Axel escreveu:Ervas recreativas ou ervas aromáticas?
"O que ela quiser, é muito comum o uso de ferramentas para alterar a consciência durante rituais e ela é uma ritualista muito bem sucedida." Ela ri lendo a mensagem sobre o vinho.
"Sebastian gosta de jogos e vai gostar de saber que ela vai ficar surpresa com sua empatia, com seus acertos. Ele vai esperar pra ver se ela vai perguntar." Asia dá de ombros depois disso. Talvez ela não se importe com o jogo ou realmente não saiba o valor de uma boa garrafa de vinho.
"Sabe, a gente nunca achou o Judas. Engraçado. Mas parece que não assustou ele demais. O cara tá com vocês." Ela sorri radiante como se isso fosse uma grande vitória de Axel.
A carona não foi muito difícil, nem a cadeira de rodas era muito grande e ela não precisava de ajuda para ir da cadeira para o banco do carro. Sebastian alugou um pouco Axel enquanto preparava a encomenda perfeita para Maria. Ele falava extensamente sobre cada erva e ainda mais sobre os vinhos até finalmente depois quase quinze minutos escolher dois deles porque um só era insuficiente. Ele não tocou no assunto de pagamento em qualquer momento e assim que tinha feito o embrulho das ervas e tinha escolhido as garrafas de vinho de sua própria extensa coleção ele ficou cubitamente sem tempo e quase deixou Axel para trás falando sozinho. Ele pediu desculpas assim que percebeu e saiu apressado de novo. Alguma coisa tinha o feito esquecer a etiqueta.
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Falar com Maria se provou difícil. Ela não era tão acessível quanto as pessoas que tem telefone com Whatzap. Nada ia ser tão fácil assim, mas depois de algumas ligações e pequenos favores para intermediários ele conseguiu marcar um encontro com ela. A mulher deu a ele uma localização e falou para chegar ao por do sol. Ela não estaria lá antes disso e ele tinha até os ultimos traços da luz do astro rei morrerem, depois disso ela estava ocupada demais.
Axel não ficou surpreso a ver Nestor ali. Sopro da morte estava sem camisa no vento frio e foi o primeiro a falar com Axel. Ele veio, velho e erradiando energia e vigor mesmo assim.
"É bom ver você, garoto." Um calor genuíno na voz e nos gestos. Uma mão logo pousa no ombro de Axel.
"Nós Mcleary temos feito uma bagunça nessas ultimas semanas. Mas espero que possa ignorar isso e se quiser assitir, é bem vindo. Loba sem Sombra é muito boa no trabalho dela." Ele fala humilde e convidativo. Ele parecia ser feito de sinceridade.
Onde eles estavam? Não era reserva, era uma fazenda fora do toque do limite da cidade, talvez fora do limite que a cidade tinha no papel. Mas Axel sabia que do outro lado aquilo seria vivo e vibrante. O espaço entre os mundos fino e fácil de atravessar. Maria e Brendan estavam mais a frente. Um corredor no meio do campo de cevada. Nestor ouve Axel e anda para encontrar com os outros. Mas ele não entra na clareia.
"Brendan, preciso da sua ajuda." Subtamente cheio de autoridade. Não parece que seria necessário já que Brendan o segue de volta pelo corredor sem nenhuma hesitação.
"Lobo Partido." Ele diz formal, mas com um brilho travesso no olhar. Ele se apressa para acompanhar os passos agora largos do cahalith. Brendan também estava sem camisa. Marcas sob a luz da lua crescente. Maria se vira para Axel e é menos receptiva que seu companheiro de alcateia.
"Seja bem vindo." As mãos da mulher tocavam o topo das plantas que chegavam a cintura. O circulo onde ela estava preparado meticusamente para algum ritual.
"Ainda temos tempo." Ela parece curiosa analizando Axel.
Por sorte ela estava com todas as peças de roupa. Estava especialmente vestida para aquele momento. Cores vibrantes em tons de azul e prata. Uma adaga longa na mão direita e uma foice aos pés. Axel sentia cheiro de sangue. Axel via a curiosidade nos olhos dela. Não havia pressa, mesmo sabendo que ela logo terminaria a conversa de forma arbitrária. Quando o céu estivesse bom para ela séria a hora. A lua já brilhava palida entre as estrelas, olhando os dois e Axel sentia um alívio por ver no céu algo que não fosse a lua nova.
Ele sabia que a corte da face mais escura, cruel e impiedosa da lua ainda não tinha o perdoado. Era impossível não imaginar eles esperando para roubar do elodoth algo tão grande quanto ele tinha roubado deles.