@gaijin386,
@Drakon_Drakonis,
@Xafic Zahi,
@Sandinus- Spoiler:
O vento surrava as janelas d’O Javali Torto enquanto uma interação improvável entre um paladino, um patrulheiro e seu lobo, e uma goblina se desenrolava dentro da taverna.
Os outros frequentadores que, até então, pareciam não prestar muita atenção, agora, pouco a pouco, começavam a observar aquele grupo incomum.
Rikaard, o taverneiro, parecia interessado, e dava sinais de que até mesmo se divertia com aquilo tudo. Talvez o grupo desafiasse a mesmice do lugar, ou talvez desviasse os pensamentos de todos os presentes da tensão decorrente da disputa entre irmãos e do casamento vindouro.
Sir John tentava - aparentemente em vão - explicar que eram as normas e convenções sociais que separavam os povos civilizados das feras. Curiosamente, ele fazia isso conversando com um patrulheiro… Acompanhado de sua fera.
Barahir, a seu turno, era prático. Estava acostumado à vida rústica dos viajantes e andarilhos, e tinha em si o espírito aventureiro de alguém cujos olhos já tinham visto muitas milhas de terreno.
Já Bavalkhia tinha suas próprias preocupações. Ela tinha
certeza de que todos ali a desprezavam por ser Urgrosh e, mais do que isso, por ser uma goblina. Mesmo isso, todavia, não a impediu de perguntar ao patrulheiro se poderia ajudar a rastrear seu filho e seu marido.
Barahir chegou a abrir a boca para responder. Mas, então, sua boca se abriu mais ainda.
Aliás, as bocas de quase todos os presentes se abriram quando um grande Norfss, certamente um Crok, escancarou as portas de taverna. Ele portava armadura e trazia um escudo em um braço, e outro às costas. Sua boca, naturalmente cheia de dentes, já tinha um aditivo impressionante - aparentemente, ele adaptou uma
armadilha de urso em sua mandíbula, pelo lado externo, tornando-se uma visão aterradora!
Por puro reflexo, o nobre Sir John, o astuto Barahir e a sábia Bavalkhia procuraram os punhos de suas armas.
O mais inusitado, contudo, ainda estava por vir.
O Norfss trazia uma ferlix no braço livre. Pelo tamanho, evidentemente era uma criança do povo-gato.
- Spoiler:
Então, o crok berrou, com sua voz gutural:
- Tem uma garotinha congelando aqui, os guardas mandaram procurar Rikaard! Ele está aqui?
Olhando ao redor, Sir John, Barahir e Bavalkhia podiam ver que os frequentadores d’O Javali Torto se encolheram, em um primeiro momento, mas começaram a se aproximar, curiosos, do recém-chegado.
O próprio taverneiro, com olhos muito arregalados, pousou o cachimbo sobre o balcão e deixou a companhia do paladino e do patrulheiro, se aproximando, ainda que cauteloso.
A ferlix, a criança felix, já respirava com dificuldade. A ponta de seu nariz assumia uma tonalidade azulada, assim como as pontas de seus dedinhos terminados em garras, e mais da metade de sua cauda.
O próprio crok tinha sinais iniciais de congelamento, mas ainda discretos.
Ao se dar conta do que estava acontecendo, o taverneiro começou a berrar aos seus empregados:
- Rápido! Tragam água quente, conhaque e cobertas!
Às ordens, seguiu-se uma verdadeira correria de garçons e garçonetes. Rikaard, então olhou para Bavalkhia, Sir John e Barahir e, quase que imediatamente, gritou:
- Vocês aí! Eu sei que vocês são aventureiros! Podem fazer alguma coisa para ajudar? Não sei se só conhaque, água quente e cobertores vão ser suficients para salvar a guria!! Me ajudem!!
A testa do taverneiro começava a suar, e suas bochechas ficaram muito coradas, enquanto ele vivia a adrenalina de tentar salvar aquela vida.
Off: Gente, se quiserem desenvolver um pouco mais a interação entre vocês, fiquem à vontade!
