Em busca do Posto Avançado - Ato III

Naereth olha espantada pela atitude de Haraldur de ir apenas os dois e deixar os mais feridos para trás.

- Haraldur não acho que seja uma boa ideia nos separarmos. Estamos feridos, digo por mim e por Rarel principalmente. Se algo acontecer eu não me garanto defendendo ele, não possuo técnicas em combates... Além disso algo poderia também acontecer com vocês...

Ela faz uma pausa e termina:

- Acho que todos devemos ficar juntos. Eu não preciso dormir posso ficar de vigia enquanto repousam e recuperam-se dos machucados. Melhor todos estarmos juntos caso alguma coisa aconteça. Tufur, tem certeza que não há nenhum lugar seguro para ficarmos mais tranquilos?

Ela teima em sua opinião, afinal não gostou da ideia.

Haraldur

- Vou apenas me certificar que não sobrou ninguém lá que possa dar algum tipo de alarme. Vamos juntos então. Se não fizermos isso, poderemos ser perseguidos. diz, e parte em direção ao posto de observação.

Naereth estava nitidamente nervosa e sua voz começa a transparecer, por mais que tentasse acalmar-se:

- "Juntos"? E quem carregará Rarel? Ele não está bem, qualquer movimento brusco pode ser letal à ele.

Ela bufa como uma criança irritada sendo teimosa, mas sim era como se sentia defendendo sua verdade.

- Se tivermos que lutar ele poderá morrer, se corrermos carregando ele o impacto da corrida pode desfazer os meus curativos improvisados. Por Tymora não consegue entender?! Eu que sou uma adepta da sorte não quero me submeter a riscos impertinentes do azar...

Haraldur

O guerreiro bufa, sem responder ao falatório da elfa. Ela não conseguia entendê-lo e ele não faria força para isso.

- Tufur, Íris, cuidem dos outros. Vou averiguar.

Antes de subir a escada que levava ao observatório, Haraldur abre abruptamente a porta da despensa, pronto para agir caso necessário.

Naereth sente seu coração apertado ao ver que Haraldur seguiu sozinho.
"Mas que teimoso!" - Pensa consigo mesma. Seus olhos correm os de seus companheiros esperando que eles, finalmente, disessem alguma coisa.

- Vá tranquilo, haraldur. Eu fico aqui e cuido de Naereth e Rarel - Diz Iris ao Combatente.

Haraldur ao abrir a porta da despensa se depara com um rapaz jogado no chão, com as mãos e pés amarrados. O rapaz usava o mesmo uniforme que Tufur, parecia ser da mesma guarda, aparentemente ele estava desmaiado, mas assim que Haraldur se aproxima ele arregala os olhos, assustado.

O rapaz era jovem, cabelo preto, curto, estilo militar. Os olhos inchados tinham cor do mar, havia hematomas por toda parte do corpo e a boca do homem estava amordaçada.

Haraldur

- Achei o refém, ajudem aqui!

O guerreiro encontra o refém dos invasores. Apesar dos ferimentos, iria sobreviver. Havia apanhado bastante. Faltava saber o que havia dito aos seus algozes. Prendendo sua corrente ao cinturão, Haraldur aproxima-se devagar e desarmado, retirando a mordaça do jovem.

- Fique calmo, vai ficar tudo bem agora. Estamos com Tufur. Quem eram eles e o que queriam saber?, pergunta, oferecendo água de seu cantil.

Assim que o refém é desamarrado ele pega o cantil de Haraldur bebendo quase toda água que tinha no recipiente. A expressão do jovem muda quando ouve Haraldur mencionar o nome do Anão Tufur, abrindo o leve sorriso em seu rosto maltratado.

- Tufur está aqui...? - Diz com dificuldade.

- Cadê aqueles desgraçados? - Respira fundo olhando ao redor - A única coisa que ouvi é que eles são os Zentharins e que vão tomar alguma cidade ao norte e que depois já era pros outros vales. Na verdade eu seria o próximo a morrer, pra forçar o Sargento a falar mais, cadê ele? - Indaga.

