Echos of the past - Campanha de Edu

Ele pareceu não se importar com sua nudez, na verdade ele parecia mais interessado nas máquinas ao redor da sala apertado do que com sua nudez.

"Caramba, isso é tão vintage! Essa nave é original ou você fabricou ela sozinha? Relaxa, tem a primeira vez para tudo, você é de onde, de uma daquelas colônias de primitivistas? Eu tenho um colega que foi morar em uma dessas, não durou três dias sem um XP..." "

"Da Terra? Caramba, pendejo, ninguém mais vem da Terra atualmente."

"Que ano você acha que é?... Não, isso não pode estar certo, olha, pendejo, você está muito longe de casa, eu não tenho certeza de que ano que é nesse seu calendário, mas atualmente nós estamos em 9 D.Q.; Eu posso tentar te empurrar na direção certa e deixar o computador programado para uma atracagem automática, se nada der errado você deve conseguir chegar no habitat de alguns amigos meus e eles vão te receber melhor, mas eu realmente preciso seguir em frente, nós vamos interceptar um cometa em coisa de um mês."

Antes de ir embora ele te entrega um pequeno aparelho completamente branco, do tamanho do uma pequena caixa de cigarros.

"Os meus vlogs e mais alguns programas para você se divertir na viagem, com esse seu nanofabricador você não deve ter problemas de suprimentos até lá, qualquer coisa use isso."

Ele te entrega um longo cilindro metálico, algo que parece com um charuto de aço.

"É só apertar contra o pescoço, vai doer um pouco, mas vai induzir um estado de hibernação, qualquer outra duvida eu deixei uma IA simples junto dos vlogs, ela deve te ajudar."

- O que aconteceu com a Terra? Eu estava lendo um livro num shopping quando de repente tudo ficou preto e eu acordei nessa nave. Nem sabia que a humanidade tinha tecnologia pra explorar o espaço assim. A ultima vez que me lembro antes de acordar aqui, nós humanos não tínhamos nem chegado a marte - Responde ele olhando pro homem com pé de macaco.

Assim que recebe o cilindro parecido com um charuto ele olha e coça a cabeça. Novamente volta a observar o visitante.

- Olha eu não sei como eu vi parar aqui. Pelo que eu estou vendo não nem pra estar vivo nesse época. Alguém me tirou da minha época e me mandou pra cá num outro corpo. Como é possível isso?

"Relaxa, isso parece um problema de integração, daqui a pouco suas memórias devem vir voltando aos poucos, todo mundo já teve uma "bad resleeve". Vai com calma, toma bastante água e descansa bastante. Não é melhor eu te dar esses choques agora."

"Você não se lembra de dar resleeve ou de fazer upload antes? Todo mundo faz atualmente, é simples e bem mais prático do que fazer aqueles escaneamentos destrutivos de antigamente. Bom, foi um prazer te conhecer, mas eu preciso seguir em frente, vou acabar perdendo o meu cometa se continuar aqui."

Ele se despede apressadamente e te deixa sozinho de novo na nave.

- Não lembro, alias nem sabia que isso existia. Como é possível transferir a minha mente pra outro corpo?- Logo que José falou o homem saiu da nave dando adeus, e ele já sozinho emendou - Ah... okay sozinho de novo. Tenha uma boa viagem você também.

Bem do jeito que o cara falou e pela epoca que parecia estar. Não havia a menor chance de voltar pro seu corpo original. Estava batido o martelo agora era uma mulher careca. Suspiro e olhou pro cilindro metalico. Fechou o olhos e acionou o estranho objeto.

Você acorda com uma sirene estridente, ainda meio grogue da droga você vê luzes vermelhas piscando no console e uma voz reverberando no rádio.

"Nave não identificada, por favor se identifique e confirme seu vetor de aproximação!" A voz é mecânica, robótica.

Após ter sentido uma dor forte, ele apagou imediatamente. Depois de sair do estado de hibernação acordou com uma voz falando. Inicialmente tomou um susto, mas logo se acalmou se dirigiu pra cabine de controle da nave.

- Olá eu acordei a pouco tempo nessa nave não sei direito aonde estou. Não sei o que é um vetor. Meu nome é José mas eu acordei nesse corpo diferente do meu.

Você ouve um som como o de uma mão se encontrando rapidamente com uma testa.

