por Zireael Sex Abr 26, 2024 10:06 pm
Oliver deu alguns passos para fora da pequena cabine onde estava. Ela olhou em volta, assustada com o que via. Oliver costumava processar as coisas rápido, mas diante daquele cenário horrível e saído de um filme de ficção científica, demorou mais do que o necessário. E aquilo deixava tudo pior.
- Mas o que...?
Ela olhou de onde tinha visto: a cabine com o vaso seco, cheio de pequenos fungos. E eles subiam pelas paredes de madeira compensada. Oliver colocou uma das mãos na barriga enquanto sentia o vômito subir pelo esôfago. Segurou e deu alguns passos cambaleantes para longe, e logo esbarrou em uma das pias. Levou um susto e virou-se depressa, olhando-se no espelho quebrado! Várias Olivers retornando o olhar assustado e as bochechas pálidas.
Não poderia encostar em nada ali! Era tudo... Sujo e...
"Alienígena!!" Ela finalmente levantou os olhos cinzas para aquela estranha raiz vermelha que cobria partes das paredes. Ela passou o olhar por toda sua extensão e... Parecia que Marreta sabia o que era aquilo!
Oliver deu alguns passos para trás, mas logo parou, lembrando-se que poderia encostar em alguma coisa dentro daquele espaço pequeno.
"Dylan??" Tentou contato com Marreta, mas a única coisa que ouviu foi um "Só não deixem que me enterrem!"
Ele estava lutando..? Estava! Ela conseguia ver. Mais ou menos, mas sabia o que estava acontecendo. E constatou o óbvio: estava por si. Não podia trocar de lugar com ele. Não agora.
Oliver parou no meio do banheiro e olhou em volta mais uma vez. Controlou seu medo e sua respiração. Fechou os olhos e começou a pensar: era a segunda vez em que trocava com Marreta. E dessas vezes, ela foi para Nova York no tempo do arruaceiro. E ele foi para o tempo dela, em National City.
-....
Mas teve uma vez que ela foi parar em Nova York de seu tempo.
-...................!
Havia duas possibilidades: eles trocavam no espaço tempo, já que ambos eram a mesma coisa nos moldes da física. Logo, poderia haver qualquer combinação. Era, afinal, uma simples troca de lugar. Ou sempre que ela trocava, ela iria para o tempo dele e quando ele trocava, ela iria para o tempo... Dela?
Muito confuso. E Oliver parecia ser quem tinha a voz para ordenar a troca. Era mais seguro afirmar a primeira opção. Porém, precisaria de mais dados.
Ela abriu os olhos, mais calma e olhou em volta.
- É, não tem o que fazer. - disse, mais calma, enquanto dava os ombros e saía pela porta do banheiro. Sua voz era trêmula.
Assim que abriu a porta, o som dos pássaros invadiu seus ouvidos. Ela parou e viu toda aquela redação destruída. A natureza tomava conta, junto com aquelas estranhas raízes vermelhas.
- Por Melissa! - Lembrou-se de Marreta dizendo isso. Aquilo era Melissa? O que exatamente era Melissa?
Ela ficou um tempo parada olhando aquelas raízes, tentando tirar alguma informação daquilo.
-....
Oliver suspirou, cansada e assustada. Olhou em volta e deu mais alguns passos cuidadosos pelo local.
Ela foi até a frente da mesa que achava ser de Lex e parou por lá. Ficou olhando um tempo e depois, olhou em volta. Lembrou-se de tê-lo encontrado por um acaso num café. Tinha a impressão de que, se o chamasse, ele apareceria. Passou de novo os olhos pelo local, como se ele fosse brotar de qualquer esquina, mas...
Oliver arregalou os olhos. Já imaginava que não haveria ninguém por perto, mas o que viu a deixou impressionada e amedrontada.
Ela deu passos receosos até a janela. Um pé de cada vez. Firmou as pernas e parou na frente da janela meio quebrada, enquanto sentia o vento passar pelo vidro trincado.
Engoliu em seco ao ver a paisagem desolada que cobria aquela parte do que era....
- Melissópolis. - disse baixinho enquanto constatava o que havia acontecido com Nova York.
Calada, permaneceu um tempo olhando a paisagem que ao mesmo tempo era tão pacífica e tão aterrorizante. Estava sozinha. E tinha que fazer alguma coisa. Deveria ficar lá? Sair? O que fazer?! Não sabia. E não saber a deixava mais ansiosa ainda.
Fechou os olhos de novo e ficou um tempo conversando consigo mesma. Não podia entregar-se.
Por fim, andou pelo escritório, olhando em volta atrás de algo que poderia ser útil para ela: água, utensílios de escritório, documentos que diziam o que aconteceu lá ou qualquer informação. Qualquer coisa!
Se lá dentro e lá fora estavam daquele jeito, deveriam estar em algum local ermo. Tinha que se virar para sobreviver.
Sobreviver. Pensar aquilo a assustou. Era mesmo desolador.
Movimentou-se com cuidado, sem fazer barulho. Sabe-se lá o que haveria naquele lugar.