♪ Shin-Hee ♪ Yoon In-Na deu de ombros, deixando que o irmão fosse embora. Não era a mais carinhosa dos irmãos, mas certamente não era uma maldita. Era racional demais, talvez, mas tinha muita coragem para bancar todas as coisas que fazia.
- Filho. - a mãe pediu, levantando-se da cadeira quando ele saiu da cozinha - Shin Hee! - chamou uma última vez, mas desistiu ao vê-lo saindo de casa.
Os classificados até que não eram ruins, para alguém que quase foi expulso de casa. Poderia tentar ser garçom em restaurantes ali perto, ou simplesmente "ajudante", como um dos anúncios dizia vagamente sobre alguma coisa. O curioso é que a maioria pedia por experiência, mesmo aqueles que queriam as funções mais básicas. A única mais "livre" era para "jovens belos" para trabalhar "à noite" em Gangnam, com "excelente salário".
O celular acumulava chamadas da mãe, mensagens de Myeon e dos amigos. Era muita gente querendo falar com ele ao mesmo tempo, por motivos distintos.
Ele teve todo o tempo do mundo para repensar sua vida na solidão daquele café. A mãe poderia achá-lo, se quisesse, mas dessa vez não o tinha feito. A garçonete do local, já incomodada porque ele não pedia nada há um tempo, apareceu para oferecer algo para comer, até que ele o fizesse ou liberasse a mesa, mas antes de ser mais incisiva, ela espiou o anúncio em sua mesa e, compadecida, decidiu falar.
- Ei, espera… você está procurando emprego? Desculpa me meter, eu não sou a gerente, mas ainda tem uma vaga. Se quiser, eu chamo o gerente. Ele é meio grosso, paga meio mal, mas você parece triste. Ficar sem emprego é uma droga. Eu mal consigo comprar meus livros lá em casa…
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♪ Eun-Ji ♪ - Bem, se ele tiver uma namorada e isso chateá-la, então vamos desfazer o mal entendido depois. Está tudo bem, Eunji. Tenho certeza de que ele vai gostar - a professora a reassegurou enquanto arrumava seus cabelos. - Linda. Está linda. - sorriu com doçura. - Está tudo bem. Dam me pareceu um rapaz direito. Se não o fosse, eu nunca sugeriria algo assim. Não se preocupe.
Estranhamente, Dam não respondeu à foto. Pelo menos, não naquele período.
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♪ Eun-Ji e
Yuki ♪ - Você quer dizer por causa daqueles rapazes que vieram aqui? Não seja boba, Yuki-chan, você é muito bonitinha, as pessoas gostam quando eu falo sobre você e é exatamente como eu me sinto: quero mostrar ao mundo o melhor da minha filha. Aquele menino... Minsoo, era esse o nome dele? Pareceu gostar das minhas histórias. - deu uma bela risada diante da reação envergonhada dela, então virou-se para Eunji - Os mais velhos são mais difíceis de agradar e nem sempre é possível agradar a todos. O pai de Yuki sempre gostou muito de minha comida, e meus sogros também. Infelizmente, ele veio a falecer. Consegui me reerguer e quando me casei novamente, estava cheia de confiança quando fui me apresentar aos meus sogros, mas eles não gostavam da minha comida no começo, pois diziam que tinha muito “tempero japonês”. Eu ficava muito chateada, mas em vez de chorar, eu treinava bastante, aprendi que precisava me adaptar. Acho que é por isso que hoje cozinho bem - falava com orgulho da própria comida. Era um hobby e um talento. - Mas isso foi na minha época. As meninas de hoje não precisam só pensar em se casar, não é verdade? Meu marido não pensa assim o tempo todo, mas eu entendo que vocês, jovens, estão lutando por outros sonhos. Então façam o que aquece o coração de vocês com muita dedicação! Ah, acabei falando demais... - sorriu mais uma vez. Sua forma simples de ver o mundo talvez explicasse por que Yuki era tão doce. - De qualquer forma, um kimchi pode alegrar o dia de uma pessoa. Tae-gyu está meio para baixo nesses dias. Então... me ajudem a preparar o jantar, meninas! Vou sair para comprar algumas coisas que estão faltando antes que o mercadinho feche. Eu já volto, podem ir conversando. Yuki, cuide bem da sua amiga, deixe que ela fique à vontade.