-Como você não sabe o que é um vetor? Olha, coloca o seu progenitor ou progenitora na linha. Eu estou mandando alguns drones para te escoltarem, não dispare contra eles ou nós vamos retalhar. Não faça mudanças bruscas no seu vetor ou nós vamos retalhar. Não ejete ou libere qualquer tipo de carga ou nós vamos retalhar.

- O vetor da matematica vetorial eu conheço, mas em relação a navegação no espaço sideral eu não tenho a menor ideia. Você por acaso acabou de fazer um facepalm? Eu não tenho armas e muito menos sei mexer nessa nave. Não faria nada - Responde ele no radio.

-Du uh, você não está no espaço sideral, você nem mesmo passou pela nuvem Oort ainda! Você tem duas mil toneladas se aproximando de mim a 1,2G, se você decidir se arremessar contra o habitat vai causar um belo dano estrutural! Então fique paradinho enquanto nossos drones te desaceleram e te colocam em um vetor de aproximação que não vai nos custar milhões de ciclos para reparar.

Ela parece estressada, você ainda ouve murmúrios dela conversando com outra pessoa e então a nave toda treme violentamente enquanto os drones mudam levemente sua trajetória e a gravidade dentro da nave vai desaparecendo aos poucos até que novamente você está em gravidade zero, um último tranco indica que você se acoplou ao habitat.

A porta se abre automaticamente e você é recebido com uma brisa morna e os sons de vozes vindos do outro lado, pessoas conversando em diversos idiomas, alguns que você nem mesmo consegue reconhecer.

Você pode sair da nave a qualquer momento, após um curto corredor você vai chegar a construção principal do habitat, um gigantesco cilindro que parece ser feito de algum tipo de plástico com cerca de meio quilometro de extensão e cem metros de altura, uma suave gravidade de 0,7G te mantêm levemente grudado ao chão, com um pouco de esforço você consegue se locomover entre as estruturas, apesar de ouvir alguns risinhos dos habitantes locais.

E que habitantes você pensa, enquanto uma boa parte parecem humanos de descendência europeia, africana ou asiática, quase todos tem tatuagens, cabelos multicoloridos e você não consegue ver nenhuma pessoa idosa ou aleijado. Mas então você começa a notar grandes pássaros voando de um lado para o outro com grande facilidade, seres mecânicos com corpos completamente mecânicos que andam entre os humanos normais sem chamar a atenção e outros seres ainda mais estranhos, criaturas que você tem certeza que só podem ser alienígenas! Talvez eles saibam algo sobre a sua abdução...

Você acaba parando no que parece ser uma grande praça arborizada, as arvores lhe são familiar, te fazem lembrar de casa e das tardes que você passava no parque próximo ao seu apartamento. Você nota um grupo de pessoas praticando o que parece ser ioga e até mesmo algumas que parecem estar voando em grandes pipas, uma mulher parece brincar de frisbee com um cachorro que mais parece um lobo do tamanho de um pônei e um par de corvos de aproximadamente um metro de comprimento parecem estar conversando em uma estranha língua.

- Okay calma, eu entendi. Ficarei parado - Responde José

Não demorou muito para que a sua nave fizesse um tranco. Ele volta a flutuar novamente no ar. Tinha tirado a gravidade a nave. A porta abre e sente um leve vento. Na verdade tinha um pouco de frio pois ainda estava pelado, melhor dizendo, pelada. Não ia sair andando em meio aquela gente sem roupas.

Estava totalmente sem graça, mesmo saiu da nave. Foi andando conbrindo as suas partes intimas. Olhava pra todos os lados. Ficou mais nervoso e com medo quando seres que pareciam alienigenas. Havia maquinas, melhor, dizendo robô andando de um lado pro outro. Em que ano estavam mesmo no futuro? Aquele homem estranho tinha dito ano 3 depois de alguma coisa. Na praça ele suspira e pensa será que ninguem teria roupas pra lhe dar não?

Estranhamente praticamente ninguém parece se incomodar com sua nudez, eles simplesmente continuam com suas rotinas como se nada estivesse acontecendo.

A mulher que estava brincando com o cachorro se aproxima.

-Nossa, você é uma daquelas primitivistas totais? Que legal, eu sempre adorei essas filosofias de você, mas eu nunca tive coragem de me dedicar assim, sabe eu não consigo passar um dia sem a minha cornucópia! Mas o que você está fazendo aqui, nosso habitat não é muito primitivo.

