-"Então, os guias de Charcot são tipo um projeto? É só tacar fogo nisso que ninguém mais vai poder usar! E aí vocês não estariam em desvantagens! Destruir é sempre mais fácil!"
Babydoll acena com a cabeça. “Exato... Vamos destruir os guias! Não há necessidade de te-los em mãos.”
-"Se eu entrar neste tal tanque de kafta, lakta, bakta, sei lá, eu terei um corpão igual ao de vocês? Serei adulta? Vou poder beber a vontade, dirigir embriagada e não precisar chegar em casa antes das nove horas, igual minha irmã mais velha? Hum..."
“Isso mesmo, seu crescimento sera acelerado ate a idade de 20 anos, e terá todos os direitos e deveres associados a esta idade”, diz a chefe das SP.
-"Ora, ora! Não pense que me esqueci de você! Já esqueceu o nome da sua esposa? Não é Sucuba, é Juliana! Ju-li-a-na! Ainda preciso te devolver para ela e cumprir a missão! Então, só fica por perto e não foge de novo, tá legal, coroa?"
Tião, que ainda estava traumatizado com suas esposa, leva as mãos a cabeça em agonia. Ele diz em tom baixo para Akachi, “você estará me mandando para a morte... Mas espere... Não destrua este guia de Charcot, Akachi! Poderiamos montar um deles apenas, parece que seria o suficiente para conter o excesso de saliência da minha esposa... Minha vida depende disto!”. A figura de Tião era deprimente, cheio de lagrimas nos olhos e magro como um palito. Será que a simples ideia de retornar o tinha deixado em frangalhos?
Heimart, cujo cérebro super-analitico sofria com a exposição a hiper-realidade, anda como se estivesse num sonho, e não fosse pela companheira raider, já estaria em uma vala de desconhecidos.
-Eu não sou da época de Jesus Cristo, nasci muito tempo depois no século das invenções, durante o auge da conquista marítima, penso um pouco e digo:
-aonde eu encontro uma biblioteca? uma universidade? uma basílica?
Babydoll arregala os olhos, e corre para junto de Heimart, abraçando-o muito forte e quase deixando-o sufocado em seu generoso busto. “Heimart, voce é um gênio! Os guias de Charcot só podem estar nestes três lugares: a biblioteca de Paris, a universidade de Paris, e a basílica de ... Saint Rocheford!”
Aproveitando um intervalo dos ataques dos zumbis germânicos extra-dimensionais movidos a vapor, Babydoll reúne seu time, mais Akachi, Heimart e Tião.
Em meios aos sons de explosões, biplanos voando rasantes e as hélices dos zepelins, ela pega um graveto e desenha um mapa no chão. Sua habilidade era grande, e ela tinha bastante atenção aos detalhes, colocando pedras retangulares no chão para demarcar os prédios, e inclusive cavocando o leito do rio Senna, e preenchendo com agua.
Blondie, que por sinal não tinha cabelos loiros e parecia latina, comenta baixinho para os raiders, “melhor deixar ela terminar, não querem ver ela de mau-humor.”
Depois de meia-hora ela termina.
“Muito bem, garotas e garotos, somos em numero de 8”, diz Babydoll, contando com os dedos, “ e temos 3 lugares para detonar. Quer dizer então que nos dividiremos, em 8 por 3. Que dá...”
“Quase 3”, complementa Rocket.
“Isso. Quase 3. Então?”
“Iremos em quase 3 para cada um dos lugares, Doll.”
“E o que isso quer dizer, Rockie?”
Tião, sem se conter mais, diz, “ei, que tal nos dividirmos em um grupo de 3, 3 e 2?”
Babydoll saca a pistola e o enfia pela boca de Tião. “Voce esta querendo insinuar que eu, por ser loira, bonita e gostosa, não tem capacidade de fazer uma conta matemática? Voce tem ideia de que isto é um preconceito vindo de uma sociedade machista arcaica e bruta?”
Porém antes que esta discussão possa ser resolvida, uma explosão atinge o solo, jogando todo o grupo pelos ares e caindo a alguns metros de onde estavam.
Um enorme construto de metal emergiu próximo, ainda com um dos tubos de foguetes fumegante. Uma voz carregada de sotaque alemão fala pelos alto-falantes.
“Sehr gut!!! Entao quer dizer que as vagabundas do Sucker Punch estão aqui também atrás dos guias de Charcot? Vocês tem medo de que virem escravas do Milesimo Reich? Não precisam se preocupar, vocês vao morrer aqui mesmo! Streiken!!!”
