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Samantha Doiley
- Bastet
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- Mensagem nº221
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº222
Re: Samantha Doiley
Sam: Isso chega a ser assustador.
"Eu já vi mais. Mas é verdade. Temos um monte deles." Ele parece pensar um instante. "Nami é ótima com eles, parece impossível. Jun e Edrick tem uma irmã, sabia? Nasceu junto com eles. Lyn. Uma gracinha." Como se ela fosse uma menininha.
Sam: Deve ter sido engraçado
"Foi, mas ela chorou. Depois quando ninguém apareceu ela ficou bem quietinha um tempão. Colada com fita. Mesmo assim ninguém apareceu e aí ela começou a se soltar sem ajuda. Demorou muito. Mas foi divertido de assistir." Ele ri sozinho como se pudesse ver.
Sam: Ele tá por aqui? A viagem foi muito longa pra acordar pregada em algum lugar...
"De certa forma." Sem elaborar. "Ninguém vai pregar peças em você, mas podem ter esquecido algo por aí. "
Sam: Se concentrar no que ele sentia naquele momento, retribuindo o abraço de forma meio desajeitada.
Ele sente o alívio de Sam e também orgulho. Ela sabe que não é um espinho. Ele respira fundo o cheiro dela e a aconchega com se a quisesse bem perto. "É só um abraço." Ele fala devagar. Calmo. "Minha mãe me abraçava muito." Com os braços de forma protetora em volta dela. "Você vai conseguir. As coisas quebram mesmo. A gente quebra. Vai encontrar peças novas e se não encontram vai fazer." Os braços escorregam devagar até ele conseguir olhar para ela. "Você é bem vinda. Seus filhos também. Todas as crianças da alcateia são. Todos os anos." Ele deixa ela ir com um afago no ombro.
--
Sam: conselho?
"Se for correr, corre mais rápido que o vento." Ela diz de cima do ombro.
Sam: - No marido?
"Yukito era muito feroz e rigido antes dela." Como se fosse explicação. "Não que eu tenha conhecido assim." Claramente constrangido.
Sam: Qual é a sua casa?
"É aquela lá." Ela aponta para a parede atrás de Sam. "Não da pra ver daqui." Ela diz rindo como se tivesse ganho uma partida difícil de um rival.
Connor que era muito menor que Connor leva a menina para fora. "Não foi nada. Disseram que você é ok." Sem olhar para trás.
--
O banho era especialmente revigorante. Ela já se sentia mais energetica que quando tinha chegado ali. Procurar as pessoas desconhecidas era difícil. As que ela conhecia também. Ver e ouvir alguém era diferente de sentir a conexão profunda de alcateia. A que ela sentia com todos aqueles. As vezes parecia uma teia de aranha. As vezes uma constelação. As vezes ela sentia os pensamentos como sussurros distantes que ela nunca conseguia ouvir de verdade. As vezes eram como batidas na madeira. Que batiam sem parar. Batiam de novo.
"Samantha! Você tá viva? To entrando!" A voz falava alto em um inglês bom e claro. Os passos faziam barulho na madeira. "Eu trouxe uma capa de chuva para você." O plastico fazia um barulho alto batendo no chão. "Tem um bentô pra você comer no carro. Vamos vamos, a Hope fica irritada com atrasos." Ele liga a televisão em um canal de noticias e espera.
Era Junior. Luvas. Jaqueta. Calça reforçada. Uma mochila compacta. Água escorrendo do cabelo. Nenhum traço japones no rosto, fazia ele parecer um impostor com roupas locais e em uma paisagem tão exotica para ela. Japão de filme barato com um infiltrado inglês.
"Eu já vi mais. Mas é verdade. Temos um monte deles." Ele parece pensar um instante. "Nami é ótima com eles, parece impossível. Jun e Edrick tem uma irmã, sabia? Nasceu junto com eles. Lyn. Uma gracinha." Como se ela fosse uma menininha.
