Em busca do Posto Avançado - Ato III

A brisa do amanhecer era fria e batia levemente na pele dos aventureiros que seguiam na direção do nordeste, pela estrada que levava a Bifurcação de Essembra. Não demorou muito para que o sol aparecesse timidamente no leste, ajudando os aventureiros a ver o que tinha por vir na estrada. Ao contrário da noite anterior, não se via ou ouvia ninguém por aquelas bandas, apenas o chacoalhar das árvores que margeavam o longo caminho que seguia a frente. A calmaria dava impressão que as mediações do Vau era bem tranquila e segura.

Mesmo depois de incontáveis passos o sol alto parecia que não ia chegar nunca, e a cada 100 metros a fome aumentava mais... a hora do almoço estava próxima.

Rarel se adianta e diz:

-Não sei vocês, mas já estou com fome e creio ser um bom momento para pararmos, buscarmos uma sombra e providenciarmos algo para comer. O que acham?

Haraldur

- Boa ideia. Tô com fome também.

O jovem busca abrigo debaixo de uma árvore à beira da estrada e lança mão de um pedaço de carne seca providenciada da taverna, na noite passada.

- Alguém vai querer? Tem um pouco sobrando aqui.

Depois de alguns minutos mascando, comenta:

- É bom ficarmos de olho vivo, Não confio nessa calmaria toda...

Naereth tinha gostado do jeito de Haraldur, sem falar da aparência imponente que ele tinha.
Ela, então, decide que irá investir em tentar seduzir o rapaz e, como todas as coisas que ela colocava na cabeça, ela não pararia até ter o que queria: ele.
Haviam se conhecido a pouco tempo, mas ela já sentia que tinha perdido semanas não tendo ele em suas mãos.

Ela se aproxima e senta-se ao lado de Haraldur, assim que ele oferece o alimento:

- Também estou com fome, acho que vou aceitar um pouco sim...

Diz isso com um lindo sorriso no rosto e uma voz cativante.

- Eu aceito um pedaço de carne, já to com um buraco no estomago - Diz Iris se aproximando pra pegar um pouco de carne.

A aristocrata ouve o rapaz falar sobre a calmaria parecer estranha e olha ao redor pra ver desconfiada.

Um bom almoço e um bom tempo de descanso foi o suficiente para todos que estavam ali recuperassem o ânimo para seguir caminho pelo resto do dia, o tempo era agradável e o pouco sol que tinha era escondido pelas imensas árvores. O movimento na estrada continuava pouco e a medida que o sol se escondia, diminuía mais.

A noite vinha se aproximando calmamente, em um determinado ponto da estrada, de longe já podia ser visto o sol se pôr lentamente, e nenhum sinal de habitação por perto.

Naereth vinha caminhando próxima de Haraldur durante todo o percurso. Assim que ela avista o pôr do sol ela diz à Iris:

- Veja, o dia está acabando e você nem me contou uma história sua...

Ela olha o horizonte e seus arredores a procura de algum sinal de civilização e não encontra nada. Ela decide, então, dizer:

- Pessoal, estamos no caminho certo? Não consigo ver nada, nem uma casa pequena...

Haraldur

O guerreiro fecha o semblante e baixa a cabeça. Era nítido que aquele não era um assunto que lhe agradasse:
- Prefiro não falar da minha vida pessoal. Não tenho nada interessante pra contar.
- Acho que estamos no caminho sim. O elfo é que conhece melhor esses lados de cá.

- Porque você se intriga bastante comigo, Naereth? Eu sou só uma garota comum que decidiu mudar de vida - responde ela a Naereth.

Ela olha para Íris e responde:

- O que me intriga não é você ou sua história, mas sim o motivo de querer fugir sempre desse assunto...

Ela então volta-se para Haraldur e lhe diz:

- Gosto de homens introspectivos... - dá um leve sorriso e depois continua, olhando para o horizonte - Rarel, pode nos dizer se estamos próximos de algum lugar? Não conheço essas terras...

Pelo o que sei estamos a um dia da Vila do Barraco. - Responde Rarel enquanto olha ao redor a procura de um local para poder acampar. - Acho que está na hora da gente parar e como não deve ter nada por perto, aconselho acampar por aqui mesmo, já não aguento mais andar - Diz diminuindo os passos. - Onde acham melhor? Na beira da estrada mesmo?

A escuridão aos poucos vai tomando o local do sol e o barulho dos insetos na floresta ao lado já pode ser ouvido.



Naereth responde: - Acho que pode ser aqui mesmo, adoro esse som noturno da floresta. - Diz olhando ao redor para ver se está tudo certo.

- E essa floresta? É perigosa? Lá estaremos seguros de animais e criaturas que queriam nos atacar? - Faz uma serie de indagações.

Rarel responde:

-Claro que não estaremos totalmente seguros, só estaríamos totalmente em segurança se você estivesse na sua casa. Então vamos fazer turnos de vigia durante a noite, dois descansam enquanto os outros dois vigiam. Farei a primeira vigia, quem me acompanha?

Alguns metros adentro da floresta foi o suficiente para localizarem um local onde bastava uma limpeza rápida e poderiam colocar os sacos de dormir para passar a noite.

Naereth e Rarel fizeram o primeiro turno seguido de Haraldur e Íris, que mais cochilava que ficava de olhos abertos, afinal não era acostumada ao batente. O cansaço era tão grande que ajudou a noite a passar rapidamente.

Assim como no dia anterior o cansaço estava estampado no rosto de todos, no sol alto o grupo parou para um longo almoço debaixo de uma grande árvore que fazia sombra para um batalhão de tão enorme que era.

A tarde passou tranquilamente, e a noite já havia tomado a claridade do sol, o que fazia com que os aventureiros se preocupavam a cada passo, já que não havia nenhum sinal da Vila do Barraco...

A medida que a noite adentrava a tranquilidade e o silêncio causava um certo temor, estava muito calmo para aquela localidade, ainda mais aquela rota que era muito usada.

Ao andarem ainda mais pela estrada, um certo momento um barulho chamou atenção de todos:



A cada passo que davam o barulho parecia se aproximar... e o caminho tão tranquilo em pouco tempo se tornou um caminho inseguro para os que estavam ali...

Haraldur

Um arrepio sobe pela espinha de Haraldur ao ouvir aquele som. O tropear da marcha não deixava dúvidas de que muitos marchavam de encontro ao grupo. Quase num reflexo o guerreiro se abaixa e indica aos companheiros uma rota de fuga.

- Rápido, corram para a floresta!

Spoiler:

Naereth para e fica atônita no meio da estrada olhando para os lados sem saber pra qual lado ia, foi muito rápido.

Depois de perceber que estaria vulnerável, corre para o lado de Haraldur seguindo-o pela floresta adentro.

- Para onde vamos? E agora? - Diz muito assustada.

- Vamos para a floresta Naereth, rapido - Diz ela correndo.

Rarel corre seguindo o grupo já com seu arco em mãos, qualquer aproximação ele dispararia sem piedade.

-Viram alguma coisa? Merda, acho que correr não irá adiantar.

Assim que sair do compo de visão de quem quer que seja, ele tentará enchergar o que realmente era, quem emitia aqueles sons.