indiferente pra mim. – Ele dá de ombros.

Ren acena para Botan e dá um meio sorriso para Ayaka.

- Que bom que ao menos alguém acreditou que ele poderia ajudá-la... – Ele comenta com ironia.

Ao ver que Aya recusa a oferta e salta, subindo a longa escadaria, ele esboça uma expressão satisfeita.

- Não esperava menos de você. E sobre ser uma florzinha... Sim, você é! Tão bonita quanto letal. – Ele diz em um tom de voz casual e alto o suficiente para que ela pudesse ouvir, enquanto ele próprio tratava de subir a escadaria correndo.

Apesar de fumante, as semanas de treinamento eram notórias para Ren quando ele consegue ultrapassar Aya na subida e alcança o templo sem esforço.

O detetive olha para trás para observar se a garota estava bem.

- Ayaka, tudo bem aí, ruivinha? Tem certeza de que não precisa de ajuda?

- Caramba gente... Eu as vezes esqueço o quanto essa escadaria é cruel para os novatos – Era a voz de Botan que se aproximava de Ren.

Quando por fim os três se reúnem na frente do templo, Botan pega seu caderninho lendo algumas anotações.

- Como vai Ayaka? Tô dando uma olhadinha aqui... Ih, parece que você deu uma aumentada na lista de débitos com o mundo espiritual, garota... Ai, ai... Pelo menos lembrou de trazer o ovo? Não esqueça de que você precisa estar sempre com ele. – Botan diz balançando o dedo indicador na direção de Aya.

Botan fecha o caderninho e o guarda dentro da manga de seu quimono. Ela sobe em seu remo e flutua próximo ao chão.

- Então, prontos para a missão de hoje? Venham comigo, a serpente tá lá atrás no galpão.

Botan diz enquanto flutuava em direção a parte de trás do templo.

- Vamos, não demorem! Os outros estão em uma missão para o Sr Koenma mas deixaram tudo pronto para vocês poderem levar a serpente até o Makai... Estão esperando por ela. – Botan diz em voz alta enquanto seguia na frente.

Ren para abruptamente e estica uma mão na direção de Aya, tocando no braço da jovem, enquanto olha para ela com uma expressão incrédula.

- Você quer que nós levemos a mulher para onde? – Ren diz com espanto na voz.

OFF:

Ren dá um meio sorriso torto e coça a nuca com uma das mãos, observando o quanto Aya estava ofegante e demorava para recuperar o fôlego após a subida da longa escadaria.

Suspirando alto ele se aproxima mais da jovem ruiva e, sem nenhum aviso prévio, a pega e ergue do chão, as pernas dela sobre um de seus braços enquanto as costas se apoiavam no outro, passando agora a carregá-la em seus braços.

- Aproveita a carona e respira com calma. – Ren diz olhando rapidamente para ela. A expressão em seu rosto tranquila.

- Ai minha nossa! É verdade! Eu esqueço que você ainda não está muito por dentro das coisas que pertencem ao plano espiritual – Botan diz em um tom de voz mais alto para que pudessem ouvir. – Mas não esquenta não, conforme você for se inteirando do trabalho de um detetive logo, logo vai saber de tudinho...

Ren voltava a caminhar, agora carregando Aya, enquanto olhava para Botan.

- Makai é um dos reinos espirituais. Existe o nosso, dos humanos. O Reikai de seres espirituais como a Botan e o Koenma... E o Makai que pertence aos demônios. – Ren explica olhando de relance para Aya para logo voltar a se concentrar no caminho a sua frente.

Eles haviam dado a volta na estrutura principal do templo, chegando a uma grande área descampada que provavelmente era usada para treinamentos abertos. Seguindo mais a frente em seu remo, Botan atravessa a área e entra em uma parte com vegetação, onde árvores altas contornavam o caminho.

- É isso aí que o Ren explicou... E vocês vão levar a serpente para lá. Parece que mesmo para os padrões de Merogi esses demônios estão causando problemas... Então se pudermos levar um deles para lá, talvez ele ajude com informações sobre os “sete” – Botan faz um sinal de aspas com os dedos.

