Casa dos Algozes

-Se não dermos um norte nessa alcateia, será que eles sozinhos conseguem criar um caminho?-

-Oi!-



-Boa sorte...Tenham cuidado senhores…Vocês não podem proteger os seus se estiverem em pedaços...Seria uma pena...-



Falas em branco

@Bastet pode interagir comigo se quiser viu  

"Oi..." A voz dela é fraca e sem vida. Ela corta massa pronta de biscoito com gostas de chocolate e coloca em uma bandeja coberta com papel. Mas não coloca no forno, em vez disso ela começa a cortar outra massa pronta de biscoito essa sem gotas. Ela também prontamente coloca no fogo uma frigideira e enche com bacon em cubos de um potinho de plastico. "Eu tenho todos os telefones querida. Obrigado." Ela fica olhando para o frigideira com muita atenção enquanto o bacon frita.

Ela mistura uma doce pequena de rum na massa do biscoito e outra no bacon. Ela passa o Bacon por uma peneira bem fina de ferro. Coloca outra dose de rum e fica encarando enquanto o óleo escorre do bacon. O pé direito batendo no chão tentando acompanhar alguma música na cabeça dela ou quem sabe as batidas de um coração errático. Ela finalmente parece satisfeita com o bacon e então joga fora o rum na pia em cima da gordura do óleo. Imediatamente ela começa a misturar o bacon na massa sem gotas e fazer bolinhas com a mão. Ela preenche outro tabuleiro com papel. Coloca os dois no forno. Digita algumas coisas no display com as letrinhas azuis e acende o forno.

Ela olha em volta e só vê Sam ali. "Cuida do forno pra mim? Ele vai desligar sozinho, é só tirar os tabuleiros e colocar no balcão, ok? Eu preciso resolver umas coisas." Ela pega um cachecol em uma estante e coloca no pescoço olhando para um espelho grande na sala. Nem parecia que ela estava ouvindo Sam. Ela pega a bolsa que estava em uma mesinha na sala e sorri acenando para quem ela passa. Joe balança a cabeça como se fosse muito perigoso ela sair e ele tivesse medo demais de ir lá fora. Mas Millie não tinha medo. Ela sai da casa com um sorriso enorme no rosto.

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De uma forma o desafio tinha terminado. Agridoce ou não. Justo ou não. "Vocês são um agora?" A voz vinha do outro lado com um arrepio frio e profundo nos urathas. Chloe vê a coisa. É difícil perceber as bordas do espaço entre os mundos. Uma deformação nas sombras, ou na luz. Os olhos encarando do outro lado não eram nada humanos. A figura era alta e suja de terra e folhas. Era um deles. Ela nunca tinha ouvido um deles assim. Falando inglês? Todos eles falavam inglês. "Não foi impressionante. Ainda somos um?" Aquela voz fazia a barriga de Chloe torcer e apertar e sua pele suava na noite fria. O coração batia medo em código morse tão rápido que nenhum especialista pegaria aquilo. Axel, Francis e Shaw podem ver a abertura com clareza e é um pouco desconcertante que Chloe também está encarando o Caminhante Noturno. A voz parecia feita de gravetos e ossos se partindo tinha falado inglês. Ele via os parentes e sabia o que eram.

***Ainda na casa***

Ela escuta Sam e depois de alguns passos para sair diz com a voz cansada.

― Desculpa...Acho que esse julgamento vem de uma coisa que não tem nada haver com você, nós nos conhecemos em meio a uma invasão e agora estamos mais uma vez em um momento cheio de assuntos inacabados...Eu só quero que as coisas possam dar certo...―  Ela mexe no cabelo tentando arrumar os fios e depois complementa ―  Eu vou até a reserva, quero saber como tudo vai terminar...Tenta descansar Samantha. ― Chloe vai embora pensando nas coisas que aconteceram. A situação toda já estava inflamável e ninguém precisava de uma forasteira dando pitaco no problema que Franco fez questão de rasgar aos quatro cantos.


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Já na reserva dentro de seu próprio acalanto a ruiva estava inquieta. Aquela sensação amarga na boca, o desejo de ver aquela alcateia dar certo e torcia que no final das contas aqueles três não olhassem pros sangue lobo meramente como acessórios úteis. Preferia crer que aquela vibração reverberando dentro dela era algo real e simboliza um compromisso sério que foi oferecido por Shaw. Quando tudo termina ela sente que tem uma coisa macabra no ar. Os olhos piscam várias vezes cheios de incredulidade vendo os olhos inumanos encarando-os. A mente de Chloe lembra de uma das babás falando do “O Green Man” um fantástico guardião das Florestas e de todos os seres. Uma misteriosa deidade dos bosques que cuida das florestas e especialmente de todas as variedades de árvores.
Dizia-se que ele tem forma humana, tez verde e se veste com folhas e cascas de árvore.
Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosques e árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. Segundo a lenda, ele oculta tesouros sob suas árvores frutíferas, mas torna a ocultá-los se os fazendeiros arrancam as árvores de seus pomares em busca de tesouros. Aquela figura era justamente algo próximo a lenda, mas havia nele muito de pesadelo, o medo parecia uma neblina que lhe cercava e causou nela um tremor imenso. Não era um lobo, só era uma mulher que nasceu ligada ao além mundo, os olhos encheram-se de medo genuíno,estava recostada em uma árvore, sentia vontade de correr o mais rápido que pudesse vendo aquela criatura baforando o terror. A voz dele causou-lhe um nó na garganta, fazendo-a a buscar por ajuda, mas não conseguia nem emitir um murmúrio diante da presença dele. Só os olhos de Chloe falavam e era o medo que gritava intensamente neles, fazendo o rosto bonito da ruiva parecer uma pintura emanando pavor.
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Falas em branco

Esqueci o que era a sentença. O que era?