Ele olha em busca de um lugar pra se sentar, vê um banco, mas muda de ideia. Não ia sentar pelado num banco de uma praça pra pegar uma infecção nas suas partes intimas. Nesse meio tempo veio uma mulher falar com José:

- Não, não sou primitivista - Diz ele balançando as mãos em negativa - To mais pra não pertenço a esse lugar mesmo. Eu fui abduzido/abduzida (nem mais qual é o meu sexo agora, antes era homem agora to num corpo de mulher) a julgar pela tecnologia que vocês tem as uns 200 ou 300 anos atrás e acordei agora. Não sei o que aconteceu comigo e nem nada do que aconteceu com o mundo. Alias você teria algumas roupas pra me emprestar? Não quero ficar andando pelada/pelado. Ah! sei lá, não tem jeito mesmo, a partir de agora é tudo no feminino mesmo.

Ele acaba soltando uma metralhadora de palavras, sendo as ultimas frases mais um pensamento alto que algo pra mulher ouvir.

Ela te ouve, concordando levemente com a cabeça quando pode.

"Claro, por que você não vem para o meu quarto, eu tenho algumas roupas que eu posso te dar, todo mundo já sofreu uma ressaca assim." Ela se abaixa e murmura algo para o cachorro que você não consegue ouvir e depois volta a falar com você. "Vem me seguindo, eu estou morando aqui perto."

Ela se move com facilidade na baixa gravidade, você consegue seguir ela, mas aos trancos e tropeços. O quarto dela é um lugar extremamente apertado em um prédio cheio de cabines iguais, ela tem uma cama pequena e um pequeno armário de onde ela tira uma calça vermelha velha e uma camisa branca.

"Essas devem te servir bem, qualquer coisa vai lá nas Cornucópias que você consegue algo novo. Mas então, como você está achando o futuro? Aliás, pode me chamar de Xen, qual o seu nome?"

Quando a mulher fala pra acompanhar até o quarto dela, José fica um pouco vermelho. Ele sabia que não era nesse sentido, mas assim a sensação vinha. Pensando nisso vieram as memorias da sua namorada e familia. Nenhum deles estava ali, todos tinha sumido. Em resumo tinha perdido tudo o que tinha e estava sozinho no universo. Sentiu-se bastante deprimido ao pensar assim, na verdade vinha vontade de se matar o mais rápido possivel, a tristeza era muito grande.

Não reparou muito no quarto da mulher quando entrou, só se preocupava com finalmente ter a suas roupas. Assim que a mulher as deu, ele vestiu mais rápido possível e se aliviado finalmente por não ter mais a suas partes intimas expostas.

- Bem o que eu to achando do futuro? Por enquanto triste e deprimente. Meu planeta está distante de mim e pelo que parece inabitado, segundo todos aqueles que eu amava morreram e não existem mais, o proprio "mundo" que eu vivia não existe mais. Minha vontade de cabo da minha propria vida não é pequena, mas por enquanto eu to me aguentado. Tenho que no entanto arranjar uma companhia, em todos sentidos possiveis (amoroso, sexual, amizade) ou temo que inevitavelmente morrei por desgosto.

-Todos nós já passamos por isso, eu perdi quase toda minha família na Fall também, acabei cometendo suicídio duas vezes antes de aceitar ajuda. Nós temos grupos de apoio aqui no habitat, a cada dez dias nós no reunimos, se quiser vir é mais do que bem vinda. Foi lá que eu conheci meu primário, você viu ele no parque mais cedo.

-Você já se cadastrou na rede do habitat? Eu posso te mandar alguns informativos sobre o grupo, eles tem esse livro fantástico do doutor Fausto, me ajudou muito quando eu estava precisando.

José sentia cada vez mais a sensação de aperto no peito. Olhando aquele habitat, aquelas pessoas todas, cada vez mais foi se lembrando da sua casa, dos seus pais, da suas namorada. A sensação de solidão aumentou e ele se sentiu como que se num buraco escuro sozinho.

Demorou alguns segundos pra perceber que a mulher tinha falado. Quando ouviu não acreditou, como era possivel? Ela se suicidou 2 vezes e ainda tava ali? Como? Era melhor não perguntar, devia ser falta de educação.