Sam: Deve ter sido engraçado
"Foi, mas ela chorou. Depois quando ninguém apareceu ela ficou bem quietinha um tempão. Colada com fita. Mesmo assim ninguém apareceu e aí ela começou a se soltar sem ajuda. Demorou muito. Mas foi divertido de assistir." Ele ri sozinho como se pudesse ver.
Sam: Ele tá por aqui? A viagem foi muito longa pra acordar pregada em algum lugar...
"De certa forma." Sem elaborar. "Ninguém vai pregar peças em você, mas podem ter esquecido algo por aí. "
Sam: Se concentrar no que ele sentia naquele momento, retribuindo o abraço de forma meio desajeitada.
Ele sente o alívio de Sam e também orgulho. Ela sabe que não é um espinho. Ele respira fundo o cheiro dela e a aconchega com se a quisesse bem perto. "É só um abraço." Ele fala devagar. Calmo. "Minha mãe me abraçava muito." Com os braços de forma protetora em volta dela. "Você vai conseguir. As coisas quebram mesmo. A gente quebra. Vai encontrar peças novas e se não encontram vai fazer." Os braços escorregam devagar até ele conseguir olhar para ela. "Você é bem vinda. Seus filhos também. Todas as crianças da alcateia são. Todos os anos." Ele deixa ela ir com um afago no ombro.
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Sam: conselho?
"Se for correr, corre mais rápido que o vento." Ela diz de cima do ombro.
Sam: - No marido?
"Yukito era muito feroz e rigido antes dela." Como se fosse explicação. "Não que eu tenha conhecido assim." Claramente constrangido.
Sam: Qual é a sua casa?
"É aquela lá." Ela aponta para a parede atrás de Sam. "Não da pra ver daqui." Ela diz rindo como se tivesse ganho uma partida difícil de um rival.
Connor que era muito menor que Connor leva a menina para fora. "Não foi nada. Disseram que você é ok." Sem olhar para trás.
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O banho era especialmente revigorante. Ela já se sentia mais energetica que quando tinha chegado ali. Procurar as pessoas desconhecidas era difícil. As que ela conhecia também. Ver e ouvir alguém era diferente de sentir a conexão profunda de alcateia. A que ela sentia com todos aqueles. As vezes parecia uma teia de aranha. As vezes uma constelação. As vezes ela sentia os pensamentos como sussurros distantes que ela nunca conseguia ouvir de verdade. As vezes eram como batidas na madeira. Que batiam sem parar. Batiam de novo.
"Samantha! Você tá viva? To entrando!" A voz falava alto em um inglês bom e claro. Os passos faziam barulho na madeira. "Eu trouxe uma capa de chuva para você." O plastico fazia um barulho alto batendo no chão. "Tem um bentô pra você comer no carro. Vamos vamos, a Hope fica irritada com atrasos." Ele liga a televisão em um canal de noticias e espera.
Era Junior. Luvas. Jaqueta. Calça reforçada. Uma mochila compacta. Água escorrendo do cabelo. Nenhum traço japones no rosto, fazia ele parecer um impostor com roupas locais e em uma paisagem tão exotica para ela. Japão de filme barato com um infiltrado inglês.
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- Mensagem nº223
Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº224
Re: Samantha Doiley
Sam: Lyn que devia a receber no aniversário. Eu me lembro.
"É." Ele responde rápido. "Era tarde demais quando chegou a hora. Nami queria esconder ela dos lunos." Então ele ri alto. "Ela tá viva, sabe?" Ele ri de novo. "Ela só não precisava mais quando chegou o aniversário. Minha família tem mudanças muito precoces sem nenhuma razão aparente." Ele dá de ombros.
Sam: Vocês ficaram só olhando? Mesmo quando ela chorou? Isso é... Isso é cruel.