Sam escreveu: sair a noite sozinha? Com puros na cidade?

"Esses nazistas cusão não ligam pra mim, se eu fosse você ficava aqui. Lá fora é escuro." Ele continua encolhido pateticamente e não responde nada sobre o forne. Nem parece ter ouvido.

Do lado de fora ela vê Emillie assim que abre a porta. Ela está encostada no carro de Silvia e continua assim por alguns minutos. Se ela percebeu Samantha não diz nada. Ela continua ali parda sem fazer nada até o carro prata parar na frente dela. Ela demora um instante para se mover e então entra no carro. Sam xinga e acompanha o que consegue, vai até a esquina sem precisar correr feito uma doida e vê o carro se afastando sem pressa.

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"Sejam o terror no coração dos inimigos." O espaço entre os mundos se fecha. Marco ao contrário de Chloe está radiante, revigorado e feliz. Silvia, como todos ali, ouviu as palavras, para ela sem corpo ou substância. Já Chloe viu cada pedaço do horror ao qual está ligada tão intimamente. O aperto frio do medo envolve todos eles e as sombras parecem mais escuras agora. Pra Chloe, as sombras parecem cheias de memórias.

Shaw sente Emillie se afastar e desaparecer, longe demais para ele sentir.

Chloe bebeu do medo em um copo quebrado, sentia os lábios secos e o coração acelerado. Nada que tinha vivido se comparava ao contato com aquelas entidades de um mundo além do dela. A voz daquela coisa ficou presa dentro da mente da ruiva enquanto voltava até a casa. Os lábios trêmulos e os olhos vagueando cheios de medo das sombras que os cercam no caminho de volta.Para ela aquela noite passava em sua mente como um filme muito velho e cheio de chiados inaudíveis. Dover abria as portas para uma dimensão nova, perigosa e sombria. Quando chegou a casa foi em busca de Sam , mas não a encontrou de imediato e percebeu Axel passando por ela como se fosse feito de puro vento. Ela o segue e do lado de fora o cigarro surge. Aquela fumaça lhe lembrou o medo sufocante que sentiu ao ver o guardião daquela alcateia. Depois a voz de Sam chamou-lhe atenção e nesse momento se deu conta do problema com Emilie. Não tinha muito para dizer, mas ainda assim falou tomada por um sentimento de compreensão em relação aos sentimentos da companheira de Connor.



-Emillie merece atenção de vocês nesse momento, é um compromisso ficarmos juntos, mas também é de entendimento de todos que não se pode ter um enlace costurado de qualquer maneira…Compreendo que vocês lidam com coisas demais, situações saídas de um livro de horror, mas não podem pecar deixando alguém que caminha com vocês há mais tempo sem um norte…- O rosto dela é cheio de mágoa, mas a voz também demonstra cansaço e olhando Sam percebe que as duas estão em uma situação um tanto complicada.- Você vai voltar pra vila? - Enquanto fala olhando pra Axel chega mais perto da morena. -Eu deixei meu endereço com Shaw e caso precisem de algo basta me ligar, vou esperar alguma notícia, mas por agora preciso ir…Se quiser Sam vamos juntas, podemos rachar um  uber.- A brisa noturna lança um arrepio que deixa Chloe ansiosa em voltar para casa.


Falas em branco

Chloe escuta com atenção. A verdade que só agora entendia porque terminaram aquela festa com tanta pressa.  Puros, ainda estavam rondando aquela cidade.  Pensava que tinham se afastado depois daquela situação aterrorizante. Não negava a ligação primitiva e reconfortante que se apossou dela com a proximidade de Shaw isso a manteve na torcida por ele em relação à liderança, mas não estava confortável para passar a noite ali. Lembrou da voz do guardião da alcateia e aquilo lhe fez sentir um frio intenso.

-Compreendo a situação agora, mas pela manhã não estarei aqui, moro em um território neutro e pretendo continuar lá. Não quero uma babá…- A voz dela  é cheia de certeza e prossegue tentando demonstrar que quer ajudar. -Quero aprender a ser parte do mundo de vocês e assim contribuir de alguma maneira...Não sou apenas uma ferramenta e nem um peso morto, tenha certeza disso…- Ela olha para Sam e fica esperando a morena decidir.


Falas em branco.

A resposta de Emillie é normal e simples. "Estou indo na casa de uma amiga. Eu preciso conversar e ela vai entender um pouco. Quer o endereço? Eu preciso muito conversar." Ou pelo menos seria em uma situação normal. Logo depois segue uma localização no google maps. "Desculpa, eu não tentei sumir."

Joe surpreende os que estão do lado de fora trazendo biscoitos frescos em uma vasilha branca de plastico. Biscoitos de chocolate e de bacon também. Na outra mão ele tem uma garrafa da qual já bebeu um tanto. Whisky. Ele não sorri até ver que Francis não está ali com eles. Então seu rosto se ilumina por um breve instante e depois fica assustado. "Cês, mataro ele?" A pergunta usa o plural, mas os olhos acusam Shaw.