A mãe saiu de casa para fazer as compras e elas puderam conversar mais um pouco. Logo o pai da garota chegou acompanhado de Taegyu. Os dois cheiravam fortemente a peixe, era inevitável reparar. O irmão de Yuki passou na mesa, deu uma olhada em quem estava ali, por um momento achando que era a menina ruiva de antes, mas ficou aliviado por não ser. Sorriu.
- Oi, baixinha, está cheia de amigos, hm? Que bom. Olá. Eu me chamo Tae-gyu. Obrigado por cuidar da minha irmã. Conte-me se ela estiver com problemas, está bem? Ela tem mania de guardar as coisas, mas eu gosto de resolvê-las. Pai, pode ir primeiro.
O padrasto de Yuki era um senhor de seus 60 anos, ou era o que aparentava. Já tinha a coluna um pouco curvada, por repetição de movimentos, e calos nas mãos. De fato, um trabalhador. Ele tinha uma expressão sisuda que lembrava um pouco o avô de Eunji. Chegou perto das duas e olhou a ruiva. Se ele fosse como o avô, então a xingaria de alguma coisa ou daria um tapa gratuito em sua cabeça antes de ir embora. No entanto, o que ele fez foi uma mesura respeitosa.
- Obrigado por cuidar da minha filha.
Todos eles falavam essa frase, demonstrando o quanto Yuki era importante para cada membro daquela família. O pai de Yuki deu um minúsculo sorriso e sua expressão, ainda que cansada, demonstrou alguma alegria, enquanto ele apertava com carinho a bochecha da filhota sorridente, partindo em seguida para o banho. Definitivamente não era um beliscão. Se parasse para pensar, Eunji lembraria que em nenhuma vez sua família agradeceu Bora por cuidar dela. Pelo contrário, era como se fosse um tipo de obrigação que eles jogavam um para o outro.
- E então, sobre o que conversavam? - Tae-gyu sentou-se à mesa com elas, mas arrastou a cadeira para longe de Eunji. - Acho que não quero saber - fez uma expressão brava e roubou batatinhas do pote da irmã. - Hoje eu vou fazer três entrevistas. Por que todos os lugares pedem experiência se nenhum lugar contrata sem experiência? - resmungou, mas ainda levava no bom humor. - Vou ter que contar com meu charme natural. Acho que vou levar minha irmãzinha para convencê-los. “Me contratem, minha irmã é extremamente fofa” - fez cócegas na barriga dela e riu. - Não vou ficar aqui enchendo vocês. Vou separar o que eu preciso. - Levantou-se e foi organizar suas coisas.
Quando o pai de Yuki saiu do banho, ele se enfiou na sala, que era dois passos ao lado da cozinha e ficou quieto vendo televisão antiga, mas acabou dormindo. A mãe de Yuki voltou com uma sacola com os ingredientes que faltavam. Taegyu foi tomar banho e tão logo saiu de lá vestido em sua única camisa social surradinha, se despediu das meninas, com um beijo na cabeça da irmã e um pedido de boa sorte, partindo com sua bicicleta. A senhora Shimada desejou que o filho fosse com cuidado, depois foi até o marido e carinhosamente o acordou, levando-o para dormir no quarto. O homem resmungou um pouco, mas aquietou quando ouviu a palavra “kimchi”, saindo com um sorriso. Ela até tentou dar alguma privacidade para as garotas, mas não tinha muito o que fazer, pelo espaço físico. Ficou sentada assistindo quietinha à TV até que achou que era tempo de cozinharem.
Na hora da “aula”, a mãe de Yuki pediu ajuda para separar os ingredientes e utensílios primeiro, depois foi explicando passo a passo, assessorando as duas e dando dicas especiais do começo ao fim, a principal era “amor” - um clichê válido. Ao final, montaram a mesa com capricho e chamaram o pai para comer.