"É uma palavra para isso. Ela sempre foi pequena e o mundo vai fazer, fez, muito pior com ela. Você vai ter de decidir fazer os seus sofrerem também. Mesmo sendo possível impedir." Ele parecia ter pensando naquilo antes. "Ela era destemida e impulsiva demais. Precisava aprender que os irmãos eram preciosos. Ela sabia quando botou os pezinhos no chão." Ele fala olhando pro nada um instante com uma cara boba. "Mas aí ela também tinha certeza que era uma escapista profissional e queria ir trabalhar no circo. Crianças são... Complexas." Com o rosto feliz voltado para Sam.
Sam: Obrigada, isso significa muito pra mim
"Para mim também." Com alguma solenidade. "Se cuida e a gente se fala amanhã."
--
Sam: Combinado?
"Combinado!" Ela diz apertando o dedinhos de Sam com a mão inteira. Um sorriso enorme, radiante e satisfeito, no rosto.
--
Sam: Pra o quê estamos atrasados mesmo?
"Para tudo." Ele diz com humor. Mas pressa também.
Sam: Tá nevando?
Ele faz que não com a cabeça. "Mas pode ficar mais frio ainda." Ele testa o ar e não faz a famigerada fumacinha, isso o desaponta.
Sam: Vou passar frio?
"Tem lições para se aprender no frio." Eternamente o professor. Mas parecia satisfeito com as roupas de Sam e foi logo para fora da casa. A moto em frente tinha dois capacetes, dos quais ele joga um para Sam. Quando ele prende o dele na cabeça finalmente se mescla por completo a paisagem.
A moto era preta e tinha alguns adesivos e luzes neon. Rabiscos de pauzinhos que podiam dizer qualquer coisa corriam em uma lateral. "Primeiro a gente vai para a oficina. Sabe dirigir?"
Ele se senta e espera Sam. Assim que ela se senta o professor infantil de kendo acelera. "Tá me ouvindo?" A voz soa dentro do capacetes. "Eu sei que tá." Tinha uma satisfação clara na voz dele. "posso te emprestar uma dessas enquanto tiver por aqui. Vai ficar muito tempo?"
Poucas curvas e os dois já estão negociando espaço com carros e motocicletas e bicicletas e pessoas. Basicamente com qualquer coisa móvel. Exceto os drones que se travavam sua própria guerra por espaço lá em cima.
"É." Ele responde rápido. "Era tarde demais quando chegou a hora. Nami queria esconder ela dos lunos." Então ele ri alto. "Ela tá viva, sabe?" Ele ri de novo. "Ela só não precisava mais quando chegou o aniversário. Minha família tem mudanças muito precoces sem nenhuma razão aparente." Ele dá de ombros.
Sam: Vocês ficaram só olhando? Mesmo quando ela chorou? Isso é... Isso é cruel.
"É uma palavra para isso. Ela sempre foi pequena e o mundo vai fazer, fez, muito pior com ela. Você vai ter de decidir fazer os seus sofrerem também. Mesmo sendo possível impedir." Ele parecia ter pensando naquilo antes. "Ela era destemida e impulsiva demais. Precisava aprender que os irmãos eram preciosos. Ela sabia quando botou os pezinhos no chão." Ele fala olhando pro nada um instante com uma cara boba. "Mas aí ela também tinha certeza que era uma escapista profissional e queria ir trabalhar no circo. Crianças são... Complexas." Com o rosto feliz voltado para Sam.
Sam: Obrigada, isso significa muito pra mim
"Para mim também." Com alguma solenidade. "Se cuida e a gente se fala amanhã."
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Sam: Combinado?
"Combinado!" Ela diz apertando o dedinhos de Sam com a mão inteira. Um sorriso enorme, radiante e satisfeito, no rosto.
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Sam: Pra o quê estamos atrasados mesmo?
"Para tudo." Ele diz com humor. Mas pressa também.
Sam: Tá nevando?