- Seu primário? É uma especie de namorado ou marido? Na verdade não reparei nele na praça não. Era quem? Vou visitar esse grupo sim e aceito sim os informativos sobre o grupo, aonde ele fica mesmo? E como me cadastro na rede do habitat? - Fez um monte de perguntas José

"Marido? Nossa, parece a minha bisavó falando." Ela ri um pouco. "Por aqui a gente incentiva o poliamor, existem vários textos informativos na mesh local. Basicamente o meu primário quer dizer que ele tem poder de veto sobre com quem eu saio e eu tenho o mesmo poder com ele, nem todo mundo é assim, tem muitas pessoas por aqui que não seguem esse modelo, mas eu sou uma garota tradicionalista. Você viu sim, eu estava jogando frisbee com ele! Ah, claro, ele estava testando o morph lupus dele, ele é um designer de morphs."

"Bom, morphs são corpos. O corpo que você está usando por exemplo é um morph Fury, modelo padrão baseado na linhagem F-H45, eles foram construídos por nações europeias durante a segunda guerra fria. Os primeiros modelos eram machos (você sabe como são soldados e sua obsessão com pênis), mas eles deram horrivelmente errado, a combinação dos hormônios masculinos naturais com os hormônios sintéticos de combate acabaram tornando eles extremamente raivosos e instáveis. A partir da segunda geração eles começaram a criar apenas fêmeas, os Russos ainda tentaram castração, mas no final as fêmeas tiveram um desempenho bem melhor. Isso é claro foi antes dos Chineses começarem a usar aquelas abominações biomecânicas deles."

"Você ainda não ligou seus implantes básicos? Não é difícil, apenas pense em ligar. No começo você pode ter algum problema para operar, mas eu te garanto, depois de um tempo você não vai saber como viveu sem."

(Se você quiser tentar ligar os implantes continue lendo, caso contrário, ignore)

Você precisa de algumas tentativas para finalmente conseguir ativar seus implantes, você se concentra na idéias de "ligar", até que finalmente uma série de números e letras surge na periferia da sua visão, em alguns instantes eles desaparecem e você nota que agora as paredes do quarto dela estão cobertas de estranhas obras de arte que se movem continuamente, um céu estrelado em que cada estrela é um peixe e cada peixe nada em um ambiente de 4 dimensões.

Musa iniciada...
Ativando Firewall...
Ativando antispam...
Ativando Filtros de percepção...
Ativando Redes Sociais...
Conectando ao Mesh local...

Situação: Normal
Reputação: Normal

Você tem (4) novas mensagens!

- Bem tecnicamente eu sou mais velho que a sua bisavó hahahaha. Você tá conversando com uma pessoa que provavelmente uns 300 ano ou 400 anos de vida. Só uma praticamente um elfo do futuro hahahaha - José ri - Poliamor já existia na minha época só não era muito bem visto. A gente costumava de chamar de swing. Existiam algumas casas noturnas aonde casais praticavam isso. Eu particularmente não era muito fã disso não.

José para de falar por um momento quando a mulher explica sobre o que são morphs. Como as pessoas brincavam assim trocando de corpo toda hora? O corpo era aquilo o que você era, a sua identidade.

- Nossa, isso é meio viagem pra mim. Vocês ficam trocando de corpo assim toda hora? Mesmo esse corpo não sendo o meu original, já to começando a aceita-lo e não penso em troca-lo, pois penso que ele é a minha identidade parte do que eu sou. Bem, vou tentar ativar essa sistema ai que você falou.

Após se concentrar tentando ativar os seus implantes, finalmente conseguiu liga-los. Ele olhou pra parede do quarto da mulher e viu peixes se movendo. Sacudiu a cabeça e piscou os olhos varias vezes pra ver se era coisa da sua imaginação, mas as imagens continuaram lá. Era uma doidera só na sua visão. Tinha tambem inscrições na sua visão periférica. Parecia que ele tava se conectando com a rede local e tinha 4 mensagens. Como se abria essas mensagens? Tentou abri-las pra ver sobre o que eram.

Ela levanta uma sobrancelha quando você fala a sua idade, você percebe que ela ainda não parece acreditar em você. "Se você quer ver elfos de verdade, tem um habitat não muito longe que roda roleplay hardcore, eles criaram todo um mundo medieval com magos, elfos e tudo mais."

