Mythology - Capítulo 1 / Efeito Borboleta

Siara fica surpresa ao ver a verdadeira face do mascarado, de fato era um pouco aterrorizante. Mas por algum motivo ele os tinha ajudado, então merecia uma chance.  

-  Por enquanto não... Mas nos diga, porque está aqui nos ajudando?

Siara se aproxima de Anemona e diz em seu ouvido:

- Mestre Biron não me falou de uma peça desse tipo.

Em seguida, a felina fica observando a reação daquele homem estranho. Queria saber mais informações sobre ele, pois era preciso tomar cuidado, ainda mais em uma missão do tipo. Embora era necessário dar um voto de confiança a ele, já que os tinha ajudado bastante contra a gosma nojenta.

A máscara é colocada de volta em seu rosto.

- Por que estou aqui? o silêncio renasce enquanto ele ajeita seu capuz formando novamente a figura de uma máscara viva.

- Estive andando por estas terras distantes por algum tempo... a máscara se dirige para o horizonte na direção do penhasco formando um novo silêncio.

- E por todo esse tempo pesquisando e obtendo informações descobri que o que quero só conseguirei se obtiver ajuda e ... a máscara se dirige a felina.

- Enquanto prosseguia minha jornada me perguntando como conseguiria este tipo de ajuda, encontrei vocês.

Sua pausa inundou em silêncio. Provavelmente esperando uma possível resposta das duas mulheres que ali estavam.

Siara fica curiosa para saber qual era a busca do mascarado, talvez tivessem algo em comum ou talvez não tivessem nada em comum. Ela passa a mão no topo da cabeça para endireitar o pelo entre as orelhas, depois faz uma nova pergunta ao mascarado:

- Entendo, então só me diga o que busca. Talvez seja o mesmo que nós.

Anemona permanece junto a Siara, até parece se esconder atrás dela, e apenas observa o homem estranho que a pouco havia retirado a máscara. Era assustador, mas como ele não demonstrou hostilidade e havia ajudado o grupo, a dançarina apenas ouvia-o.

- Mo... moço... a Siara tem razão... buscamo algo... lá - e após gaguejar um pouco, ela aponta para a torre. Queria ficar junto de Lexus, mas não tinha forças para ir até onde o amigo estava.

Os olhos brilharam por de trás da máscara enquanto a mesma se mexia em direção à Torre.


- Hum... Eu busco um artefato que foi criado há eras atrás. Ele me ajudará em minha jornada de volta para casa... Preciso dele parar as maldades de um ditador que comanda minha vila. 

Sua voz parecia distante, como se estivesse lembrando de algo.


- Meu povo está contando comigo para interromper o abuso de suas maldades. Talvez ele esteja nesta torre também. Seu local é um mistério. Tenho estudado pergaminhos antigos de uma língua há muito tempo morta. E os mesmos estão espalhados pelo continente. É provável que mesmo que o artefato não estando lá, encontrarei ao menos mais uma pista...

Siara fica pensativa, não sabia se seria certo confiar nele. Mas seria bom ter mais ajuda quando fossem na torre. Então depois de coçar os pelos do topo da cabeça, disse:

- Está bem, nós também vamos para aquele torre deter um grande mal no mundo. E o inimigo de meu inimigo é meu amigo.

Siara vira-se para os outros e pergunta:

- Todos concordam? Levamos o mascara...o senhor Morrigan... na Torre conosco?

A pergunta de Siara ficou no ar, uma risada macabra tomou o terreno, era uma voz conhecida:

- Hahahahahaaaa!!! Vocês crianças acharam que me venceram com estas técnicas idiotas, eu disse que transformaria vcs em meu tapete da sala, acharam mesmo que eu era uma gosma? Alguns seres possuem habilidades animalescas, dos insetos o mais belo e maravilhoso é a borboleta, ela é capaz de mudar de forma.

Metamorfose.

Do precipício uma luz dourada subia e logo o grupo pôde ver seu adversário emergir em uma nova forma.

- Agora vocês mereceram ver meu verdadeiro rosto, meu nome é Myu!!! Sou um dos 4 Reais, preparem-se, daqui vocês não passam... Hahahahahaaaa!!!! Eu Myu Papppillon a Borboleta da morte vou arrancar a dignidade de vocês heroísmo não terá vez aqui morram!!!!!

Myu:

Era belo, mas sua energia maléfica era grande, o grupo teria muita dificuldade de enfrentá-lo com certeza, Abu se adiantou colocando sua mochila de lado e no chão, ele apontou para ela a fim de que o grupo ficasse com ela.