Ele faz que não com a cabeça. "Mas pode ficar mais frio ainda." Ele testa o ar e não faz a famigerada fumacinha, isso o desaponta.
Sam: Vou passar frio?
"Tem lições para se aprender no frio." Eternamente o professor. Mas parecia satisfeito com as roupas de Sam e foi logo para fora da casa. A moto em frente tinha dois capacetes, dos quais ele joga um para Sam. Quando ele prende o dele na cabeça finalmente se mescla por completo a paisagem.
A moto era preta e tinha alguns adesivos e luzes neon. Rabiscos de pauzinhos que podiam dizer qualquer coisa corriam em uma lateral. "Primeiro a gente vai para a oficina. Sabe dirigir?"
Ele se senta e espera Sam. Assim que ela se senta o professor infantil de kendo acelera. "Tá me ouvindo?" A voz soa dentro do capacetes. "Eu sei que tá." Tinha uma satisfação clara na voz dele. "posso te emprestar uma dessas enquanto tiver por aqui. Vai ficar muito tempo?"
Poucas curvas e os dois já estão negociando espaço com carros e motocicletas e bicicletas e pessoas. Basicamente com qualquer coisa móvel. Exceto os drones que se travavam sua própria guerra por espaço lá em cima.
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Re: Samantha Doiley
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- Mensagem nº226
Re: Samantha Doiley
Sam: Nami é sua mulher? –
"Mais que isso." Tem uma devoção vibrante Nas palavras. "Bem mais que isso."
Sam: Prata funciona mesmo? Pra esconder eles...
"Não. Prata não." Ele olha a janela. "Prata não ajuda com isso e cê nem tem uma boa razão, tem?" As palavras não deixavam muito espaço para uma resposta de verdade, mas os olhos desafiavam ela.
--
"Eu? Um carrinho?" Ele parecia ferido. "Não nas ruas daqui." Já em movimento ela fala que não deveria arriscar uma moto na sua mão. "Eu vi você lutando, não parece que sabe dirigir mesmo." Como se realmente pudesse medir um pelo outro.
"Os garotos não perdem a chance. Eles querem estar prontos pras férias." Ele pausa um instante desviando de uma bicicleta. "É divertido e competitivo. Claro, sempre em times e condições adversas e injustas. Tem camadas." Ele diz virando por uma rua apertada que não parecia feita para veículos.
Ruas pequenas e grandes, quase todas lotadas de gente e letreiros. A motocicleta levava os dois devagar demais as vezes e excessivamente rápido logo depois. Algumas pessoas reclamam quando ele passa perto demais.
"Tem medo de água?!" A voz dele vem do nada, assim como a baia que parece abrir o mar de prédios. Os dois saem debaixo de uma ponte e sobem um pier de madeira até uma balsa, uma de muitas, onde Hope bate os dedos no telefone.
Tinha lixo na balsa. Gente também. Gente recolhendo lixo. Quase pescando lixo. "Atrasado!" Hope grita parecendo distante. O que Junior responde em japones. Alguma coisa gaijin. Os dois riem. Ela dá um soco no irmão e oferece a mão para Sam. "Limpar é algo que nunca acaba. Uma metafora boa pro nosso trabalho." Ela também estava com uma capa de chuva. Preta e azul.
"Ok, estamos atrasados e vamos ter que correr um pouco." Ela fala para um japones baixinho do outro lado do barco. Na verdade a maior parte dos japones era mais baixo que os Ingleses. Mais baixos que Sam.
A balsa logo sai sacodindo e balançando com o motor reclamando alto. Em pouco tempo uma cansão começa a dar ritmo ao trabalho. Uma coisa cheia de barulhos que eles usam como se fossem palavras.
Junior e Hope trabalham junto com os outros e não são os únicos que não são asiaticos. Catar lixo é fácil, mas eles trabalham todos juntos em um fluxo harmônico. Não é glamuroso e Sam fica feliz de estar com a capa de chuva toda vez que água gelada da baia cai nela.