Podiam ver que mais a frente a vegetação se abria revelando um galpão.

Uma mulher de quimono e cabelos levemente esverdeados os aguardava em frente a porta.

- Olá Ren. Que bom vê-lo novamente. Pena que Kazuma não pode estar aqui, ele gostaria de te ver. – A mulher dizia enquanto acenava – Então, quem é a amiga de vocês? – Ela dizia se referindo a Aya.

OFF:

A mulher sorri gentilmente e curva o corpo para frente em uma breve reverência, cumprimentando Ayaka.

- Prazer em conhecê-la, senhorita Ayaka – A mulher diz com simpatia e permanece imóvel enquanto Aya a rodeia.

Ren e Botan se entreolham achando estranho a reação da jovem ruiva e quando ela indaga sobre a relação daquela mulher com Kurama, Ren se limita a erguer uma sobrancelha enquanto Botan leva uma das mãos em frente a boca, contendo um risinho.

- Fehhh, por que eu não me surpreendo? – Ren suspira alto enquanto se aproxima de Aya e toca o braço da jovem – Qual o problema de vocês com o Kurama?

– Não, essa não é uma das pretendentes do Kurama... Ayaka está é Yukina. Ela é a esposa do Kuwabara, mestre deste templo e do Ren. – Foi a vez de Botan explicar para Aya antes de se dirigir a mulher de cabelos esverdeados – Então, tudo pronto para levarmos a serpente?

- Desculpe se não me apresentei antes, senhorita. – Yukina responde a Aya de forma simpática, mantendo as mãos unidas a frente do corpo. – Sim, está sim. Kazuma deixou tudo preparado antes de sair. Ela está dentro do galpão.

A mão de Ren desce pelo braço de Aya e segura o pulso da jovem, puxando-a de leve para que ela o acompanhasse.

- Pena que meu mestre não está aqui. Tenho certeza de que você iria adorar o jeito dele. – Ren se inclina na direção de Aya, sussurrando para que só a moça pudesse ouvir. - Só para você ficar sabendo... Kariane é loira. E muito bonita também. – O detetive dá um meio sorriso torto e segue com Aya para dentro do galpão.

Yukina abre a porta revelando um galpão não muito grande. Algumas caixas estavam empilhadas mais ao fundo e algumas máquinas e aparelhos que deveriam ser utilizados nos treinamentos ocupavam uma das paredes laterais.

Poucas luzes estavam acessas, mas se podia perceber que o local estava limpo. Próximo ao centro do galpão uma mulher de forma serpentina estava amarrada, sentada, a uma estrutura firme. As cordas emitindo um brilho sutil, deixando claro que a mulher era contida pela energia espiritual contida ali.

Kiyohime estava de cabeça baixa, parecia ter os olhos fechados

O grupo avança até que Yukina os detém no exato momento em que a serpente ergue a cabeça, cuspindo em direção a Aya. O cuspe cai aos pés dela e não chega a atingir a jovem, mas eles podem perceber que o líquido borbulha no chão, indicando ser algo venenoso.

- SSSSSSS... Maldita! Ainda irei matar você sssss – Kiyohime sibila com ódio para Aya.

- Ah não! O selo de contenção caiu novamente – Era a voz de Yukina. – Temos que colocá-lo novamente ou então ela passará o tempo todo tentando nos atingir com o veneno. – Eles percebem que havia um selo de contenção espiritual no chão próximo a Kiyohime.

Ren revira os olhos e suspira impaciente quando Ayaka aponta para ele.

Kiyohime sibila e contorce o corpo, tentando se livrar das amarras que a prendiam, mas quanto mais a mulher se debatia mais as cordas emitiam um brilho e se apertavam em volta dela.

