[!ON!] Capítulo 2: Repercussões

Respirando profundamente, Christine seguiu o plano, e assim que se postou a frente do guarda-palhaço, ela deu a ele seu melhor sorriso, vendo a movimentação das suas mãos para a sua arma. Pelos céus, agora ela orava que os seus companheiros tinham visto a arma na cintura, e que estivessem preparados para a batalha que iria vir. Antes mesmo que o guarda pudesse perguntar algo, ela já havia virado e corrido na direção oposta.

Por vários minutos ela seguiu, vira a direita, a esquerda, a esquerda, a direita, tentando ao máximo evitar outras pessoas do circo, ao mesmo tempo que tentava despistar o palhaço. Eram muitas as coisas que passavam pela cabeça dela, mas a batida acelerada do seu coração pulsava a ponto de machucar, e assim ela entrou na tenda mais próxima, tentando não vomitar de tanto ter corrido, apenas para dar de cara com o lobo. Correção lobos. Estava tentando manter sua mente fora do descompasso que estava, ela focou em contar a quantidade de jaulas quando viu o vulto de um homem indo em direção a ela.

Seus pensamentos começaram a se atropelar do que deveria fazer. Se saísse dali, teria que continuar correndo, e com toda certeza seria pega pelo palhaço, por não ter quase mais forças alguma nas pernas para continuar correndo. Além de uma certeza que parecia para ela, que o palhaço não iria dar uma segunda chance de perguntar o que ela estava fazendo ali antes de ferir ela. A outra opção era ficar naquela tenda, e enfrentar o homem que vinha em direção a ela e os lobos que rosnavam para ela. Agora ela se arrependia, deveria ter pedido para Anastasia enviar uma carta para Marshall por ela caso ela não voltasse. Engolindo em seco, ela rezava para qualquer entidade que o Palhaço tenha sido despistado, enquanto seu olhar tentava distinguir quais eram as travas nas jaulas dos lobos.

Seu plano agora, era simples, ganhar o máximo de fôlego que podia, agachada a um dos lados da tenda que não fosse a entrada, mas distante o suficiente para que a jaula do lobo não permitisse que ela se tornasse um aperitivo para o mesmo. Queria escapar por outra brecha, pois iria forçar o tecido da tenda para passar por debaixo dele, e correr para fora da tenda.

Caso não conseguisse, bem… Restava nada mais nada mesmo do que desejar pelo melhor e ser arrastada para o líder daquele circo infernal. Assim poderia tentar enrolar o mesmo o suficiente para contar onde estava sua irmã, antes dela encontrar um fim.

Com o coração palpitando, Christine procurou reorganizar rapidamente os seus pensamentos e encontrar uma saída. Se ela voltasse por onde veio, seria interpelada pelo guarda-palhaço, e se ficasse onde estava, bem, sabe-se lá o que de pior poderia ocorrer. Ao ouvir os passos do homem se aproximando cada vez mais, Christine tentou achar uma brecha pela lateral da tenda. Ela se agachou e com as mãos, tentou forçar uma saída. O pano infelizmente parecia bem preso ao chão. Se ela tivesse um pouco mais de tempo...

Ela sentiu uma mão segurar o seu ombro.

- Ei garota, onde pensa que está indo? - ao se virar, ela se deu de cara com um homem de barba e cabelos volumosos. Ao perceber a hesitação de Christine, ele prosseguiu: - Fique calma garota, não há por onde você escapar. Quem é você e o que faz aqui? - perguntou o homem, parecendo mais curioso do que irritado.

Os lobos, porém, continuam a rosnar para Christine. Ela havia contado mais de 10 jaulas, e elas, por sorte, estavam bem trancadas.

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Após ouvir a conversa entre a apresentadora do circo e o guarda-palhaço, Teodor e Iam se comunicam através de gestos para combinar os próximos passos. Primeiramente eles aguardam para ver o que iria ocorrer em seguida.

Eles veem o guarda-palhaço pegar o caixote que lhe foi designado, e a julgar por seu esforço, não estava leve de carregar. A apresentadora do circo, num primeiro momento, apenas fica observando o guarda-palhaço enquanto este se retira da tenda com a caixa em mãos. Iam queria segui-lo, porém a apresentadora ainda ficou na tenda, olhando para a saída. Seu olhar estava perigosamente perto de onde os dois investigadores se escondiam...

OFF:

Ao sentir a mão segurar seu ombro, Christine, se virou para o homem, sentindo como se seu coração estivesse voltando pela garganta do medo que sentia. Os lábios rubros carnudos estavam seco com a respiração ofegante que escapava, se encolhendo a cada rosnado que escutava dos lobos. Não teria como sair dali sem o homem segurar ela e chamar o guarda, o melhor que tinha para fazer era enrolar o máximo que poderia. Pelo menos saberia que os lobos não iriam atrás dos seus companheiros no momento antes.

Engolindo em seco, ela levantou os olhos azuis dela para observar o homem, antes de engolir em seco, encontrando sua voz rouca ao responder o homem.

- Chrissy... - Ela respondeu, ainda tremendo de baixo da mão dele. Torcia para que sua aparência frágil e extremamente pequena auxiliasse na meia mentira que contava - Eu me perdi... estava procurando por restos de comida para comer, achei que encontraria no circo, mas com todas as portas fechadas, eu tentei me esgueirar apenas para me assustar com aquele homem - Ela comenta ainda tremendo. O bem da verdade era que não conseguia comer muita coisa sem acabar regurgitando grande parte das coisas que ingeria, e esse era o motivo por ser tão magra e tão pequena, mas não que o homem precisa saber desta parte. - Perdão senhor... por favor não me machuque - Ela dizia se encolhendo novamente ao escutar o rosnado de outro lobo.

Iria ter de enrolar ali o suficiente, com sorte sairia viva, agora ela rezava mentalmente para que no pior dos casos, fosse jogada ao lado de sua irmã.

O palhaço ia saindo e a caixa que ele levava parecia ser bem pesada. Iam já estava prestes a sair, mas a apresentadora ficou parada, olhando para a saída. O gatuno colocou a mão na sua faca, mas Teodor, com muita cautela fez um gesto para que ele aguardasse. Ela poderia ser muito importante e talvez ela gritasse ou algo do tipo.

Teodor mantém a mão erguida para dizer que Iam esperasse e no momento que ele nota que ela perde um pouco da atenção, ele move a mão, jogando o dorso dela para frente, dizendo-o para ir. Ele aguardaria para segui-la quando ela decidisse sair.