Naereth ouve Haraldur dizer algo sobre o prissioneiro, mas não tinha vontade de sair dali.
Só sairia se alguém ajudasse ela a carregar Rarel. Sozinha com ele certamente seria uma presa fácil ao azar...

Iris ouve o grito de Haraldur dizendo que achou o prisioneiro. A aristocrata rapidamente se vira pra Naereth e diz:

- Fique aqui, cuidando de Rarel enquanto eu vou lá ver o que Haraldur encontrou.

A jovem avança no corredor e chega ao local aonde tava o combatente. Ela ve mas um homem junto com ele. Iris se aproxima do ferido e se agaixa.

- Voce está bem? Parece que esteve sendo torturado. Esses homens que atacaram queriam saber algo em especial? - pergunta Iris.

Nareth não aguenta calado o pensamento que a cruza e balbucia seu aborrecimento:

- Claro, deixe a ferida cuidar do quase morto...]

Mas Iris não estava mais ali e ela continuava com Rarel em seus braços. O desconforto da posição estava ficando inquietante e, com cuidado, senta-se no chão deitando Rarel sobre seu corpo.

-Ei garoto, deu sorte que o Tufur veio pra te salvar, heim?! - Diz o anão, abrindo um sorriso ao ver o rapaz - Eu ouvi Zentharins? O que tem os Zentharins? - Se aproxima para ouvir o garoto enquanto jogava um pedaço de carne seca para alimentar o homem.

- Tufur, como é bom te ver - Diz o garoto sorrindo com dificuldade, enquanto comia e falava ao mesmo tempo.

- Sim, os vagabundos que estavam aqui são Zentharins, e eles pretendem tomar os vales! O Sargento Kelvin deve ter sido levado! - Diz

Haraldur

Dois reféns e ainda havia o posto de observação para averiguar. Com sorte estaria vazio, talvez um abrigo. Com azar, qualquer outra coisa. O pior era a dúvida.

- Se eles tem outro refém, cada minuto importa. Precisamos emitir um alerta e solicitar reforços. E temos feridos..., diz, olhando para a condição do grupo. - Vou olhar o posto de observação enquanto conversam. Não quero mais surpresas.

Spoiler:

- Eles queriam saber tudo sobre a região e estratégias - Responde com dificuldade, abrindo um leve sorriso para Iris.

Haraldur segue adiante a procura de mais alguém no posto de observação, que ficava mais a frente, bastou que ele subisse em uma longa escada de madeira para que chegasse no topo do posto. A vista era muito bonita e estratégica, dava pra ver boa parte dos vales. O posto dava na parte mais alta da montanha na qual ficava o complexo.

Assim que Haraldur abriu o alçapão ele pode ver que não havia ninguém lá. Mesmo não entendendo de estratégia, ele sabia, aquele local ali era vantajoso para qualquer um em qualquer guerra.

Tufur conversa mais algumas coisas com o garoto e começa a organizar as coisas, já preparando a volta.

- O que vocês acham que devemos fazer? sugerem algo? - Indaga ao grupo, já reunido na sala principal do complexo.

Haraldur
O guerreiro retorna a sala há tempo de ouvir a pergunta do anão.

- O abrigo é seguro. Devemos descansar. Os Zentharins não retornarão aqui.
- Nossa missão era apenas entregar uma mensagem e foi cumprida. Nada mais. Todos devem ter a oportunidade de optar se querem seguir.

- A mensagem não foi entregue ainda, cadê o Sargente Kelvin? Viu ele por aí? - Diz o Anão com ironia.

- Seguro? - Pergunta o rapaz que havia sido torturado.

- Quando foi a ultima vez que o viu? E pra que direção ele foi? Não podemos descansar enquanto a mensagem não for entregue na mãos dele - Diz Iris guardando a espada na bainha.