Quando você fala em swing ela imediatamente te interrompe. "Não, nada disso! Swing é um fetiche! Poliamor não é nada disso, olha dá uma lida no manifesto do habitat quando você puder, eles explicam isso bem melhor do que eu."

"Mudar de morph leva algumas horas e se adaptar ao seu novo corpo pode levar vários dias, por isso a gente evita ficar trocando com frequência, tem um habitat perto de Plutão em que todos os habitantes trocam de morph pelo menos uma vez por dia, mas eles são casos extremos. O seu morph pode viver confortavelmente até os 120 anos, se você quiser pode prolongar isso ainda mais com certos tratamentos especiais, mas isso era antes... A gente vive em tempos perigosos. Eu não posso reforçar isso o bastante, tenha um backup do seu ego sempre atualizado e não hesite em descartar o seu morph para salvar o seu ego. Seu corpo é hardware, hardware é fácil de substituir."

"Meu primário gosta de experimentar com morphs exóticos, mas nós dois trabalhamos com o design de morphs. Honestamente, eu sempre tive uma atração por sintéticos, não se deixe levar pela propaganda marciana, um corpo robótico tem muitas vantagens sobre corpos orgânicos e com os novos modelos de simulação sensorial você consegue fazer coisas incríveis!"

Apenas pensar em abrir seus emails traz ele para o centro da sua visão, você repara que sempre que você distrai sua atenção deles, eles se tornam completamente invisíveis.

O primeiro email são instruções para o uso da sua musa, exemplos de comando e especificações, uma detalhada explicação sobre como ela é uma avançada IA capaz de se adaptar a sua rotina.

O segundo email vem assinado pelo administrador central do habitat, ele te da boa vindas e indica links onde você pode conseguir mais informações, além disso vem anexado o manifesto do habitat, detalhando os principais memes deles: Poliamor, anarquismo e a destruição de sistemas de DRM.

O terceiro email vem assinado pela administradora das docas, ela detalha os pequenos reparos feitos em sua nave e o reabastecimento que será completado em algumas horas.

O quarto email são as informações do grupo de ajuda, horário e local dos encontros além de uma pequena ficha de inscrição em que eles pedem seu nome e possíveis gatilhos.

Olhando para ela, agora você repara que existe uma pequena tag flutuando ao lado dela:

Xen
Morph designer
Level 27 em Hell Riders
"If you ain't bleedin, you ain't playing"

- Criaram um mundo medieval? Okay não tento fazer mais nenhuma citação a qualquer especie de fantasia. Entendi o lance dos morphs, ainda sim não consigo ver o meu corpo como um "morph" e morrer faz parte da vida também. Cento e vinte anos de vida tá ótimo pra mim não preciso de mais tempo que isso, muito menos ter a minha consciência salva e posta em outro corpo também - Responde José antes de olhar o seu software.

Foi uma sensação pra de esquisita ver aquelas letras todas aparecerem na sua visão. A maioria não eram mensagens de muita importância. Tinha uma da administradora das docas, ele lembro dela, era mulher que tinha feito facepalm quando disse que não sabia o que era vetor. Quando ia parar de olhar o seu software interno, viu a tag da mulher que ele falava ali.

- Xen, level 27 em hell riders? Bem a proposito, a administradora das docas como ela é? Ela tá disponivel, digo aceitaria sair comigo ou conversar? Tem alguma mulher que esteja aberta a uma relacionamento romântico aqui? Eu vou nesse grupo de ajuda ai, mas preciso sabe aonde ele é aqui e que horas acontece.

Ele coça a cabeça sem graça.

- Acho que to falando demais.

Ainda se sentia muito depressivo a sensação piorara ainda mais quando ouviu a mulher explicar as coisas sobre como era na atualidade. Queria que aquilo tudo fosse um pesadelo e ele acordasse. Podia fechar os olhos e acordar novamente no quarto, com a sua namorada ligando pra saber porquê ele ainda estava dormindo. Sua mãe fazendo a comida na cozinha e o seu pai assistindo futebol no quarto. Infelizmente isso não era possível acontecer, teria que continuar vivendo naquele lugar deprimente.

- Sabe o que eu quero? Eu quero a minha casa e o meu tempo de volta. Já cansei desse futuro cinza - Disse ele se sentando no chão e abraçando as próprias pernas.