Grupo 1 - Delvar/Shmul e Toshiharu/Gaijin

Delvar fecha seus olhos por um momento, fazendo uso de seus instintos ancestrais para descobrir em qual direção deveriam seguir. Ele então toma a dianteira, liderando o grupo através de corredores e salões, sempre acompanhados pelo fétido odor da agua escura que saia pelas canaletas. A atmosfera labiríntica do local era opressiva, causando uma sensação de confinamento que era estranha para todos, exceto para o anão.
- Mal vejo a hora de sair daqui, tio! Alias, que historia é esta de namorada, hein, barrilzinho? – reclama Elisie.

Vojta, por sua vez, da um tapa dolorido em Toshiharu.
- Elisie não saber o que é namorada? Namorada fazer coisas com namorado que Elisie não ter idade para saber, que nem Lady Shimazu com o Toshiharu, snort, snort!

Sybel, que olhava para os lados a procura de algo suspeito, pede por silencio. Ela leva a mão em forma de concha ate sua orelha levemente pontuda, e permanece estática por alguns instantes. Então tem um sobressalto, se vira para todos e diz:
- Alguem esta pedindo por socorro!

Toshiharu olha sério para o orc e pensa que talvez devesse lhe dar um corte de cabelo novo com sua katana, mas devia refrear seu impulsos e apenas olha o orc com olhar de canto e diz entre os dentes.

- Lady Shimazu e eu não temos nenhum envolvimento somos de esferas diferentes...

- POR SOCORRO? De qual direção, Sybel? Você tem uma audição excelente, pois não escuto absolutamente nada - Delvar apertava o cabo do machado pronto para um possível combate e faz sua costumeira oração - Fenrir, guia meus passos! (Conjura Orientação)

Sybel aponta a direção para Delvar, através de um arco localizado numa das laterais da parede do esgoto. Um novo grito, desta vez mais alto, se faz ouvir por todos, um grito agudo e feminino.

Todos se preparam e num acordo silencioso se lançam através da estreita passagem. Eles correm em fila indiana, percorrendo com passos rápidos metros de um chão cheio de limo e insetos. Finalmente o corredor se abre em um grande salão, cortado por canais de agua mal-cheirosa, uma espécie de local de confluência de diversos esgotos, alguns deles caindo em maneira de cascata.

Na região central esta a dona dos gritos, uma nekojin, mulher de cabelos loiros claros e pele castanho escura, com rabo e orelhas de gato negros.



Ela esta assustada, caída, tentando se arrastar com sua perna ferida para longe de uma monstruosidade. Tratava-se de uma aberração de 3 patas, grande e massivo como um hipopótamo, com uma boca enorme cheia de dentes. Tres tentáculos balançavam conforme ele avançava, dois deles apresentando espinhos farpados, enquanto o outro tinha 3 olhos com pupilas negras.



Tainsa saca sua besta e mira na criatura.
- Um Otyugh! Eis um bom motivo para não ficar vagando no meio desta sujeira... Não costumam atacar gente, somente quando estão com fome... E pelo visto este esta com fome!

- Por Fenrir, que criatura feia! Conseguiríamos apenas afastar ela? - Delvar dizia as palavras enquanto corria (deslocamento 6m, hahahaha) para se interpor entre a Nekojin e o Otyugh.

Lançou-se em combate sem medo e atacou a criatura enquanto emitia fortes grunhidos afim de afasta-la - Vá embora, monstrengo! Não lhe queremos mal.

Toshiharu ergue uma sobrancelha ao ver seu colega tentar dialogar com a criatura. - Hmm acho que esse bicho não compreende nenhum idioma, Delvar. Diz enquanto saca a espada e ataca o bicho também.

Off: Ordem de ação – Vojta, Nekojin, Tainsa, Toshiharu, Elisie, Sybel, Delvar, Otyugh

A chegada dos aventureiros é rapidamente notada pela nekojin, que abre um grande sorriso de alivio e grita, “Rrrrr, graças a Mitz, que bom que chegou ajuda! Socorroooo!”