- SSSSSS... E por culpa de quem tudo acontesssssceu? – Kiyohime continuava a encarar Aya com ódio – Voccccê tentou enganar nosssssa messstra... Ssssua tola! Como sssse Lady Ema fosssse cair em um truque bessssta dessse.

O detetive se aproxima mais de Aya e passa um de seus braços sobre o ombro da jovem ao mesmo tempo em que ela sente sua bolsa esquentar. Será que o ovo estava reagindo aos seus instintos?

- Tenho certeza de que você ia adorar essa abordagem mais agressiva... Combina com uma florzinha feito você – Ren olha nos olhos da jovem e pisca um dos olhos enquanto sorri de forma irônica – Mas para sua infelicidade, se quisermos obter alguma vantagem, precisamos levar ela viva até o Makai – Ele falava em um tom de voz mais baixo. Será que serpentes tinham boa audição? – Estava pensando... Você não teria uma daquelas plantas com vinhas enormes que poderiam pegar o selo e colocar na testa dela sem que tenhamos que levar uma cusparada na cara?

Botan e Yukina permaneciam quietas observando como os dois detetives resolveriam a situação.

O sangue pinga sobre a folha e obedecendo ao seu comando uma criatura começa a crescer e tomar forma. Um grosso caule se forma, dando uma estável sustentação, ao mesmo tempo que grossos cipós surgem se entrelaçando ao caule e se expandindo se adensando nas extremidades de forma a formar a pseudo membros que permitiram a planta se mover e se esticar como se possuísse “braços”

A criatura se estica, demonstrando ter a mesma altura de Ren, que dá um meio sorriso, satisfeito, enquanto olhava a planta de cima a baixo.

Balançando o tronco como quem se curva levemente em afirmativa, a planta começa a se mover em direção a Kyiohime que sibilava cada vez mais irritada e cuspia, tentando atingir a planta.

Conforme se aproximava mais da mulher serpente, a criatura chegou a ser atingida três vezes pelo veneno que a mulher lançou, mas isso não a deteve e pegando com um de seus ramos o selo de contenção espiritual caído ao chão, conseguiu colar o item novamente a testa de Kyiohime, que mais uma vez não podia lançar seu veneno.

- É isso aí, garota! – Botan expressa em satisfação enquanto dá um soco no ar – Quer dizer... A planta seria uma garota, certo? – Faz uma careta de dúvida.

- Que bom que conseguiram. Acho que agora vocês já podem... - Yukina, que voltava a cruzar as mãos a frente do corpo, não teve tempo de terminar a frase.

Todos eles podem sentir algo passando rápido por eles, ouvindo um zunido ao redor enquanto uma leve brisa balançava seus cabelos, enquanto sons de corte ecoavam pelo galpão quase vazio.

- SSSSSSSSSSSSSSS – Kyiohime sibila alto de dor, o que acaba por chamar a atenção de todos.

Se olhassem para frente veriam que a planta criada por Ayaka possuía alguns cortes que quase tinham arrancado os ramos usados como braços, além de praticamente terem cortado o caule ao meio.

Debilitada a planta acaba por liberar a visão até Kyiohime e algumas pequenas lâminas afiadas feitas de puro gelo podiam ser vistas enfincadas no corpo da serpente que tentava se contorcer de dor.

Um último zunido é ouvido quando uma lâmina maior corta o ar, movendo o cabelo de Botan e Aya ao passar, indo direto até a mulher serpente, a acertando em cheio na testa.

Kyiohime abre a boca e inspira uma vez, arregalando os olhos ao sentir mais da metade da lâmina entrar em sua cabeça, em uma dor rápida que apaga o brilho de seus olhos e o sangue começa a escorrer por sua testa. Estava morta.

Pela porta aberta do galpão os detetives sentem uma sutil brisa fria entrar. Como haviam se mantido mais próximos a entrada como forma de evitar o veneno da mulher serpente, se olhassem para trás veriam que, em um dos galhos mais expostos da árvore mais próxima, uma mulher de pele extremamente branca os observava.

