Ato lll: Despertar na Umbra

Alice prestou atenção na conversa sobre tribos e tudo mais, mas sem conseguir absorver aquilo.
Era ainda muito longe das suas limitações... e se perguntava o quanto era presa por convenções limitantes.
Sentia-se quase como um Neo, lutando para livrar sua mente das amarras do que considerava real.
E via que muitas coisas não eram o que pareciam.

Virou-se novamente para Jana quando ela falou sobre o Escorpião...
Então ele queria destruir coisas... mas com que objetivo?

Virou-se para Gonzales conforme ele explicava sobre cabalas, e falava sobre a Morgana.
Teria sido tudo coincidência então... Estarem morando ali juntas. Não havia nenhuma relação o fato desse despertar?

Interrompeu seus pensamentos quando ele se aproximou para ver o email.

"- Presa??" - Comentou sem entender de que forma, que ainda assim enviava um email...
Endireitou-se na cadeira para responder, já que parecia ser uma conhecida dele... mas como tinha conhecimento dela?
Começou a digitar...

"- Oi... Estamos no apartamento onde moro..." - Digitou e olhou para Gonzales.
"- Como eu faço para responder isso??" - Pediu socorro.

Jana arqueou uma sobrancelha com as informações de Gendou:

- Ah, agora tudo ficou BEM mais claro! – disse em tom sarcástico.

Jana ficou um tempo calada e, do nada, soltou uma pergunta a Gendou:

- E você é de que “grupo famíliar”? Você tem um também? Só falta me dizer que é da Irlanda.

Jana percebeu que sabia pouca coisa sobre Gendou e suas origens. Considerava-o um amigo, mas até onde ele contou sobre seus antecedentes? Estava curiosa, mas não queria expô-lo ali.

Já Gonzales.... Jana bufou alto e revirou os olhos. Ela foi até ele e deu um leve tapa na nuca do mago velho, irritada com o comentário dele.

- Já chega de falar merda!

Ficou irritada com o “vocês meninas”. Detestava essas generalizações que giravam em torno de gênero. De qualquer forma, pensou que o que Gonzales falava fez certo sentido. Se um filme trouxe uma crença de que vampiros queimavam no sol, um livro poderia muito bem alterar esta realidade. E talvez por isso existiam esses tais de Kiasyd. Ou seja lá o nome deles.

Jana olhou Alice de relance enquanto Gonzales explicava sobre a Cabala. Ela esperava que a nova amiga confirmasse a desconfiança que ela também tinha: ela e Alice seriam uma Cabala agora? E por que Escorpião queria atrair cabalas?

Antes de responder Gonzales, ela olhou Alice e sorriu:

- parece que eu e você somos uma Cabala agora então.

E por fim, olhou para Gonzales, com o rosto fechado e um bico imenso, irritada:

- Meu Deus, Gonzales. Até os nazistas? Mas... Por que atrair Cabalas? Atraí-las deixa Escorpião mais forte? Como? Aliás, os nazistas acreditavam nisso também?

Jana balançou a cabeça em negativo por permitir-se embarcar nas doideiras do homem. Por fim, levantou-se e deixou Gonzales e Alice conversarem sobre o email, mas os ouvia atentamente. Sua atenção só foi distraída com Gendou se aproximando.

- De boa, Gendou. Temos que conversar mesmo. Muita coisa acontecendo e...

Ela olhou na direção de Alice.

- Eu vou tomar banho. – agora o rosto virou-se para Gendou. – Cuide dela enquanto eu me arrumo. Não deixa esse maluco fazer nada com ela. Ou deixar ela doida também.

Bateu de leve no ombro do amigo e foi para o banheiro tomar banho e colocar roupas secas.

Alice se distraía com as discussões e pensamentos absurdos...
Vampiros, lobisomens, Escorpião, cyberpunk? Ok...
Uma coisa ficava bem claro... o perigo que ainda os rondava.