O meio-orc Vojta ganha a frente de todos, e numa poderosa investida salta sobre a criatura, acertando contra seu dorso seu pesado machado... Apenas para notar que o mesmo havia provocado um pequeno corte em seu duríssimo couro. O mesmo ocorre com a seta disparada por Tainsa, a katana de Toshiharu, a espada de Elisie e o machado de Delvar. Qualquer tentativa de comunicação era ignorada completamente pelo Otyugh, confirmando as palavras de Toshiharu.

Sybel balança a cabeça, preocupada. “Droga, não tenho magias contra este monstrengo...”, comenta. Seu dardo místico lança-se contra o flanco do Otyugh (3 de dano), que grunhe incomodado. Ao se ver de repente atacado por tantos inimigos, a aberração reage de maneira aleatória, lançando seus tentáculos a esmo, sem atingir a ninguém.

Elisie, prestando atenção a movimentação do Otyugh, diz em voz alta para todos:
- O couro deste monstro é muito duro! Temos que fazer algo para melhorar nossas chances para acerta-lo!

Delvar que se interpunha entre a Nekojin e o monstro aproveita a falta de atenção da criatura e procura recuar junto com mulher-felina - Talvez precisamos que Fenrir abençoe a todos neste combate. Que você sintam o calor a forja de Fenrir em vossos corações e deixem que ela guie suas ações! (Conjura Benção. Pega todos num raio de 15m, +1 pra atacar e resistir à medo. 2 mín de duração)

Off:

Off: Ordem de ação – Vojta, Tainsa, Toshiharu, Elisie, Sybel, Delvar, Nekojin, Otyugh

O meio-orc cospe nas mãos, fixa seu olhar em um ponto especifico do Otyugh, da um grito e com toda sua força golpeia num arco, a lamina do machado fatiando o monstro como se fosse uma melancia (14 de dano, 17 acumulado), fazendo-o urrar de dor. Toshiharu ve a sua chance, observando uma região que parecia ser mais vulnerável, e enterra sua katana naquele ponto (9 de dano, 26 acumulado).

Elisie aproveita a distração do monstro e se afasta, dando uma grande volta com o intuito de flanquea-lo. Sybel, seguindo a orientação do oriental, tenta jogar um frasco de óleo sobre a criatura, mas sua mira não é das melhores e erra.

Enquanto isto Delvar se afasta do monstro, sendo atingido por um dos tentáculos (2 de dano), que o aperta (1 de dano, 3 acumulado), mas ao final consegue se desvencilhar. Ele alcança a nekojin e oferece seu apoio a ela. A garota geme de dor, agarrando-se a custo no pescoço do anão, que percebe que a perna dela estava em um ângulo errado. Clamando pela benção de Fenrir, a ajuda divina pedida por Delvar vem na forma de fagulhas, como se um enorme martelo tivesse batido em uma lamina numa forja, abençoando-os com a coragem do ferreiro.

Mas o monstro ainda não havia sido derrotado. Voltando seu tentáculo com olhos para Vojta, primeiro o ataca num giro, atingindo-o em cheio nas costas (5 de dano). A dor é tão grande que o imobiliza, tornando-se alvo fácil para o segundo tentáculo, que acerta seu peito e pescoço, manchando sua armadura com seu próprio sangue (critico, 11 de dano, 16 acumulado). Estando preso nos dois tentáculos, o Otyugh decide sentir o gosto de sua presa, mordendo-o com gosto (3 de dano, 19 acumulado). Finalmente, com um forte aperto no pescoço, a aberração retira o ultimo sopro de vida do meio-orc, que vai ao chão sem vida.

- Vojta! - Delvar pôde ver de longe a seriedade dos ferimentos no Meio Orc e vai o mais rápido que consegue na direção dele. Quando percebe que não há mais vida no aliado, ele berra e, se possível, investe na criatura (caso não seja, apenas anda e ataca) - Naaaaaão! Maldito!

Toshiharu não disse nada, mas lamentava a queda do colega e embora não pudesse fazer mais nada por ele faria o máximo para derrotar o monstro e faz um novo ataque contra o mesmo.

Off: Ordem de ação – Tainsa, Toshiharu, Elisie, Sybel, Delvar, Nekojin, Otyugh

A queda de Vojta causa choque e consternação a todos os presentes. Tainsa grita, puxa sua espada pequena e avança para o ataque, junto com Elisie, porém nenhum dos combatentes consegue ter sucesso em abater o monstro. O Otyugh volta sua atenção para Tainsa, que com grande agilidade se esquiva dos ataques.

