Capitulo Um - Intrusos.

Narração

A amiga deu uma risadinha e baixa e seguiu a amiga, um pouco atrás. Parecia estar um pouco assustada com o lugar e com o que tinham que fazer, mas ao mesmo tempo parecia disposta a se arriscar se era para uma boa causa.

"Esse tipo de lugar me faz pensar se realmente um arco é uma boa Faith."

Comentou, considerando mais a própria "Fé" do que a da amiga.




A amiga e namorada riu, revirando os olhos para ela. Ela parecia estar bem animada ali, independente do que estivesse acontecendo. Na verdade, a garota parecia completamente alheia aos acontecimentos mágicos do lugar.

-Poderes mágicos seriam ótimos! Imagina o que poderíamos fazer com eles...!




O quadro estava, após pouco tempo, cheio de exercícios com dificuldades variadas e o professor avisara que assim que terminassem de copiar, ele passaria mais. Ele explicou a mateira a eles e reviu os principais conceitos, mas apenas o que eles precisavam para realizar aqueles exercícios e disse que continuaria a explicação após verificar que a turma toda havia entendido a matéria e sido capaz de responder ao exercício.

Narração

Conforme andavam pelo prédio abandonado, elas se acostumavam mais e mais com o cheiro desagradável e a péssima claridade. Havia um sutil toque de magia no lugar, o que a loira percebia com facilidade. E definitivamente era uma magia sinistra, terrível e perigosa. Algo que estava perdidamente errado e com aspecto inumano. O único som que ouviam eram os próprios corações e respirações, com os passos sendo abafados pelas grossas camadas de poeira no chão, apesar de ocasionalmente pisarem em alguma folha que não viram ou em um caco de vidro das janelas quebradas e isso emitir um som que, no silencio mortal, parecia profundamente alto para elas. Provavelmente isso era efeito apenas da adrenalina, mas parecia que mesmo lá fora tudo jazia silencioso e quieto demais, o que triplicava o som que já parecia sair de imensos alto falantes posicionados após megafones.

"Estou confortável com o arco, apenas não acho que vamos ter espaço para usar ele aqui caso seja preciso."

E então depararam-se com uma sala distante, no fim do corredor, onde uma criatura estava de pé próxima a porta. Aquela coisa era tudo menos humana e exalava uma aura maligna que mesmo de longe ambas sentiam... E Shelby percebeu que a magia maligna que sentia vinha toda dele. Ele estava curvado dentro da sala e as únicas coisas que aquela distancia conseguiam ver bem era sua cor vermelha, os chifres de carneiro nas laterais da cabeça, os crânios humanos que ele usava nas roupas, as grandes asas córneas e suas armas: um chicote feito de chamas e uma espada feita de eletricidade, porém ambas com um aspecto demoníaco. O chicote era esverdeado, como fogo grego e/ou infernal que ocasionalmente viam em desenhos e filmes, quanto a espada era roxa ao invés de amarelada ou azul como armas daquele material normalmente eram. A criatura urrou e começou a correr na direção delas, porém dificilmente seriam capazes de aguentar mais que um golpe dele.




Anna deu uma risada e acompanhou a namorada com a mesma velocidade que ela, revirando os olhos e parecendo se divertir com aquela situação em que estavam. Então ela apressou mais um pouco o passo, enquanto falava em um tom divertido.

- Deveria ir ao banheiro antes de quase urinar um galão, sabia? Vai que os corredores estivessem lotados e não conseguisse chegar lá?

Havia algum sentido, mas talvez os professores não deixassem sair com tanta frequência assim das salas - porque não haviam ali no corredor muitas pessoas além de Brenna e Anna. Um gato negro de olhos amarelos apareceu de uma curva, balançando o rabo como os gatos faziam antes de atacar alguém e um miado frio, agudo e alto saiu de sua boca. Brenna ainda não sabia, mas aquele era um dos gatos do inspetor que os alunos mais antigos tanto temiam. O nome daquele gato era Agonia.

Mas antes que a natureza estranha do miado fosse realmente analisada pela garota - parando ou não para isso -, uma sensação terrível percorreu todo seu corpo e parecia que um grande mal havia sido libertado ali. Mas assim que essa sensação o atingiu, também ocorreu um despertar dentro de si e uma sensação quase acolhedora tocou-o junto a uma voz que pareceu falar dentro da cabeça dele e apenas ele era capaz de ouvir.

Finalmente é capaz de ouvir-me. Não tema, jovem criança, tudo ficará bem.

E as palavras pareceram ajudar a amenizar o medo dele, apesar dele não saber o que era que estava ocorrendo ali, quem falava ou se não estava ficando louco.

Observações:

Uma sensação terrivelmente conhecida de Dis atingiu-o de repente e lhe causou arrepios, independente de o quanto ele pudesse estar acostumado com magia negra, demônios e invocação. Um mal como nenhum outro o atingiu e aquilo deixou todos os sentidos dele ainda mais alerta. Em algum lugar próximo, uma entidade demoníaca muito poderosa havia sido liberada e movia-se depressa. O mal que ele emanava era grande o suficiente para fazer com que o rapaz cogitasse ser um demônio maior ou ser com poderio muito próximo a isso. O que lhe fez recordar que as garotas haviam ido ao prédio antigo fazer alguma coisa...