Eunji notou alguns hábitos diferentes ali naquela família também. Primeiro, todos se esforçavam para comer juntos. Em sua casa, não era raro que comessem sem ela - e não havia preocupação em deixar uma marmitinha separada, como a mãe de Yuki fez para o filho. Ninguém iniciava uma oração antes de comer, mas se ela sugerisse, não seriam contra, nem fariam cara feia. O pai de Yuki fazia barulho para comer, mas isso era um sinal de que gostava muito. A mãe disse que o jantar tinha sido feito pelas meninas e ele assentia de forma prazerosa enquanto degustava seu kimchi. A mãe dela também elogiou as meninas, algo tão raro na casa dos Wong que a menina não fazia ideia de quando tinha sido a última vez que alguém agradecia ou falava bem de alguma coisa que ela cozinhara. Geralmente os adultos não comentavam nada, e isso significava apenas que não tinha nada de errado.
Quando estava terminando de comer, o celular novo tocou. Era a senhora Bora, avisando que a buscaria em 1 hora, para ter tempo de se arrumar, pois iriam direto para casa. O celular também tinha uma mensagem nova de Dam, que dizia simplesmente “Obrigado.” seguido de um emoji, meia hora depois, com a mensagem: “ Vou guardar. : ) “
(off: Meninas, podem fazer as conversas antes e depois do jantar, pra não ficarem sem joguinho
)
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♪ Eu Se ♪ - E eles conheciam você com cabelo comprido… - Amihan completou e ficou pensativo, realmente tentando pensar em uma solução. - Bem, eu namorei uma mulher uma vez que de um dia para o outro apareceu com um cabelão até o meio das costas quando eu disse que gostava de mulheres de cabelo comprido. Magia não foi, então deve ter um jeito… Acho que você sabe o que ela fez. Desculpe, não sei ajudar mais.
(...)
- Qq-q-quê!?- o loiro começou a tossir alto, engasgado com a menção do nome da menina. - … É-É complicado. Não enche o saco. Depois a gente conversa. - e levantou para buscar o lanche. Ninguém quis discutir isso mais, pelo menos, Minki fez um esforço tremendo para falar de outros temas.
(...)
- Hm... tá... - Minki deu uma inflada na bochecha, meio emburrado por ser pego de surpresa com o assunto desagradável. Era claro que tinha alguma coisa na mente dele, mas não era agora que ele gostaria de conversar. Ele sentou de qualquer jeito na cama e ficou pensativo um bom tempo, até conseguir devolver um: - Valeu... Você é um bom amigo, Go Mi Nam.
(...)
No dia seguinte, Minki foi a criatura mais pentelha que ela poderia achar pela manhã. Ela tinha acordado mais cedo que o restante, então ninguém estava pronto para sair ainda.
- Onde você vai? Com quem você vai sair? É? Que amigo é esse? Por que você não apresenta ele pra gente? É segredo, é? Por que você não vai com a gente? - franziu a testa e fez biquinho.
- Ele vai voltar, moleque chato. - Amihan brincou de forma paternal.
- Mas por que não podemos ir juntos? Eu quero ir.
- Depois deixa a gente conhecer, divirta-se. - Bae acenou para ela, ainda se arrumando para sair.
Ignorado pelos dois, Minki ficou resmunguento no quarto, e sentou de braços cruzados na cama.
“Lee Jong-suk” estava bem vestido, com uma blusa sem manga, jeans bonito… havia um esforço ali para não ser um garoto da roça. Ele levou um susto ao vê-la assim, mas não perdeu a oportunidade de abraçá-la de volta, estava cheiroso, e bem mais fortinho do que se lembrava, a puberdade e a vida no campo tinham feito bem a ele.
- Não me abrace tão forte, vão me achar esquisito. - Mesmo assim, não parecia nem um pouco incomodado e deu um peteleco em sua testa para se afastarem, abrindo um sorriso. - Um macho-alfa. Ouvi muito desse tal de Go Mi Nam na escola. - e fez um toque secreto com a mão com ela, o mesmo da infância. - Pensei que ia me apresentar os marmanjos que estão com você. Andei treinando Taekwondo. Vou dar um jeito em quem você quiser. Aquele engomadinho está por aí também? - referia-se a Tae, mas estava brincando.
Os dois tomavam café normalmente, enquanto o amigo contava que estava assistindo e gravando tudo, que fez um perfil falso na internet pra elogiar ela e estava pensando em fazer um fã clube. Disse que gostaria muito de vê-la no palco de verdade e tentou evitar os assuntos difíceis, ainda mais em um ambiente daqueles, onde Eu Se viu até Quan Lei passando por eles e dando um aceno rápido. Não era dia de dar deslizes. De repente, “Lee” começou a rir.