- Ah... Não pode ser... – Ouvem Yukina balbuciar, enquanto levava as mãos a boca em espanto. – Yuki... – Ela diz um nome.

A mulher no alto do galho sorri com escárnio, pareci ter nojo ao olhar para a mulher do mestre daquele templo.

- Como vai... Prima...

Yuki Onna:

Desculpe a demora. Tinha perdido um pouco o ritmo da Aya ^^

Yukina retira a mão da frente da boca e a leva até o peito, onde os dedos apertam o tecido do quimono que usava.

- Yuki... Por quê? Você não pode ter se juntado a esses yokais... – A voz de Yukina era hesitante e ela mantinha o olhar espantado ao olhar para a mulher no alto da árvore que, por sua vez, se mantinha em silêncio enquanto olhava a todos com desdém.

Ren observava a tudo em silêncio. A testa franzida e o punho fechado demonstravam sua irritação com a situação.

- Pelo jeito que aquela ali nos olha e a forma como Yukina falou com ela, acho que sua fúria vai vir a calhar – Ele responde a Aya sem, no entanto, olhar para a jovem. – Eu devia estar tendo um dia muito ruim quando aceitei essa merda de ser detetive. – Ele diz de forma sarcástica e torce a boca contrariado. – Além de perdermos nossa barganha com o Makai, perece que teremos mais confusão... E eu que achava que dessa vez iria terminar o dia sem dor de cabeça e nas costas...

A mulher no alto da árvore observava atentamente a movimentação dos detetives e de Yukina e Botan. Ela faz uma careta de nojo ao dar um meio sorriso e uma nova brisa gélida alcança os demais.

- Eu não devo explicação a você, prima – A voz da mulher era tão sem emoção e fria quanto a ar que a cercava. – Você que é a traidora aqui! Uma Yuki-Onna se unindo a humanos imundos e se aliando aos Reis contra nós, Yokais... – Conforme falava a voz se tornava mais incisiva e pequenos flocos de neve começam a cair – Eu cumpri as ordens do meu mestre, não preciso ficar olhando mais tempo para seres tão deprimentes

Dizendo isso a quantidade de neve que caia aumenta de forma considerável e, com um último oohar de reprovação, a mulher de gelo se vira e pula para galhos próximos se afastando do galpão conforme adentrava a floresta que ficava ao redor do templo.

- Espera! Ela disse mestre? – Eles ouvem a voz de Botan, que falava pela primeira vez desde que tudo acontecera. – Metre... O mestre... Talvez ela esteja aqui a mando de outro dos sete... – Botan olha para o corpo de Kyiohime, ainda amarrado a cadeira. O sangue que escorria da testa caia se acumulando sobre o colo da mulher serpente – Nossos planos para o Makai foram frustrados... Ren, Aya... Precisamos seguir aquela Yokai...

Yukina se mantinha parada olhando na direção por onde a mulher de gelo seguira enquanto Botan agarrava seu remo e subia nele, claramente na intenção de também ir atrás da yokai.

- Fehhhhhh – Ren suspira alto em um resmungo impaciente enquanto ergue uma sobrancelha e olha para Aya, esperando pela reação dela

OFF:

Todos os demais pareciam concentrados na tal Yuki e somente Ren percebe a movimentação de Aya ao fazer surgir um chicote de vinhas em suas mãos.

- Creio que a escolha da sua arma tenha a ver com isso de deixar o Kurama orgulhoso, não? – Ele olha de soslaio para a garota.

Sem tempo para resposta, ao ver a mulher de gelo partir em direção a floresta, Aya prontamente se põe a persegui-la, deixando os demais para trás, e ao fazê-lo consegue perceber que a fazer nevar havia sido uma atitude proposital de Yuki.

Além do frio que poderia ser um incômodo naquele momento, os flocos que caiam dificultavam a visão e os movimentos de Aya que, embora não perdesse Yuki de vista, não conseguia acompanhar a movimentação da mulher com a rapidez esperada.