Toshiharu então foca sua concentração, determinado em vingar seu companheiro caído. Ao perceber uma brecha, o samurai avança e num arco perfura o grosso couro da aberração, fazendo jorrar um sangue vil. Sybel aproveita a deixa e enfia sua mão na ferida do monstro, conjurando um jato de fogo que queima suas entranhas. O Otyugh solta um bramido gorgolejante e cai sobre uma de suas patas, sua bocarra inerte e sem vida.

Porém não é tempo de comemorações. Tainsa e Sybel correm para ficar ao lado de Vojta, os dois sacudindo o meio-orc para de alguma maneira acorda-lo. Com o corpo destroçado, Vojta geme um pouco, abre um pouco um dos olhos e diz, baixinho, num sussurro:
- Quando elfa maluca perguntou quem Vojta serve, Vojta mentiu. Vojta não serve quem paga Vojta... Vojta não serve ninguém... Vojta só quer ficar junto com amigos... Não chorar, foi boa luta... E partir com amigos do lado, tudo que Vojta mais quer...

Vojta então permanece imóvel, restando a Tainsa somente fechar seus olhos e abraça-lo.

O samurai não podia demonstrar, mas teve orgulho do orc nesse momento, pois o mesmo partiu como um verdadeiro guerreiro sem nada temer e feliz apenas por poder ter feito o que queria fazer sem nada em troca pedir.

- Ele foi um bom sujeito, mas não quer dizer que seja o fim afinal num mundo de misticismo e magia que vivemos os milagres que presenciamos ou iremos presenciar a volta para a vida é possível embora tenhas custos. - Diz sabendo claramente que isso não iria mudar o que houve, mas para é claro mostrar que nem todo o fim é definitivo afinal talvez seja possível trazer o orc de volta.

Com a medonha criatura abatida e algumas marcas dos tentáculos, Delvar se ajoelha ao lado de Vojta, próximo a Tainsa e com muita tristeza faz uma extrema-unção para que a alma do Meio-Orc percorresse caminhos de luz até o local de seu descanso eterno (ou não?) - Foi um bravo aventureiro, destemido combatente, leal amigo. Que Fenrir, com a luz de sua forja, guie sua alma até os braços de Mitz. Vá em paz, companheiro.

Após a reza ele volta a atenção para a Nekojin com um olhar indagatório, aguardando boas explicações para a presença dela naquele local imundo onde acabara de perder um amigo.

O triste fim de Vojta tocou fundo nos heróis, cada qual sentindo sua perda a sua própria maneira. Toshiharu tenta consolar os amigos de Vojta, dizendo que a morte não era algo definitivo. A halfling Sybel, que estava soluçando, leva algum tempo para se recuperar, e diz:
- Verdade, Toshiharu... Ainda podemos traze-lo de volta... Pode levar anos, mas a esperança ainda existe... Ele foi um amigo e tanto, varias vezes nos tirou de enrascadas com sua coragem... Só que desta vez, ele não conseguiu...

Delvar faz os últimos ritos de passagem para a outra vida no meio-orc, em uma reza acompanhada por todos os outros, inclusive a nekojin que havia sido salva. Com um grande esforço devido a perna quebrada ela se aproximou, fazendo questão de expressar seu agradecimento em nome de seu salvador.

Ao final, Tainsa aponta um dedo acusador para a nekojin.
- É bom que você esteja agradecida, pois um bom homem tombou hoje por causa de uma desconhecida! Agora siga seu caminho, que ainda temos que encontrar um bom lugar para enterra-lo!

Delvar volta seu olhar para a garota, que ao perceber o olhar de todos levanta as mãos como se com isto pudesse se defender das acusações. Com lagrimas nos olhos, ela diz:
- Me desculpem, me desculpem! Eu não queria que o amigo de vocês morresse, e se possível eu teria ajudado na luta, mas a minha perna quebrou quando cai pelo bueiro!