Barcos passam em seus caminhos cotidianos e a música muda e muda de novo. Sempre bem ritimada. Sempre encaixando no trabalho. Até que eles passam debaixo de uma ponte enorme. Nessa hora Hope bate de leve no ombro de Sam e sai com Junior para um dos suportes de manutenção da ponte. Os dois andam tranquilamente até a portinha apertada na base que dá para uma escada ainda mais apertada. Essa por sua vez vai fundo até uma porta de metal cheia de avisos enfáticos em japones. O lugar o era claustrofobico e a porta tinha até correntes e travas e cadeados.
"Chato, mas necessário." Porém ela não abre nenhum cadeado ou tranca. Ela empurra a parede ao lado que, mesmo sendo de ferro, desliza lentamente sem deixar nenhum vão. "Essa foi a parte mais difícil." Diz o irmão. "Muito difícil e caro." Ele não hesita em seguir a irmã e logo Sam se vê olhando para as costas dele sumirem dentro do lugar. Um instante e os olhos se adaptam a luz. Era claro.
Era como um submarino virado de nariz para cima cadeiras e mesas presas nas paredes. Até um sofá também. Vozes, luzes, pichações, sons de ferramentas e celulares. Sam descia os degraus de uma escada estreia em espiral e alguém de cabelo colorido passa como um borrão descendo por um camo, como um bombeiro de desenho animado.
"Aqui." Hope a puxa por outra portinha para uma sala mais ampla e bem iluminada. "Terra firme. Concreto firme, na real." E pisa forte para provar que o chão estava ali. "Papai vem aqui mais tarde, bom que cê já conhece o lugar. É secreto, então nem comenta nada." Ela diz com tom de brincadeira. "A gente vai saber." Completa o irmão subitamente soturno.
"A garota da Anne?!" Um homem negro com olhos puxados e uma voz de veludo. "Cê parece uma garota da Anne..." Ele ajeita a lapela do traje nada formal e estilosamente assimetrico. Uma passada teatral da mão sobre as trancas super justas na cabeça decoradas com fios dourados. "Se quiser posso te mostrar um truque ou dois." Ele diz tirando uma carta da orelha de Junior.
"Tatsuya, essa é Samantha." Diz Hope em repreensão já sentada na única mesa do lugar que só era grande o bastante para uma mesa. "Eu disse, a garota da Anne!" Os dentes bem brancos e grandes aparecendo num sorriso simpatico.
"Esse é Tatsuya, ele é novo em ser uratha." Diz Junior investigando uma maquina de expresso como se ela fosse um tipo curioso de monstro marinho.
"Mais que isso." Tem uma devoção vibrante Nas palavras. "Bem mais que isso."
Sam: Prata funciona mesmo? Pra esconder eles...
"Não. Prata não." Ele olha a janela. "Prata não ajuda com isso e cê nem tem uma boa razão, tem?" As palavras não deixavam muito espaço para uma resposta de verdade, mas os olhos desafiavam ela.
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"Eu? Um carrinho?" Ele parecia ferido. "Não nas ruas daqui." Já em movimento ela fala que não deveria arriscar uma moto na sua mão. "Eu vi você lutando, não parece que sabe dirigir mesmo." Como se realmente pudesse medir um pelo outro.
"Os garotos não perdem a chance. Eles querem estar prontos pras férias." Ele pausa um instante desviando de uma bicicleta. "É divertido e competitivo. Claro, sempre em times e condições adversas e injustas. Tem camadas." Ele diz virando por uma rua apertada que não parecia feita para veículos.
Ruas pequenas e grandes, quase todas lotadas de gente e letreiros. A motocicleta levava os dois devagar demais as vezes e excessivamente rápido logo depois. Algumas pessoas reclamam quando ele passa perto demais.