- Vamos lá, ruivinha! Cadê toda aquela fúria? Vai deixar a boneca de neve escapar, assim... – Ren diz ao finalmente alcançar Ayaka. Ele olha para a jovem e pisca um dos olhos antes de voltar a se concentrar na mulher a frente e acelerar a corrida, deixando Ayaka para trás.

A nevasca provocada por Yuki aumenta e Aya mal consegue divisar os vultos de Ren e Yuki que seguiam mais a frente.

Ela continua correndo até que seu corpo bate em algo e só não vai ao chão porque sente que duas mãos a seguravam, impedindo a queda, ao mesmo tempo que girava o corpo dela como que se desviando de algo.

Ao olhar veria que era Ren que a havia segurado, evitando não só a queda, mas também que ela fosse atingida por algumas penas, tão afiadas quanto lâminas, que agora estavam enfincadas no chão próximo a eles.

Ren olhava para frente, o semblante fechado.

Se Ayaka olhasse na mesma direção do detetive veria Yuki parada ao lado de um Yokai com grandes asas negras. Se tratava de um yokai do tipo tengu.

- Idiotas! Não deveriam ter me seguido. – Eles ouvem a voz de Yuki

Yokai:

OFF:

Ren olha para Ayaka quando a moça se desvencilha dele e dá uns passos na direção dos inimigos, levantando uma das sobrancelhas ao ouvi-la falar.

Ele a observa, já sabendo a forma dela de agir diante de algumas situações, e resolve relaxar e entrar no jogo.

Ren sorri de forma sarcástica ao ouvir a ruiva chamar o tengu de frango e enfia uma das mãos nos bolsos de onde puxa um cigarro, que acende, para logo em seguida voltar a colocar a mão no bolso de forma displicente enquanto dava uma longa tragada no cigarro, soltando a fumaça lentamente.

Yuki e o tengu se entreolham curiosos diante da postura daqueles dois.

A nevasca diminui a ínfimos flocos que caiam do céu, mas o frio permanece.

- Idiotas! Acham mesmo que vamos acreditar no que dizem...

- Quieta Yuki – O tengu interrompe a mulher de gelo que começava a retalhar o que Aya dizia. – Eu quero ouvir o que ela tem a dizer...

- Ootengu? Você não pode estar falando sério...

- Shiii, já disse para ficar quieta. – Ele volta a retrucar, olhando fixamente para os dois detetives a sua frente. – Negociar... O que dois detetives poderiam nos oferecer a ponto de nos fazer ajudá-los? Por que a morte de Lady Ema me beneficiaria?

Ootengu. Parece que finalmente haviam descoberto o nome do novo inimigo e ele parecia estar interessado no que Ayaka dizia. Será que ela conseguiria engana-lo?

OFF:

O tengu ergue uma sobrancelha e sorri com desdém ao ouvir as palavras da jovem.

- O que eu desejo... – Ele olha Ayaka lentamente de cima a baixo antes de fixar o olhar de forma intensa na garota. – Me parece que você já faz ideia do que eu desejo, só não vejo como seres tão fracos e inúteis poderiam colaborar com isso.

Nesse momento a neve para totalmente de cair e os detetives vêem a mulher de gelo se voltar para o outro com uma expressão de estranheza no rosto.

- Espera! Você está falando sério? Você está considerando o que aquelazinha falou? – Yuki parecia incrédula.

Ootengu dá um passo em direção a Aya.

- Apenas quero ouvir o que ela tem em mente. Afinal, parece que ela acha que pode me oferecer coisas que nunca tive naquele grupo. – Ele olha para a Ayaka de forma enigmática enquanto aguardava uma resposta, ignorando a outra yokai

- Se um dos mestres ficar sabendo, nós teremos problemas. – Yuki volta a retrucar. – Você sabe que os traidores são mortos.

Ren por sua vez continuava apenas fumando o seu cigarro e observando a situação. Onde aquilo ia dar ninguém sabia, mas ele não iria se meter, pelo menos não ainda.