Ela mostra a perna, que estava num ângulo errado. Ela faz uma careta de dor, e continua:
- Não vou conseguir sair daqui sem a ajuda de vocês, mas tudo bem, se quiserem me deixar aqui! Não importa, serei eternamente grata de qualquer maneira, eu nunca iria me salvar daquele Otyugh... Vocês são meus heróis, e prometo que algum dia vou recompensar o que fizeram por mim!

Elisie olha friamente para a nekojin, e então se volta para o grupo. Com as mãos apoiadas sobre sua espada, diz:
- Já que ela disse que tudo bem deixar ela aqui, vamos então seguir nosso caminho. Só acho que devemos deixar Vojta em algum local por aqui mesmo, pois se sairmos com ele morto pelo bueiro, se alguém ver vai começar a fazer perguntas.

- Pois eu irei lhe curar, senhorita, e em troca peço o seguinte: Que resgate o corpo de nosso amigo aqui do esgoto e proporcione um funeral adequado. Se o resto do grupo não se importar, gostaria que o levasse na igreja de Fenrir. Diga que lhe enviei e que arcarei com os custos do enterro caso perguntem.

O anão então se aproxima da Nekojin a fim de socorre-la. Colocou a perna no lugar e conjurou uma magia de cura para calcificar a fratura (Conjura Curar Ferimentos Mínimos ou Leves, caso o Mínimos não seja suficiente para colar o osso). - Infelizmente meus poderes de cura estão aquém dos ferimentos sofridos pelo nosso amigo Vojta.

Delvar faz uma proposta para a nekojin, que concorda com os termos e firma o acordo. O clérigo então subitamente põe a perna no lugar, fazendo com que a garota solte um grito de dor que ecoa pelas paredes do esgoto. A magia de cura feita em seguida faz com que lentamente a dor se va, os hematomas e as escoriações desaparecendo com o poder da cura divina.

A nekojin se levanta, testa a perna e verifica satisfeita que a mesma estava perfeitamente curada. Ela sorri e agradece a Toshiharu e a Delvar.
- Rrrr, muito obrigada, oriental, por se preocupar comigo, e a voce, anão, por ter me curado. Saibam que eu, Pavarti, cumprirei com minha parte do acordo, custe o que custar. Somente peço que me ajudem a carregar o corpo ate alguma saída do esgoto que leve a alguma ruela escondida... Se as pessoas me virem com o corpo morto do amigo de vocês, vão começar a fazer perguntas...

Depois de algumas tentativas, eles acham uma saída para um local afastado de olhares curiosos, um deposito localizado próximo da saída leste de União, que ficava a pouca distancia da colina assinalada como ponto de encontro pela elfa Loene.

Pavarti cobre o cadáver de Vojta com um cobertor encontrado no local, e diz:
- Rrrr, vou fazer o combinado, fiquem tranquilos. E se algum dia voltarmos a nos encontrar, gostaria de oferecer minha espada aos seus serviços, Toshiharu e Delvar. Sinto que são pessoas boas, e um grupo assim de aventureiros é muito difícil de se encontrar hoje em dia. Boa sorte!

Elisie, que estava um pouco distante, olha pela janela do deposito.
- Pois bem, voltando ao que interessa, demos sorte de encontrarmos um bueiro aqui dentro do deposito. Só que se tentarmos sairmos pela janela, vamos atrair a atenção dos vigias, que vão pensar que somos algum tipo de ladrão. Ah, e a porta principal esta trancada do lado de fora. Alias, não sei nem como a gatinha ai ta planejando sair daqui sem ser notada...

A nekojin mostra a língua para Elisie e faz uma careta.
- Rrrr, tenho meus métodos minha cara...

Sybel, que estava acompanhando a conversa, comenta em tom professoral:
- Membros da raça nekojin tem a capacidade magica de se alterar na forma de um gato domestico tantas vezes quanto queiram. Seus itens e roupas desaparecem durante a transformação, voltando apenas ao retornar para sua forma bípede. Caracteristicas marcantes, como cor da pelagem, cicatrizes ou outros tipos de marcas permanecem em ambas as formas. Estudo e admiro muito sua raça, Pavarti!

Pavarti olha furiosa para a halfling, apontando seu dedo em riste.
- Rrrr, maldita halfling, desse jeito voce acaba com todo o glamour e mistério da minha raça!