- Astral não, morte. - ele repete - Talvez quase dentro de um “Affahissu”, a primeira vez que ouvi deles foi numa história macabra em Londres, sobre uma Sombra Descarnada que sabe como chamar os mortos, os urathas mortos, ou a sombra deles, algo realmente medonho que eu até hoje não entendi direito. - ele comenta, mas não prossegue, não achava que era história pra aquela hora.
No momento seguinte ele abraça Sam, a preocupação dela é reconfortante, deixa ele feliz, verdadeiramente feliz, ele aproxima o rosto mais do que deveria, ele quer, ele a quer, mas alguma coisa o segura, um beijo no rosto é tudo que ele oferece, as mãos escorrendo pelas costas, um aperto discreto em uma das nádegas da magrela, bem fora da visão de Chloe, no momento seguinte ele se afasta, lealdade, é tudo que segura ele ali, lealdade e admiração.
- Que escolha eu tinha? Eadrick que tratou masomenos isso, uma merda, eu não sei como os Dragões tão se virando, ou não tão, sara sem tratamento, só ficaria de molho o resto do mês eu acho, e isso é um luxo que eu não tenho. - ele responde sério e com preocupação estampada no rosto.
Ele suspira e fita Chloe - Ela não é difícil, só é velha e cheia de desconfianças, cheia de preconceitos que não cabem mais nos nossos tempos, se serve de ponto de partida, anestésico pra cachorro funciona, pelo menos funcionou comigo uma vez, do tipo que usam na carrocinha, em dardos, mas a segunda vez não fez nada além de me deixar relaxadão. - não sabia se aquilo tinha muito valor, mas era um ponto de partida.
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Ele ouve as palavras de Chloe de maneira paciente - As coisas sempre mudam, nós vamos perder tudo e recomeçar do zero, de novo e de novo, vida é puro dinamismo, você se adapta ou morre, no fim o que te sobra é só o juramento, mesmo que você se ocupe com todos os artifícios pra não enlouquecer, no fim é tudo um jogo de gato e rato gigantesco. - Adapte-se ou morra eram as palavras mais icônicas de um Mestre do Ferro, não havia nenhum deles que não acreditava naquelas palavras como um de seus lemas principais, e Connor fala aquilo sem expressar nenhuma dúvida.
No momento seguinte ele prossegue com sua filosofia respondendo Samantha. - Eu achei que estava amaldiçoado, mas nem é isso, ela só não entende, sentimentos humanos, ela não entende, assim como os lunos não entendem, eles só entendem sacrifício, risco e perda, eu te disse uma vez que nós éramos soldados condecorados com medalhas de dor, esse buraco que vocês amarraram é minha dor, pronto pra virar mais uma medalha. - ele fala confiante, mesmo sem ter certeza nenhuma de que aquilo se tornaria realidade, mas por dentro ele reconhecia que seu sarrafo de glória era bem mais baixo do que a maioria dos urathas com marcas da mesma largura que a dele, e se sentia confiante de tomar um próximo passo pra algo realmente substancial como aquela noite.
- Eu entendo que vocês não queiram falar e sinto muito não estar lá pra ajuda vocês, eu deveria, mas não podia, preferia escutar a história da boca de vocês, antes que algum espírito ou morto me contasse, ou eu sonhasse com isso. - aquilo podia soar muito confuso, mas ele não tinha dúvida nenhuma do que estava falando - Mas essa merda toda vira uma bola de neve, eu sei que vira… - ele não prossegue no assunto, ele dá mais uma garfada na carne e engole mais um pedaço, e toma mais um gole de Scotch.
- Sparhall. - Ele responde Sam de maneira direta e honesta. - Ainda nem sei por que, mas to pronto pra descobrir. - Ele aponta pra mochila em cima da mesa de centro poucos metros atrás deles - Tem umas fitas ali e um livro, se o Richard queria é porque tem valor, ele ficou de fazer da minha motoca um fetiche, uma Lobo de Aço, pode não soar como muita coisa pra vocês, mas pros Mestres de Ferro é uma questão de prestígio, mas não só, eu to me preparando pra guerra, minha mãe tá com uma lista extensa de espíritos pra caçar, ele vai fazer o serviço pra mim, é só eu levar o cara certo pra ele. - Ele olha pras duas o rosto mortalmente sério - A guerra vai vir até nós, ou nós vamos até ela, isso é inevitável, os Anshega são uma máquina de guerra azeitada e bem equipada, tem alguma coisa segurando eles, eles não querem cadáveres, se quisessem eles já teriam isso, seja lá como for eu quero angariar o máximo de recursos que eu puder, isso inclui um veículo diferenciado, quantos fetiches eu conseguir colocar a mão, eu não sou bom com armas mas posso conseguir um carregamento cheio de AKs direto do IRA se eu tiver dinheiro pra isso. - Aquela velha história de um amigo de um amigo meu, ele se lembra do contrabandista conhecido de Fumaça, tinha certeza que isso era mole pro negão arrumar.
O tempo todo ele intercala o olhar entre Chloe e Sam.
- Então eu fui até Sparhall e roubei, roubei o museu, vai ser capa de jornal mais tarde, e roubei o livro que tava muito bem escondido numa academia que provavelmente era o QG de uma alcateia de puros, mas um cara deles tava de olho, me perseguiu e chamou os amiguinhos, depois de três tiros pra derrubar um elefante e uma granada na cara, cá estamos, e já tá prometido, eu vou enfiar o pendrive no toba do desgraçado com Sinnatra e tudo, da próxima vez ele pode até atirar, mas eu vou revidar. - Um orgulho inabalável no rosto, claramente um semblante vitorioso. - Depois eu te passo os detalhes sórdidos, quando tu for contar isso pros Cahalunim, eu entrei no no gueto dos caras, roubei eles na cara dura, e saí vivo de uma puta treta pra contar história. - ele termina com o sorriso e olhar afiado, agora os dentes todos no lugar.
| Connor Mcleary
-Essência: 7/11 -Dano: 0/12  |