"Tem medo de água?!" A voz dele vem do nada, assim como a baia que parece abrir o mar de prédios. Os dois saem debaixo de uma ponte e sobem um pier de madeira até uma balsa, uma de muitas, onde Hope bate os dedos no telefone.
Tinha lixo na balsa. Gente também. Gente recolhendo lixo. Quase pescando lixo. "Atrasado!" Hope grita parecendo distante. O que Junior responde em japones. Alguma coisa gaijin. Os dois riem. Ela dá um soco no irmão e oferece a mão para Sam. "Limpar é algo que nunca acaba. Uma metafora boa pro nosso trabalho." Ela também estava com uma capa de chuva. Preta e azul.
"Ok, estamos atrasados e vamos ter que correr um pouco." Ela fala para um japones baixinho do outro lado do barco. Na verdade a maior parte dos japones era mais baixo que os Ingleses. Mais baixos que Sam.
A balsa logo sai sacodindo e balançando com o motor reclamando alto. Em pouco tempo uma cansão começa a dar ritmo ao trabalho. Uma coisa cheia de barulhos que eles usam como se fossem palavras.
Junior e Hope trabalham junto com os outros e não são os únicos que não são asiaticos. Catar lixo é fácil, mas eles trabalham todos juntos em um fluxo harmônico. Não é glamuroso e Sam fica feliz de estar com a capa de chuva toda vez que água gelada da baia cai nela.
Barcos passam em seus caminhos cotidianos e a música muda e muda de novo. Sempre bem ritimada. Sempre encaixando no trabalho. Até que eles passam debaixo de uma ponte enorme. Nessa hora Hope bate de leve no ombro de Sam e sai com Junior para um dos suportes de manutenção da ponte. Os dois andam tranquilamente até a portinha apertada na base que dá para uma escada ainda mais apertada. Essa por sua vez vai fundo até uma porta de metal cheia de avisos enfáticos em japones. O lugar o era claustrofobico e a porta tinha até correntes e travas e cadeados.
"Chato, mas necessário." Porém ela não abre nenhum cadeado ou tranca. Ela empurra a parede ao lado que, mesmo sendo de ferro, desliza lentamente sem deixar nenhum vão. "Essa foi a parte mais difícil." Diz o irmão. "Muito difícil e caro." Ele não hesita em seguir a irmã e logo Sam se vê olhando para as costas dele sumirem dentro do lugar. Um instante e os olhos se adaptam a luz. Era claro.
Era como um submarino virado de nariz para cima cadeiras e mesas presas nas paredes. Até um sofá também. Vozes, luzes, pichações, sons de ferramentas e celulares. Sam descia os degraus de uma escada estreia em espiral e alguém de cabelo colorido passa como um borrão descendo por um camo, como um bombeiro de desenho animado.
"Aqui." Hope a puxa por outra portinha para uma sala mais ampla e bem iluminada. "Terra firme. Concreto firme, na real." E pisa forte para provar que o chão estava ali. "Papai vem aqui mais tarde, bom que cê já conhece o lugar. É secreto, então nem comenta nada." Ela diz com tom de brincadeira. "A gente vai saber." Completa o irmão subitamente soturno.
"A garota da Anne?!" Um homem negro com olhos puxados e uma voz de veludo. "Cê parece uma garota da Anne..." Ele ajeita a lapela do traje nada formal e estilosamente assimetrico. Uma passada teatral da mão sobre as trancas super justas na cabeça decoradas com fios dourados. "Se quiser posso te mostrar um truque ou dois." Ele diz tirando uma carta da orelha de Junior.
"Tatsuya, essa é Samantha." Diz Hope em repreensão já sentada na única mesa do lugar que só era grande o bastante para uma mesa. "Eu disse, a garota da Anne!" Os dentes bem brancos e grandes aparecendo num sorriso simpatico.
"Esse é Tatsuya, ele é novo em ser uratha." Diz Junior investigando uma maquina de expresso como se ela fosse um tipo curioso de monstro marinho.
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