Viu de relance emails da banda... como se ainda houvesse um fio de normalidade em sua vida...
Poderia ir para o ensaio? O quanto seria perigoso ter duas dela naquele tempo?
Que atenções isso poderia chamar?
Estava meio paranóica.

Ouviu então Jana comentando que agora eram um Cabala...
Não tinha pensado sobre isso antes... e era reconfortante se sentir parte de algo, ainda mais naquele momento que se sentia tão sem chão.
Sentiu-se aliviada e sorriu de volta para ela.
"- Tipo em Harry Potter? Harry, Roni e Hermione eram uma Cabala?" - Perguntou em tom de brincadeira.

Voltou-se para o computador novamente com as digitadas barulhentas do Gonzales.
"- Você conhecia o Tyler?" - Perguntou, meio apreensiva.
"- Depois que ele esteve aqui, tudo desandou..." - Disse irritada.
"- Ele sumiu com a Morgana e depois soube que ela estava morta..."
"- Quem era ele?"
"- O que ele estava fazendo com ela?"

Digitou o endereço, esperando que isso ajudasse eles de alguma forma.
Pensou na reação da Jana quando viu a catedral em chamas... precisava saber mais sobre ela e sobre aquilo...
E descobrir de que forma poderia ajudar...
Afinal, agora eram uma Cabala...

—A culpa disso tudo não foi do Tyler, Alice.... Eles estavam fugindo... Estavam tentando impedir que Akon, King, Ronald e Morgana fossem pegos pelos homens de preto...
Tudo isso é na verdade culpa do Nick, o Escorpião , ele quem vendeu a Cabala de Morgan e Tyler para os agentes da CIA que te prenderam. Não sei ainda se Morgana esta morta...apenas sei que a mídia diz isso...

Depois olhava para Alice, com uma expressão confusa.


—Você não sabe exatamente que horas são...?

Alice olhou para Gonzales.

"- Então eles eram todos de uma mesma Cabala feliz... aí esse Nick, que é o escorpião, se voltou contra eles e entregou todo mundo?" - Questionou.
"- Por qual motivo?"

Ele então pergunta que horas são, e ela nem tinha ideia. Virou-se novamente para a tela e abriu o relógio do computador para verem.

(Gente, desculpa a demora. Muita coisa acontecendo em pouco tempo e me forçando a ficar away do fórum =(( Vou me policiar)

Jana olhou para Gendou. Guardou aquela palavra e quando estava se dirigindo ao banheiro, ela fez as recomendações que queria: orientou que Gendou cuidasse de Alice enquanto ela estivesse ocupada.

“Arranca a cabeça dele, se for preciso.” Completara para o Lobisomem. Olhou feio para Gonzales. Não. Não ia muito com a cara dele.

Por fim, abrindo a porta do banheiro e entrando do mesmo, disse enquanto terminava de fechar a porta:

- E depois me explica também o que é Gnose.



Jana fechou a porta atrás de si e olhou para o banheiro. Seus olhos passaram por cada móvel e por cada peça que compunha aquele cômodo: a pia e o espelho que ficava sobre ela, assim como os objetos que estavam sobre a mesma. O vaso simples e os cestos de roupa suja e lixo do local... Os pisos do banheiro e os azulejos que compunham as paredes. Os olhos foram até a banheira e o chuveiro.

Jana suspirou e retirou as roupas molhadas e abriu a água corrente do chuveiro. Ouviu a água bater no material da banheira e começava a sentir o vapor se formar devido à temperatura da água.

Jana tinha o coração pesado, mas, de alguma maneira, o reencontro – sim, sentia que Alice era uma amiga, uma parte sua há muito perdida. Logo, não foi apenas um encontro. – com Alice trazia certo conforto. Entretanto, pensar em sua família trazia agora um desconforto. Lembrava-se do rosto de sua mãe e das palavras de sua avó. E elas estavam tão fortemente impregnadas em Jana que ela sentia como se fosse uma cicatriz que voltara a doer.