@Xafic Zahi e
@Sandinus, poderiam, por favor, favor um teste de medicina, CD 15, para Barahir e Bavalkhia? Podem rolar aqui mesmo, como um off, antes das próximas ações de vocês.
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@NightingaleA Dhampir analisou todo o recinto e todo o prédio, o mais rápido que pode. Ela sabia que Cipriano não era um guerreiro, mas tinha a clara noção de que houve luta corporal naquele ambiente.
Também teve certeza de que não teria ajuda, não naquele momento, ao menos.
Entre os papéis que analisara, a patrulheira viu uma missiva que seria dirigida a Dalnur. Ela, provavelmente, era a carta que seu amigo escrevia no momento em que foi atacado - o papel estava amassado e um pouco rasgado, e a caligrafia perfeita cedia lugar a rabiscos típicos de um escriba que tinha sido interrompido abruptamente e com violência.
Uma preocupação, uma angústia enche o coração de Ventress.
Restava analisar a lareira.
Ainda que, por sua própria natureza, a Dhampir tivesse certo receio do fogo, ela inspirou profundamente - não que precisasse, de fato, mas apenas para reunir coragem - e passou os dedos pelas chamas.
Não havia calor nelas.
Ventress olhou para a própria mão, depois de tirá-la das chamas. Decidiu tentar mais uma vez, agora mais confiante de que não seria ferida.
Depois de alguns segundos com a mão dentro do fogo, a heroína começou a ouvir um barulho, um apito fino e contínuo, enervante. Em seguida, as chamas assumiram um tom esverdeado, doentio, e runas azuis começaram a brilhar fortemente, primeiro nas bordas da lareira, depois se espalhando e cobrindo toda a cabana de Cipriano. Elas tomavam o chão, o teto e paredes. Primeiro pulsaram levemente, e depois brilharam com força. ofuscando os olhos da dhampir.
O apito se intensificou. Era alto o suficiente para quase estourar os tímpanos da aventureira quando a própria realidade ao seu redor pareceu se torcer e deformar, em padrões espiralados. Logo, a luz se esvaiu e, de súbito, o apito cessou.
Ventress sentiu um puxada, como se uma corda amarrada ao redor de sua cintura a arrancasse daquele local e a arremessasse para frente, rumo à escuridão, ao vazio e ao desconhecido.
Por dez segundos a patrulheira
voou.
E, então, seus pés tocaram alguma coisa. Algo que estava parado, divergente da velocidade que o corpo da dhampir empreendia.
Com um toque ao solo, seu corpo se desestabilizou e Ventress caiu, rolando pelo que parecia um assoalho de madeira velha, meio apodrecida e empoeirada. Seu movimento parou quando, ao som de vidro quebrando, ela bateu em alguma coisa - uma cristaleira, talvez?
Fosse o que fosse, o móvel se espatifou em uma chuva de poeira, lascas de madeira e cacos de vidro.
A heroína tinha sofrido ferimentos leves, e se levantou dos escombros com uma das mãos na cabeça, que doía pelo impacto e sangrava discretamente.
Quando sua visão firmou, ela se percebeu em um ambiente escuro e frio. O assoalho era mesmo madeira velha, e aquilo parecia uma cada, há muito abandonada, com móveis em estado deplorável.
Estremeceu com uma corrente de ar muito gelado que passou pelo seu corpo morto-vivo, mais pelo susto do que pelo desconforto térmico.
Ventress fungou, e ali também havia cheiro de sangue. Era inconfundível. Embora não fosse capaz de ver cores no escuro, pode perceber um gotejamento viscoso vindo de uma direção, perpendicular à trajetória que a dhampir descreveu até se acidentar e parar. Não poderia ser seu próprio sangue, portanto.
Um pequeno farfalhar, e um movimento, deixaram a aventureira alerta.
Do outro lado do cômodo no qual estava, uma figura pequena, com uma cabeleira vasta e bagunçada, jogada para cima, parecia mexer em alguma gaveta ou armário, bem na direção da qual a ladina saiu.
O que quer que fosse estava de costas, e virou lentamente a cabeça em direção a Ventress, encarando-a em silêncio…
- Spoiler: