A alcateia que falta

Antes...

Foi uma coisa linda as últimas semanas que passaste ao lado dos seus, muito bem nomeados, Algozes no Escuro. Conflitos e caçadas foram tantas que Franco desistiu de contar após a terceira. Felizmente, diferente dos outros, é o que menos tinha vida social para equilibrar com o mundo de Uratha. Para ele, o mundo é Uratha. Claro que isso implicaria perder dinheiro de vez em quando então foi preciso manter algum resquício de equilíbrio com contatos antigos, sendo um bouncer ali, um tira-teima lá. A polícia era a pior parte. Ex-presidiário não tem lugar no mundo nem pode aparecer por ai. Ele era o que o mundo quer esquecer. Mas ele tinha um mundo com a alcateia.. Ter ela formada era uma surpresa imensa para seu mundo. Parte dele acreditava que sempre ficaria ligado com a Legião de Sangue e que o momento com o grupo no território era passageiro, mas não foi.

Era muito "legal" para Francis que cada um tinha um pedacinho do que era de si para dentro da alcateia com os Sangue de Lobo. Gostou da Silvia se juntar, especialmente pelas chances do off-time deles, e tinha que lidar ela com o Joe. Silvia sabia o que era o mundo de Uratha, então Franco se colocou entre eles para tentar engrenar que o rapaz seria seu afilhado na situação. Ela poderia prender? Sim. Mas pedia que tivesse uma hora certa, diante do totem e diante do que o rapaz passava. Franco iria fazer um lobo dele, de uma forma e de outra, e foi maior parte da sua dedicação. O rapaz não era esperto ou ambicioso, então Franco colocava mais dele mesmo que podia na cabeça do garoto...

Mundo era mudança e o Cahalith estava abraçando ela, um pesadelo e dia por vez.

O lobo era alimentado da violência , mas nunca satisfeito. Como um Guarra Sangrenta, liderar as caças - ainda que dividido com Shaw, detalhe - era um sonho. Nunca oferecer uma rendição que não aceitasse, ele carregava para a luta e urrava junto dos seus colegas. O Cahalith não era só a lua da criatividade, como também a Lua Gritante, um dom que aprendera em de um luno que caçou. Ele se sentia o monstro da caçada, o pai do terror e medo. Toda emboscada era iniciada com o uivado de um homem louco semi-nu, em dalu, pronto para arrancar um olho ou dois... Irônico, pois perder um olho ou dois foi o que deu o início à sua transformação. E agora ele estava ali ao mundo...

Agora...

O número reduzido de presentes incomodava bastante Franco. Ele gostava da outra galerinha, ele gostava dos números e das personas que se tornam histórias. Mas claro, todo mundio tinha mais o que fazer. Churrascos que não visitaria.

De qualquer forma, estava ali sem piadas, seu olhar focado na reunião, arregalados, mas estoico. Sem sorriso, sem nada. Os acontecimentos dos últimos meses traziam uma tensão não dita, especialmente com Olhar Curioso desarmado - trocadilho intencional - na reunião. Os Puros não estavam para brincadeira, mas nem nós.

Para isso, os alfas se reunem no centro, era somente justo que Franco andasse também fosse para ali. Mas destino não era para uma descida tranquila, já que Connor também faz seu caminho ao centro. Franco não cessa e se vira ao colega. Ambos sabiam o que significa os dois estarem ali. Uma pena ser na frente de todo mundo. Franco era mais voz que Shaw era e também liderava as caçadas. Axel e Ethan estavam bem onde tinham que estar com seus papéis. Connor era a imagem cuspida do que um alfa seria no sentido mais esteriótipo da palavra, e não descia tão bem isso para Franco. Essa história já foi contada assim em vários lugares e não seria o caso com Francis, não.

Ele conhece a própria história. O underdog. O ex-condenado. Aquele que saiu das correntes, qual foi rasgado para se transformar. Alguém como Connor, com família de Uratha é bem mais... privilegiado. Para Francis, não se tratava os músculos ou quanto tá inserido, mas como lidar com o grupo e com a alma daquela alcateia... e ele seria essa pessoa. Ele sabe que é essa pessoa.

Franco sorri, deixando os braços mais abertos, as costas um pouco mais curvadas - Se fosse alguém, imaginei que seria você mesmo.

Franco enxerga a linguagem corporal de Axel da mesma forma como uma mãe vê uma criança que veio contar que estava brincando de bola dentro de casa e acabou derrubando o vaso de vidro caríssimo. Mas, diferente da criança, ele falou algo sério. Franco ficou mais alguns instantes em sua posa, parecia pronto para saltar, então se desarmou e ficou reto - Porra, pior né. Heheheheh...

Franco deu um tapinha no ombro de Connor e voltou para o lugar de antes.  Talvez para as pessoas ao redor achassem que Franco não sabia o que estava fazendo, ou que não se importava com as marcas, ou com tudo. Mas o juramento não estava errado. Seria a melhor hora para questionar, mas talvez cedo demais para fazer. Neste momento, o juramento dizia o melhor caminho a se tomar.

De uma forma que podia ser perdido na expressão de louco do Franco, ele se sentia até melhor com a forma que fez de voltar e o aperto no ombro do Connor. Não sabe como vai ser, mas por ele, nem precisaria conversar sobre isso depois.

Não tínhamos discutido sobre quem seria o Alpha...

No que Franco ouve isso, fazendo caminho de volta para o grupo, ele se vira para Ethan e faz como se tivesse uma marionete de mão falando - .. blabla... - antes de se virar em um canto e sentar. Ethan roubava toda animação do Cahalith.

De início, Franco não daria tanta atenção a reunião e ficava inquieto tentando se arrumar no que estava escorado. Foi só quando Garras de Ferro estava falando dos espíritos da presa que ele voltou atrás e caiu a ficha. "Caralho... mataram totem do cara", pensou. Nem pensava naquela possibilidade depois de conhecer o Caminhante Noturno. Espíritos eram porradeiros. Espíritos eram fodas. Uma carne falando e absorvendo espíritos? Aí tá uma presa que ele queria pegar com as mãos... Se fosse um Mestre de Ferro. Por hora... Já o caçador parente de sangue de Garras Sangrentas... Sangue subiu. Não se trai o lobo. Sorriso no rosto do Franco começava a nascer pensando no que podia fazer com um babaca desses.

Agora, quando o Garras de Ferro pediu o que pediu, Franco saiu da posição de conforto e focou toda sua atenção para Connor. Ele queria seu alfa dando uma resposta digna ao pedido. Nessa altura, ele já não achava o Garras de Ferro alguém confiável: estufou o peito e pediu o braço da galera. Querendo ser um exibido filho da puta isso sim.

Nós vamos saber onde e quando. Urum da Takus irmão.

Satisfatório. A situação era punk. Franco pode aceitar. Válido. Chuchu beleza. Mas vai querer ter uma palavrinha com a alcateia depois. Onde e quando, ok. Sem a nossa companhia?... Ai Franco não gosta.

Logo, o grupinho que entrou fez o caminho para fora e o pessoal se colocou a falar. A ideia da traição já deixou Franco puto de cara, mas sua expressão foi de raiva para excitação imediatamente quando o Trovão clamou sua intenção. Sem notar, Francis estava esfregando um sabonete invisível na mão próximo a Shaw e foi parando aos poucos porque já imaginava a resposta do seu alfa. Se todos concordassem, consentimento estava dado para a caça.