Capítulo 1 - Festival dos Horrores - Parte II

Tão imponente é o sol, tão distante e ao mesmo tempo tão perto. Anastasia tentava ao máximo suportar aquele desconforto enquanto viajava com seus colegas e a viajem poderia ser mais amena se ela pudesse simplesmente ser livre para usar as habilidades que o sangeu vampírico lhe concedera.

Uma simples transformação era o suficiente para poder correr como um lobo ou voar como um morcego. Porém tinha receio de como iriam reagir a tal ação, ela se mantinha contida e receosa em usar suas habilidades, porém em algum momento tudo teria que ser revelado, ela só não esperava que fosse tão cedo ou em uma situação complicada.

Animais são os verdadeiros seres livres deste mundo, por mais que haja essa sensação de liberdade estamos presos por algo, seja físico ou imaterial.

Liberdade era uma conquista rara para as pessoas, precisavam viver em sociedade e aqueles que optavam por se manter longe da sociedade em busca de liberdade ou paz tinham que fazer sacrifícios para alcançar tudo isso, Anastasia olhava para Katrina enquanto se perguntava qual o preço que a irmã de Arthur pagaria pela liberdade que tanto busca.

A viagem seguia tranquila pelo resto da manhã e através da tarde, a medida que o sol desaparecia por trás dos montes Anastasia sentia seus olhos arderem menos e sua visão natural voltar aos poucos, permitindo que removesse o capuz e sentisse o vendo do fim de tarde atingir seus cabelos.

Então a noite veio, densa como sempre, incomoda para os demais, mas uma cama confortável para Anastasia. Antes então, pode notar que haviam chegado ao seu destino. Porém sentia algo denso no ar, algo que não a incomodava tanto quanto apareceu incomodar Arthur. Seu olhar mostrava certo desespero e raiva. Ele parecia ver além, algo estava errado ali e suas palavras para ela eram a comprovação disso.

Só teremos certeza ao descobrimos o que ocorreu aqui...

Então ouviu a voz tremula de Katrina, olhou por cima do ombro e percebeu que ela estava parada, olhando em penico para a escuridão. Seu corpo então se encolheu, ela estava com medo. Anastasia olhou novamente para a cidade deserta e não notara nada que pudesse causar aquele pavor. Era um sentimento profundo, um sentimento que talvez fosse mais intrínseco do que se podia ver.

Arthur foi ao socorro da irmã, suas palavras eram encorajadoras, Anastasia sorriu por alguns segundos até lembrar que não tinha mais sua família para ter esses momentos, mas não podia deixar que a angustia lhe tomasse naquele momento critico, precisava se mostrar util e era hora de usar suas habilidades mesmo que com receio.

Fiquem aqui, eu iriei averiguar se é seguro avançarmos.

Anastasia iniciou uma caminhada em direção a cidade, lentamente seu corpo parecia encolher, suas vestes eram absorvidas enquanto seus corpo se moldava a uma forma de roedor, seu corpo encolhia e então não havia mais Anastasia, apenas uma ratazana de pelos negro e se jogou na escuridão, movendo-se com cuidado pela noite e se embrenhando pelas contruções.

OFF escreveu:Mestre Anastasia toma forma de rato e vai agir como batedora nesse momento, ela vai até a cidade averiguar a situação.

FORMA DE RATO:

Mover-se sob aquela forma tão pequena era uma experiência única, na verdade todas as formas que tomava eram experiências únicas. Anastásia não era ela mesma e era ao mesmo tempo, ela se sentia como si mesma porém ao tomar a forma daqueles animais ela se sentia diferente, se sentia como um deles.

Movia-se furtivamente, passando por aberturas e buracos, aquele corpo pequeno era ágil e passaria facilmente por qualquer inimigo que pudesse encontrar, contudo não foi isso que encontrou.

Anastasia se espantava com tamanha destruição, algo passou por aquela cidade trazendo consigo carnificina. Via os corpos das pessoas por todos os lugares, não entendia bem sobre aqueles ferimentos, mas era fácil perceber a crueldade que foi aplicada. Tentava localizar sobrevivente, porém só encontrava mais mortos ou em caso mais extremos, partes de corpos.

Quanta crueldade...

Não queria estar mais ali e precisava retornar para avisar aos demais, ver aquilo tudo tornava as palavras de Irelia algo mais significativo. Para Anastasia a morte já não era algo que a assustava ou lhe traumatizasse, isso já foi feito e nada daquilo lhe afetava tão profundamente, temia apenas pela reação de Arthur pois não sabia o quanto a igreja tinha moldado da sua mente a ponto de não sentir pavor com tudo aquilo.

Anastasia retornou, conseguia ver as luzes enquanto se aproximava, não achava aquela uma boa ideia e acabaria transformando o grupo em um farol para qualquer inimigo que estivesse nos arredores. Ao finalmente chegar próximo a eles retornou a sua forma normal. Fez isso calada, olhava os demais ainda na tentativa de acalmar Katrina, respirou fundo e tocou o ombro de Arthur.

Você precisa ser forte...

Anastasia olhou para os demais e principalmente para Katrina, esperando que ele desafiasse o próprio medo.

Houve um ataque feroz, de todos os tipos possíveis. Os habitantes foram massacrados de forma cruel. É uma visão perturbadora para as mentes frágeis e aconselho se prepararem mentalmente para isso. Felizmente não havia sinal de inimigos, eles podem ter ido embora, infelizmente não consegui localizar nenhum sobrevivente antes de retornar para cá.