A moça primeiro tomara um rápido banho e deixou a banheira encher. Deu-se o direito de relaxar um pouco na banheira quando sentiu... Não! Já sentia uma estranha presença. Não bem presença, mas sentia sua cabeça latejar e uma certa confusão de pensamentos. Tudo que vinha antes de algum tipo de contato ou qualquer coisa relacionada à magia que ela não sabia bem controlar.

-Ah, não....

Lembrou-se dos rituais e conversas relacionados a espíritos e pedidos que sua família sempre falava. Jana apertou seus olhos enquanto tentava relaxar dentro da água. Sentia a aproximação de alguma coisa que queria dizer algo. Era quase palpável.

Jana suspirou e primeiro, tentou olhar para as superfícies, como o espelho e os próprios azulejos. Tentava abrir algum canal de comunicação.

“Deixa eles virem” Disse a si mesma.

Depois, olhou seu reflexo na água da banheira. Concentrou-se nas lembranças que tinha de sua família e da viagem que passara. Lembrou-se de Escorpião também. O que queriam dizer a ela? Ela concentrou-se e por fim, disse, baixo:

- Podem me dizer. Eu estou pronta.

Só esperava que não a levassem, nua para algum lugar estranho. Sabe-se lá o que esses poderes podiam fazer.

Alice observava Gonzales enquanto ele falava sobre o escorpião, e não percebeu a aproximação de Gendou.
Percebeu o incômodo quando ele parou de falar, mas logo em seguida o lobisomem o pegou pelo colarinho.

"-Eeeeei!" - Reagiu apressada, vendo a confusão se iniciar novamente entre os dois.
Exatamente como na umbra... Seria possível?

Mesmo sendo menor, tratou de se enfiar entre os dois, tentando separá-los.
"- O que há entre vocês dois??"
"- Parem com isso!" - Tentava ser imperativa.

Poderia ser uma influência de espíritos novamente?
Se fosse, estariam atrás da Jana novamente?

Empurrou os dois com a força que tinha, tentando afastá-los mais, e passou entre eles, indo até a porta do banheiro.
"- JANA?" - Gritou alto.
"- VOCÊ ESTÁ BEM??"

Enquanto esperava uma resposta, ficou observando os outros dois, na expectativa de que se acalmassem.

Jana tentava concentrar-se mais. Ouviu a voz de um homem chamado Clement e ele conversava com outra pessoa. Jana fechou fortemente os olhos, enquanto sentia a água correr por seu corpo. Tentava, de alguma forma, usar o elemento como catalizador.

“ Se o maluquinho diz que filmes e livros mudam a realidade, quem sabe se eu pensar que a água ajuda a catalisar, que nem no Constantine... Vai que me ajuda a ir além.”

E ficou mais alguns minutos tentando concentrar-se.

“Perigo?...” Que perigo que Jana estava? Sabia que os espíritos malignos queriam pegar sua alma, mas.. Alice estaria em perigo também? Detestava admitir, mas precisaria da ajuda de Gonzales para entender mais sobre sua natureza e seus laços.

A moça estava absorta em seus pensamentos. Achou que o som de gritos e de briga era algo que estava captando de algum outros planos, até que...

Ouviu a voz de Alice. Jana abriu os olhos rapidamente!

-ALICE!! O QUE HOUVE?

Jana saltou para fora do chuveiro e secou-se rapidamente. Vestiu as roupas de forma rápida enquanto gritava para Alice, preocupada, que estava bem e que já estava saindo.

Quando abriu a porta, olhou sua amiga e sorriu, embora ainda estivesse aflita. Seu sorriso fora de alívio por ver que Alice estava bem.

-Que houve?

A mulher não precisou responder. Jana ergueu os olhos e viu Gonzales e Gendou brigando. Ela estreitou os olhos e enquanto partia para cima de ambos, metendo-se no meio deles, concentrou-se na sorte que havia lido em algum jornal, sobre o horóscopo: Sabia que hoje seria um dia repleto de embates, mas todos se resolveriam. Bastava alguém estar disposto a ceder.

“Ceder”. Jana colocou a mão no peito de Gendou e o afastou, enquanto colocava a outra mão no peito de Gonzales. Irritada, afastou ambos e não saiu do meio dos dois.

-CHEGA!!! Eu não sei porque vocês estão brigando, mas temos problemas maiores agora!

E ela empurrou um pouco mais Gonzales. Ceder poderia ser, bem, uma leve queda para evitar uma briga. Olhou feio para Gendou. Os olhos negros penetrando os azuis do Lobisomem

- Já falei: AGORA NÃO É HORA!

Ceder também poderia ser reconhecer, realmente, que não era a hora. Jana esperou a reação de ambos.

Uma briga começa e a primeira coisa que pensa é que há alguma culpa em forças espirituais que viram recentemente... Alice tentou empurrar os dois, mas eles eram bem fortes, mesmo a garota sabendo se defender um pouco com alguns clinchês e socos que aprendeu no boxe notava que estava diante de dois lutadores não só mais fortes como também melhores que ela.

Várias batidas na porta interrompem não só o banho de Jana, como também a conexão que ela estava começando a formar com entidades sombrias que rodeiam seu coração há muito tempo e meio que sem saber, Alice a salvou delas.

Ambas sentem a presença opressora, mas por um instante, Alice percebeu na alma de Jana que essas entidades eram malignas e sedutoras.

Jana tem o cuidado de se vestir o mais rápido que pode, o que levou algum tempo diante do desespero de Alice, apesar da Eutanatos falar que esta tudo bem.

E pouco depois  antes de sair pela porta e se unir aos demais na briga...

—Você disse que eu poderia arrancar a cabeça dele se fosse preciso.
Comentou Gerdou conforme ouvia os protestos de Jana.

Gonzales olhou feio para os dois, sem dizer nada meramente pegou a toalha e andou até o banheiro... não perguntando de quem seria a vez de tomar banho e entendendo que Jana já havia terminado.

...espíritos de vários tipos tentaram adentrar o quarto, apenas Alice notou isso e o perigo que isso estava gerando. Já Jana sentiu-se incompleta por não ter entrado totalmente em comunhão com eles quando estava tentando faze-lo enquanto estava tomando banho...

Gerdou então continuou.

—Ele é realmente um risco, precisamos mata-lo... O propósito dele já foi realizado, que era fazer Alice ver que existe um mundo além desse, um mundo onde ela esta inserida graças aos seus antepassados dentro dos Garou... Agora ele já cumpriu o seu propósito e é um sujeito perigoso.

Alice tentou empurrá-los, mas se deu por satisfeita de apenas passar por eles...
Ficou aliviada aliviada quando Jana respondeu e saiu do banheiro.
Ao mesmo tempo, sentiu-se meio culpada... como uma criança dedurando os outros para a mãe.
Estaria agora se apressando em suas conclusões? O que tinha visto na tal "umbra" poderia agora estar ali entre eles?

Gostaria de apenas acordar daquilo, mas pelo que as pessoas ali com ela tinham dito, agora era que ela estava de fato acordada...

Quando Gonzales passou para o banheiro, Alice deu um olha como se estivesse se desculpando.
"- Gonzales... Eu não sei se estou certa, mas acho que existem espiritos nos influenciando aqui..."
"- A nós e a eles também..."
"- Fique atento a qualquer mudança de humor, ou de percepção enquanto estiver sozinho."
"- E chame se precisar..."

Caminhou até onde estavam Jana e Gendou.
"- Qual é o seu problema com essa história de "matar, matar" o tempo todo?"
"- Já entendi que você e o Gonzales tem uma história ruim, mas ele me ajudou tanto quanto vocês..."
"- Eu... Diabos!" - Disse irritada.
"- Nem sei o que pensar... estou paranóica! E você e ele se comportando dessa forma não ajudam nada!"