Lexus também emparelhou com Abu e fez o mesmo, duas mochilas no chão, a de Lexus e Abu.

- Nós dois ainda não fizemos nada ainda, este adversário é muito poderoso, Lexus!!!

- Não temos escolha!!! Senhorita Anêmona!!! Me desculpe é possível que não consiga acompanhá-la, depois quem sabe poderemos nos encontrar mais pra frente.

Myu levantou um de seus braços, um vento forte e poderoso envolveu o grupo, seria uma magia poderosa, Abu e Lexus correram ao mesmo tempo, Abu que soltara o aprendiz de mago anteriormente fez uma amizade, não teve escolha.

Os dois se lançaram de frente contra Myu, então seguraram a borboleta da morte, os dois concentraram suas energias e logo uma explosão de luz dourada os acometeu...

- Vá agora senhorita Anêmona!!! Não sei o que está acontecendo, mas deve ir... Adeu...sss...

A Explosão abafou as Palavras de Myu que não acreditou no que acontecia!!!!

Depois da explosão um silêncio, os três foram jogados longe, Myu, Abu e Lexus desapareceram, sem deixar vestígios.
O vento invocado por Myu também deixou o local...

Siara fica com as orelhas em pé ao ouvir a risada macabra. Talvez tivessem perdido muito tempo conversando, pensou enquanto ouvia toda aquela fala da voz conhecida. Logo finalmente conheceu quem era a borboleta.

Antes que pudesse reagir ao ataque, Abu e Lexus se adiantam. Quando os dois somem de repente, Siara fica boquiaberta.

- Não! - Grita a felina mostrando seus caninos.

Porém já era tarde, Siara não podia fazer mais nada.

- Eles se foram... - Diz com pesar - Parece que vamos precisar mais do que nunca da ajuda de Morrigan.

Siara agora lança um olhar ao mascarado, depois para Anemona:

- Tudo bem? Vamos terminar isso por eles, talvez haja uma forma ainda de salvá-los...

A gata Siara havia feito uma pergunta que Anemona não respondeu, pois estava preocupada com Lexus. Ela iria se aproximar dele para dizer algo, mas uma voz terrível e desprezível já conhecida por eles fez a jovem virar incrédula na direção do som. Não podia ser, a geleca do mal estava de volta e travestida de borboleta. A coisa proferiu algumas palavras que foram sem importância para a jovem de olhos violetas, pois sua mente e coração foram tomados por sentimentos e pensamentos confusos.
Abu se afasta brevemente e sinaliza para sua bolsa e, ao notar que Lexus faria o mesmo, a garota se aproxima dele e o abraça. Algo dentro dela já sabia o que aconteceria a seguir:

- Tome cuidado Lexus - disse com voz chorosa - não morra por favor - ela arrebenta um dos botões de sua roupa e coloca nas mão do mago - isso é para me manter perto de você, não tenho nada de valor, mas... eu... vou esperar por você - e deu um beijo rápido nele e se afastou.

Foi tudo muito rápido, a despedida dela, o ataque deles contra o senhor borboleta gosmenta e a explosão. Lexus se despediu dela e desapareceu junto com Abu. Suas últimas palavras foram para ela e ela não deixaria aquilo assim, faria de tudo para vingar Lexus e Abu.

Anemona ficou parada olhando para o local da explosão, lágrimas molhando seu jovem rosto, ela nem respondeu à guerreira gato, era óbvio que não estava nada bem.

- Morrigan pode vir com a gente - foi uma resposta automática e sem emoção. Ela seguiu sem pestanejar em direção à torre - irei vingá-los.

O grupo então prosseguiu viagem com Morgan em eu time, um clima melancólico tomou as garotas, afetou mais Anemona que tinha mais contato com Lexus, agora se dirigiam até a Torre da Maldição.

Atravessaram as montanhas, nos pertences de Abu havia comida com o qual o grupo se virou por um tempo, Morgan também havia dividido a dele com o grupo, o ser grotesco estava viajando a tempos e se virava como podia, Siara também havia mantido um estoque de alimentos antes de sair do templo.

Passaram alguns dias nas montanhas, e finalmente conseguiram atravessá-las, estavam ainda em regiões montanhosas mas prestes a chegar na torre, Siara tinha um mapa e nos pertences de Abu também, o que mais intrigava o grupo era que o Youkai Abu tinha algo mais, ele possuía uma carta do qual dizia que havia uma bruxa na Torre, o seu grupo fora contratado para exterminá-la, Abu era um mercenário, segundo a carta, havia uma bruxa na torre que devia ser eliminada por cometer crimes de assassínio, Abu também possuía uma figura da joia que Siara carregava, era um papel com o desenho da joia, no papel havia um selo de contrato.