- Estamos sendo observados…
Ao olhar para trás, veria Minki escondido atrás de um vaso de plantas do hotel, mas Bae e Amihan estavam bem tranquilos ao lado, sem tentar se esconder. Amihan revirou os olhos, mas demonstrou que não tinha como controlar o loiro. Com autorização para se aproximar, Minki era o mau humor em pessoa e foi o único que não se apresentou primeiro, até ser introduzido.
- Entendi… Bem, eu sou Lee Jong-suk. Eu moro no interior. Sou amigo de longa data do Mi Nam.
- Hm… - Minki estava emburrado, como uma criança trocada por amigos novos.
- Nós vamos passear, venham com a gente.
- Não sei...acho que estou meio ocupado… - ele esperou até que Eu Se parecesse querer convidá-los, então mudou de ideia. - Acho que posso ir um pouco sim.
- … Mas não vamos ficar muito, não se preocupem, vocês devem ter muito a conversar - Amihan emendou, compreensivo. Minki fez uma careta.
O novo quinteto saiu para passear junto e queria saber o que eles faziam por lá e suas histórias resumidas. Em seguida, chegou a vez de receber as perguntas.
- E vocês são amigos desde quando? Ele sempre foi pequeno desse jeito? - Minki ainda estava aborrecido.
- Desde a escola. Sempre. Sempre pequeno. Tão pequeno que eu às vezes não o achava na escola - sorriu para ela. - Mas era muito inteligente. A gente brincava de ser astros da TV, mas só ele tinha talento de verdade. Vocês ainda não viram do que esse menininho é capaz.
- Você o trata como irmão mais novo… - observou Bae.
- Sim, eu tomei como missão pessoal proteger esse… moleque. - bagunçou seus cabelos.
- Isso é idiota. Não precisa tratar outro cara desse jeito depois que ele nem é mais teu donsaeng… - cruzou os braços.
- Go Mi Nam é meu pequeno minion. Algo assim. Eu
mataria algum otário que mexesse com ele. Aqui não é tão longe de onde eu moro, sabe? Heh… - Lee comentava bem confiante, brincando com a situação, mas Minki levou aquilo como uma grosseria e ficou mais de cara fechada.
- Você conhece a namorada do Mi Nam? - Bae reviveu a história por algum motivo.
- Namorada? Ah, sim. Ela é uma princesa. Tem as roupas mais caras, as amigas mais ricas, os pais mais perfeitos… mas sem nunca perder o que ela é de verdade.
- Você pareceu até um cara apaixonado… - Bae observou. Amihan era o único que não conversava muito, com medo das saias justas.
- Ah, não me entendam mal. Eu respeito
muito o meu amigo Go Mi Nam aqui - deu tapinhas em seu ombro, puxando-o para perto. - Mas hoje eu consigo ver… o quanto ele é um cara sortudo. - Um silêncio constrangedor subiu no grupo, já que metade dele tinha entendido aquilo como um amor não correspondido pela namorada de Go Mi Nam, mas só a garota sabia realmente o que poderia ser. De repente, ele começou a rir. - Gente, é brincadeira, o que é isso? Ficou todo mundo sério…
Eles andaram um pouco pelas ruas, mas basicamente só jogaram conversa fora e compraram comida de rua. Um bom tempo depois de terminaram de comer lá pela tarde, sentados na porta de um estabelecimento, como um grupo de garotos marginais, Amihan decidiu que era hora de irem.
- Bom... a gente já tomou o tempo de vocês. Tem muito tempo que não se veem, então acho legal não ficarmos aqui atrapalhando. Bae, vamos repassar a coreografia. Minki...
- Não preciso. Já sei as coreografias todas.
- Então te desafio a dançar aquela do Taeyang.
- É fácil.
- Du-vi-do.
- Ah, pelo amor. Você vai ter que me pagar se eu dançar e...
Amihan acenou para os dois e saiu andando com os dois amigos, convencidos com sucesso. À sós, "Lee" começou a rir.
- Eles são divertidos. Seok Minki é uma praga. Por favor, tome cuidado com ele. - riu alto. - Precisa de uma babá para cuidar deles. Amihan é como a "omma" do grupo. É... eu não podia imaginar isso pela televisão. Eles mudam muita coisa. Bem... e agora? Vai me levar a algum lugar realmente legal agora?