Sentou-se em sua cama e olhou para Jana.

"- Eu sou muito grata! Sem vocês, e nisso eu incluo o Gonzales, eu agora estaria morta... morta feito a Morgana..."
"- Mas esses dias tem sido uma vida que eu não quero viver... Vai ser sempre assim?"
"- Fugindo, se escondendo... fingindo entender um monte de coisas malucas?"
"- Como é possível ter um pouquinho de normalidade nisso tudo?"

Jana tentava conter Gendou, enquanto ouvia-o protestar. A mulher usava as forças que tinha e com o olhar extremamente nervoso, respondia à altura para o Lobisomem:

-Eu disse que SE FOSSE PRECISO! Não parece ser preciso!!

Ao ver o comportamento de Gonzales e perceber que o mesmo se afastava para ir para o banheiro, a Eutanato, calmamente e devagar, foi afrouxando as mãos em volta dos braços de Gendou. Os olhos negros encaravam o rosto branco como uma lebre de seu amigo:

- Então, basta deixarmos ele ir embora, por enquanto. Se ele fizer qualquer coisa que nos ameace, eu mesma vou arrancar também a cabeça dele!

E perdida em seus pensamentos, ouviu a voz de Alice. Era estranho. Sentia realmente como se algo tivesse sido afastado quando sua nova amiga – mais que isso, era uma... irmã? Não. Não somente isso também – falou com ela. Jana piscou os olhos e balançou a cabeça. Será que....

Lembrou-se no banheiro de ouvir vozes e de pouco a pouco estar sentindo-as, quase como se estivesse a ponto de romper o véu que os separava. Aquilo a irritou, mas ela respirou fundo. Será que havia realmente algo entre eles? Lembrava-se dos espíritos que queriam chegar a seu coração.

-Eu... Sinto muito.

Jana falou, finalmente, enquanto soltava Gendou e apenas fez um afago no braço do rapaz, levando-o até uma cadeira vazia e sentando-o lá. Olhou com carinho para o amigo e depois, foi até Alice e colocou uma das mãos em seu ombro, querendo acalmá-la.

-Eu...Não sei. Só sei que fico pê da vida com muita coisa que talvez.... – suspirou. – Não tenha motivo.

Acompanhava Alice com os olhos e lembrou-se de sua família. Não sabia bem como responder.

- Eu... Acho que as coisas não voltam ao normal. Nós que nos acostumamos.

Jana suspirou e sentou-se ao lado de Alice. Pegou uma das mãos dela e sorriu.

- Mas pensa que agora, podemos trapacear pra fazer as coisas mais amigáveis a nós.

Soltou a mão da moça e olhou em volta.

-Teria algum baralho por aqui?

Acalmou-se com Jana colocando ordem no lobisomem... e ainda sentiu que esse pensamento parecia estranho... "o lobisomem"...
Suspirou quando Jana falou que talvez as coisas não voltassem ao normal, mas que ela se acostumaria...
Pelo menos no momento essa não parecia uma boa perspectiva...

"- No lugar onde estávamos... na umbra..." - Olhou para Gendou, para confirmar se o termo estava correto.
"- Eu conseguia vê-los, todos esses espíritos... mas aqui... Acho que só consigo sentí-los..."

Quando Jana se sentou ao seu lado, acabou apoiando sua cabeça no ombro dela.
Fez de modo natural, mas depois se perguntou como passou a sentir tanta proximidade dessa forma...
Compartilhavam uma ligação sobrenatural, pensou.
E estava muito grata por terem se encontrado, ainda que toda a situação fosse desagradável.
Sentia que Jana se sentia da mesma forma, e sorriu de volta quando ela pegou sua mão.

Quando a amiga se levantou, Alice apontou para uma portinha sob a mesa do computador.
"- Guardamos ali todos os jogos... baralho, dominó, jenga..."