Símbolo Selo:

Geralmente os contratos de mercenários eram selados com o simbolo do contratante, aquele sinete era o sinal que mostrava para quem Abu trabalhava, poderia ser que ele além de ter o dever de matar a bruxa que habitava a torre da maldição também tinha o dever de achar a joia, para o que, não se sabia...

Estavam se aproximando da grandiosa Torre, ela já aparecia no horizonte, o trio conversava enquanto caminhavam, estavam próximos, as descobertas intrigavam as garotas, mas embora descobriram algo outras coisas ficavam ainda mais obscuras e novas perguntas surgiam.

Torre Da Maldição:

A noite estava caindo e nuvens pesadas e negras estavam por cima da Torre, mais 500 metros e o grupo chegaria diante dela.

Isso era completamente novo para a jovem Anemona, a garota circense, que sempre sorria, sempre via o lado bom das coisas e das pessoas e que nunca sentira tanta dor, tanta perda de uma só vez. Não tinha notícias de seus pais – e evitava pensar no pior -, seu melhor amigo tinha se voltado para o mal, sua casa fora destruída e agora via seu mais novo amigo desaparecer, talvez para sempre. Aquelas pessoas que andavam com ela não conheceram a verdadeira Anemona.

Nos dias que se seguiram, a garota andava distante deles, quieta e com frequência ficava fitando o nada. Seu sorriso não foi visto por dias. Seguiu Siara e Morgan como tinha de ser, até mesmo porque ela queria vingança também. Por uns dias esse sentimento ruim deu forças para ela seguir.

As cartas de Abu pouco diziam para ela, mas observou o sinete para ver se reconhecia de suas andanças, apesar de ela nunca ter prestado muita atenção a essas coisas. E bruxa? Iriam enfrentar uma bruxa? Se ajudasse a aliviar sua dor, ela o faria. Só não sabia como, pois luta não era o seu forte. Observava Siara e via nela uma lutadora eficaz e Morgan tinha seu estilo com as pistolas, mas e ela? Como poderia ajudar?

A torre já estava visível e Anemona se animou, por fim aquilo estava prestes a acabar. Desejou ter suas argolas de fogo, mas só podia contar com a adaga dada por seu pai. Apertou a arma que estava presa à cintura.

- Siara. Morgan. Meu desejo é correr e entrar de uma vez naquele lugar, mas não seria prudente, não é mesmo? – por fim a jovem se manifestava em dias, demonstrando seu desejo de seguir em frente ao mesmo tempo em que a razão lhe voltava. Era possível ver um brilho de fúria nos olhos lilases da dançarina.

Ela juntou algumas pedras, só por garantia. Tinha boa mira e podia usa-las.

- É só o que tenho: uma adaga e algumas pedras. Não esperem grande coisa de mim, mas darei o meu melhor pela causa.

Siara percebe que a jovem circense estava abatida nos últimos dias, porém ela não era muito boa para consolar as pessoas. Quem era bom nisso era seu mestre. Queria que ele estivesse lá, mas também sabia que tinha que seguir seu próprio caminho. Muitos foram perdidos nessa caminhada e agora tudo que ela queria era cumprir sua missão o mais rápido possível, sem perder ninguém.

As cartas de Abu era um mistério, talvez ele estivesse do lado das trevas e queria roubar a joia, mas também podia não ser isso. Porém também indicava que havia um bruxa por ai, isso podia ser preocupante.

Ao chegar a torre, Siara sente que está no caminho certo. Mas percebe que Anemona não parecia confiar muito em si mesma. Então vai até a garota e diz:

- Anemona, eu aprendi uma coisa, sempre acredite em você mesma! A força está no acreditar, não nos músculos. Vença a si mesma e vencerá os inimigos. Nosso pior inimigo é nós mesmos. Quanto mais fé tiver, mais forte você será. Eu acredito em você!

Depois volta a olhar para a torre e diz:

- Acho que podemos entrar pela porta da frente, não tenho habilidades de furtividade.

Anemona fica agradecida com as palavras de Siara e entende o gesto da moça gato, mas ainda assim era difícil.

- Entenda Siara - começou - eu sou uma pessoa confiante, mas nas coisas que eu sei, nas que eu conheço... Agora tudo me parece grandioso - suspirou - é complicado - olhou para a torre - eu... eu disse que vou me esforçar, não disse? - ela não quis ser mal educada e suspirou outra vez - eu agradeço suas palavras... Eu... Eu só preciso me recuperar, está bem!? - e esboçou um sorriso fraco.