Oliver sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo e a sensação de uma aura magica incrivelmente forte nas redondezas estava parecendo atacar-lhe como um monte de agulhas lhe perfurando a pele, apesar dele não sofrer nenhum dano real com aquilo. Fosse qual fosse a magia, ele podia perceber que era algo ruim e não natural, muito provavelmente proveniente de magia negra.

Narração

Lilya e Shelby nunca haviam corrido com tanto desespero e afinco quanto agora. O barulho, o chão e o lugar não importavam mais, desde que elas se vissem fora do alcance daquela criatura. Por mais rápidas que elas fossem, o ser que as perseguia era tão ou mais rápido que elas. Ambas temiam que fosse mais, pois ele não parecia estar dando tudo de si e a cada metro que as magas cobriam, ele parecia cobrir o dobro ou quase isso. Unindo-se ao apelo de Shelby, Lilya falou pela conexão tentando convencer o noivo a fazer alguma coisa para ajudar a dupla em desespero.

"Amor! Pelos deuses, esse troço é um demônio. Mais literalmente falando do que eu queria! Ele tem chifres, asas e um chicote de FOGO."

A morena muito dificilmente chamava ele de outra coisa se não Jace ou Jonathan quando a amiga podia ouvir - alguma coisa sobre a regra de não deixar a amiga segurando vela ou alguma coisa qualquer desse tipo. Mas, no entanto, estava desesperada o suficiente para esquecer aquilo e apelar para a relação deles na esperança de obter alguma ajuda. O medo daquela situação faziam-as apelar para qualquer coisa que pudesse salvar suas vidas. A ideia de se jogar pelas janelas existia, mas ambas se machucariam com isso tanto com o vidro quanto por possíveis coisas que poderiam haver do lado de fora. Mesmo assim, seria melhor do que ficar lá com aquele belo bicho.

Eu já estou indo! Tentem ficar vivas...

Havia uma nota de desespero em sua "voz" mental e as duas sabiam o porquê. Aquele era um dos demônios que comandavam uma das camadas dos planos infernais. Dificilmente vinha ao plano material e, quando vinha, deixava um rastro de morte, dor e medo. Seus invocadores, todos usuários de magia corrompidos pelo mal, em uma frequência absurda pagavam-nos com vidas inocentes outras coisas que certamente eram malignas antes de serem mortos e escravizados pela criatura que achava que o pagamento não fora o suficiente. Mas o pior não era isso... Ambas sabiam que seu poder era muito maior do que o da maioria dos magos que eles conheciam e nem mesmo os bruxos e invocadores - aqueles que tinham amor a vida pelo menos - não ousavam falar com ele nem com várias magias de proteção em si. Mas uma coisa deixava Shelby curiosa era o fato da criatura poder teleportar livremente no plano que estava e não fazer isso.

Teologia da Lya para tentar identificar o demônio deu 36 como resultado, contra a CD 25.

Rolei Ocultismo para a Shelby reconhecer a criatura e você conseguiu 20 no dado! Com o seu 5 na perícia, venceu a CD que era igual ao teste da Lilya.

A namorada evidentemente parecia não ter visto a garota e nem ouvira nada - exceto as ações esquisita da própria namorada e ela olhando para o nada. Enquanto saiam e iam para a aula, ela olhou preocupada para Brenna por sua reação estranha. Enquanto andavam, Anna a olhava e franziu o cenho, antes de perguntar.

- Está tudo bem mesmo?

Se Brenna olhasse para trás, veria a criatura segundo as duas a alguma distancia e sua presença magica presente com os olhos focados nela. Então eles passaram por dois garotos da turma saindo do bebedouro e se dirigiram a sala.





O rapaz murmurou um "tome cuidado" Dis quando ele indicou que ia investigar, porém não fez ou falou mais nada a respeito, voltando-se para os exercícios que deveria fazer. Os corredores estavam praticamente vazios e os dois andavam em direção a saída para ir ao velho prédio. Mas o que chamou a atenção deles foi Jonathan, o professor de história, saindo apressado de uma das salas de aula e indo na mesma direção que eles. Havia pressa em seus movimentos e, apesar de não estar correndo, existia urgência ali. Será que ele também sabia? Então Oliver se recordou que ele era um dos usuários de magia da escola e, provavelmente, havia sentido também a onda de magia e estivesse indo ver o que acontecia.

Talvez o homem possa ajudar eles naquela situação terrível que se encontravam.

Narração

Anna parecia não acreditar muito na história de que estava tudo bem, mas deixou o assunto para lá. Após ser atingida pela bola, a gêmea fez a bola retornar a ela como se a pegasse com uma força invisível que a jovem irlandesa não conseguia explicar de modo lógico. Mas houve uma agitação dentro de si de algo que ela reconhecia.

- Se você diz, ok...





O homem olhou o rapaz por alguns instantes, parecendo considerar se ia ou não concordar com aquela história, mas aparentemente não haviam muita coisa que ele pudesse fazer a respeito. Então ele suspirou e respondeu com a voz preocupada.

- Tudo bem, vamos... Temo que as garotas não tenham muito tempo. - Parecia que ele sabia também que as garotas estavam lá e talvez até da conversa que Dis havia tido com elas. De todo modo, pelo menos eles agora tinham alguém mais para ajudar.