 
     
     
 

Características: Alice é uma jovem de 22 anos, nascida em Quebec, mas criada em Portland. É estudante de atuação, e baixista amadora na banda Under Sun, da faculdade onde estuda, em Massachussets.

Alice caminhou até a janela e ficou observando a rua... Lembrou-se de quando viu Morgan e Tyler correndo após escaparem por essa mesma janela. Aquele foi o dia que deu início à toda a loucura que veio depois... "- Eu acredito que consigo sentir os espíritos ao meu redor... mas acho que nunca tinha visto, como lá na umbra." "- Será que em circunstâncias menos nervosas... podemos voltar para lá?" "- Como poderia fazer para entrar lá novamente?" - Perguntou interessada. Debruçou-se no parapeito. "- Outros metamorfos seriam como você, mas de outros animais?" "- Do mesmo jeito? Que conseguem ficar na forma humana?" Puxava conversa, mas estava um pouco distraída, sentindo o vento no rosto e no pijama ainda úmido.

Alice olha para o espelho, sua mediunidade é seu foco para toda sua mágika, ela sabe que pode agora ver e sentir os espíritos ao seu redor graças ao seu refinamento pessoal, seu "Arete" como diziam os filósofos gregos que influenciaram a tradição hermética.

A recente experiência na Umbra aguçou seus sentidos que já há alguns anos ouvia fantasmas e vi o que outras pessoas não poderiam ver.
Desconfiada da mudança de atitude de Gerou, sua paranóia se fez correta.

Um uivo parecia percorrer a realidade além da matéria, a jovem artista sentia que as almas das duas deviam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia reunirá?

Não, não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos, da concórdia resulta a completa felicidade.

Enquanto segurava a carta, via nos reflexos uma onda de pessoas gritando em desespero ao redor de Jana... eram mortos que pareciam agora estarem também vinculadas à alma da própria Alice... Pelos espelhos do quarto, ela notava também que a própria Jana não tinha mais seu próprio reflexo, além disso, sentia como se a nova aliada não tivesse saído do banheiro depois que entrou para tomar banho.

—Acho que devemos ir embora pelo espelho então, Gedou. Vamos embora enquanto aquele doido esta no banheiro

Retrucou Jana, em um tom parecido com o que ela falava antes de entrar...
Mas essa não era Jana...
Não mais...

Alguma coisa aconteceu antes dela sair do chuveiro...
Alice tinha certeza que almas tinham se apossado do corpo dela e Gerou, que ainda tocava o ombro de Pelettier parecia satisfeito com isso.

Um medo percorreu a espinha da jovem, que graças ao seu curso de teatro, conseguiu fingir não sentir.

 
     
     
 

Características: Alice é uma jovem de 22 anos, nascida em Quebec, mas criada em Portland. É estudante de atuação, e baixista amadora na banda Under Sun, da faculdade onde estuda, em Massachussets.

Não sabia como deveria agir... Como poderia expulsar aquelas almas que as rondavam? Como poderia ajuda Jana, que justamente era quem ela acreditava que tinhas as respostas...? E Gendou... Era uma aliado, mas era perigoso também... O inexistência do reflexo de Jana a tinha assustado... E porque agora falava em ir para a umbra? O que poderiam fazer lá? Sabia que precisava impedir... mas como? Deveria ter fé que Gonzales a ajudaria novamente, e estaria sempre alerta? "Ele sempre está vigilante", pensou consigo mesma... "- Acho que Jana tem razão, Gendou... Mas ele iria nos seguir." "- Eu tentei te impedir antes porque achei que era errado... mas talvez se você cuidasse dele, poderíamos realmente seguir em frente..." - Disse com um grande peso na consciência. Se conseguisse distrair Gendou, talvez pudesse de alguma forma livrar Jana daquelas influências ruins. Era tão frustrante ser novata!