Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Shaw escreveu:...remexer mesmo, para tentar pegar alguma coisa...
"Nem todas as buscas terminam em respostas. Algumas terminam em perguntas muito piores do as dúvidas que as geraram, não quero que pare de procurar. Nunca, mas esteja pronto para olhar o vazio. Esteja certo de você mesmo." A voz distante de novo. Os olhos fugindo para o céu e perdidos em qualquer lugar do tempo.
Shaw escreveu:...ficava séria e vestia a cara de soldado. Malandra!
"Ela teve muitas dificuldades, ela provavelmente queria te ensinar o que ela sofreu para aprender. A disciplina por trás das vitórias custosas contra as provas." Ela parece surpresa por um momento antes de procurar desculpas para a amiga.
Shaw escreveu:...entregaram a verdade em um quadro que eu não poderia esperar.
"É só a verdade." Ela diz puxando uma parte da roupa presa em uma planta. "Ela não era perfeita, mas chegava perto. Bem pertinho. Eu não gosto de contar histórias, mas acho que nos duas devemos isso a ela."
Ela ouve o irraka até o final. Não tenta forçar uma responde onde ele claramente pretende continuar falando. Ela espera. A expressão do rosto se torna preocupada. Um pouco contrariada. "Queria poder dizer que não sabiamos de nada e mesmo assim queria poder dizer que sabiamos muito bem o que estava para acontecer. Mas não sabiamos e nem sabemos. Mas tinha acontecido antes. Primeiro em um tempo de grandes provações. As grandes guerras tiveram um alcance e uma magnitude incomparável no nosso mundo. Talvez só a morte de Urfarah tenha sido um impacto tão grande. Uma alcateia se perder num dos piores momentos da existência... Improvável? Não." Ela não está feliz. Mas a expressão no rosto não é desagrado ou raiva. Ela está pensando. Se concentrando profundamente para alcançar e filtrar memórias. "A segunda que nós soubemos, eles foram corrompidos pelos devoradores de Lyon. Formidáveis e aterrorizantes. Com poderes além dos nossos. Quão fácil é ver as conexões hoje? Quão difícil era antes?" Ela assumia um tom inquisitivo, questionava tanto o irraka quanto a si mesma. "Ela não tinha ideia. A verdade é que não temos prova alguma. Um matematico diria que existe uma chance de não haver qualquer força externa. De não haver até agora nenhuma mão movendo peças nas sombras. Nenhuma serpente gotejando veneno nas almas dos nossos irmãos fantasmas. O que nos temos como prova? Nada além do desejo de que as coisas façam sentido. Rumores quebrados e vazios. Sonhos mal esquecidos. Não convenceriamos nenhum juri hoje. Vinte anos atrás?" Ela suspira. Imediatamente cansada. Sombras do passado se esgueiram para os olhos dela.
"Desculpa Shaw. Eu não sabia. Não soube no dia. Ash e eu fomos poupadas da batalha. Muito novas se comparadas aos inimigos. Nosso alfa achou que seriamos uma fraqueza. Mas sua mãe era um dos Espinhos de Prata e eles todos lutavam todas as batalhas e a sabedoria dessa posturas matou a alcateia junto com ela. Se eu e Ash estivessemos lá isso teria feito alguma diferença? Se ela não estivesse lá o sua alfa teria morrido protegendo ela? O passado tem sempre mais perguntas que respostas." Ela se abaixa. Depois se senta na grama. Os olhos que até agora estavam fixos no uratha olham para o céu procurando a lua. "Vimos muitos sinais. Muitos. O que eles querem dizer? Ainda não sei, mas é algo convoluto e obscuro e complexo e cruel. Ou o simples encontro frio das nossas expectativas com uma realidade extremamente desagradável. Eu não estava lá. Eu não me despedi. Eu não a vi indo para luta. Eu estava lendo na varanda enquanto a luta acontecia. O que estava no coração dela? Na mente dela? Não sei. Mas... ela lutou e caçou o que acreditava e como acreditava. Todos já vigiavamos os fantasmas, ela deve ter desconfiado de algo quando soube, mas não tivemos a chance de conversar." Ela hesita. Olha o irraka.
"Senta. Eu falei demais. Ela era forte e posso apostar que não reprovou a própria alcateia nem no seu último segundo. Mas talvez ela tenha se perguntado onde eu estava. Eu e Ash. Também não sei essa resposta." A expressão dela lentamente abandonando o esforço e a dor. "Com quem eu to falando? Pra quem eu dei as preciosas lembranças sobre minha amiga?"
- Off:
- Quando ela diz fantasmas ela quer dizer, aqueles que caçam nas sombras. É o apelido deles.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Ela faz que sim com a cabeça. Mas é um movimento difícil. Custoso.
“Deve ter alguma. Muitas. Quem sabe?” Ela suspira olhando o céu de novo. “É cruel. É injusto. Quanto risco você tá correndo com seus amigos? Ninguém sabe. Não de verdade. Mas ninguém quer passar por isso de novo. Ninguém quer passar todos os dias procurando mudanças sutis. Sendo paranoicos sobre cada movimento ou palavra que um deles diz. Você estaria prestando atenção, não é?”
Ela continua olhando o céu. "Ela tinha a alcateia dela. Então eu espero que esteja certo."
Ela respira fundo prendendo o ar um longo instante. "Eu teria preferido ela aqui. Mas eu e Ash nunca íamos ter coragem de começar um ataque em outra alcateia. Não do jeito que eles fizeram. Não antes. De verdade, eles estavam melhores sem a gente."
Ela assiste o irraka falar com alegria nos olhos. Prestando muita atenção em cada movimento dele. O céu temporariamente esquecido. "Lua cheia. A lua bem em cima de Marte." O telefone de Shaw sacode com uma mensagem. Ela olha na direção do barulho. "Hora de ir?" Ela diz preguiçosa.
Não era nenhuma mensagem humana. Um aviso da agenda. Um dos blogs que Shaw segue tinha recebido uma postagem. O titulo "Magnata desaparecido volta a cidade com festa milhonaria!"
Shaw escreveu:”Não ter explicação...”
“Deve ter alguma. Muitas. Quem sabe?” Ela suspira olhando o céu de novo. “É cruel. É injusto. Quanto risco você tá correndo com seus amigos? Ninguém sabe. Não de verdade. Mas ninguém quer passar por isso de novo. Ninguém quer passar todos os dias procurando mudanças sutis. Sendo paranoicos sobre cada movimento ou palavra que um deles diz. Você estaria prestando atenção, não é?”
Shaw escreveu:"...ela no momento final."
Ela continua olhando o céu. "Ela tinha a alcateia dela. Então eu espero que esteja certo."
Shaw escreveu: "Deve ter sorrido pensando nisso."
Ela respira fundo prendendo o ar um longo instante. "Eu teria preferido ela aqui. Mas eu e Ash nunca íamos ter coragem de começar um ataque em outra alcateia. Não do jeito que eles fizeram. Não antes. De verdade, eles estavam melhores sem a gente."
Ela assiste o irraka falar com alegria nos olhos. Prestando muita atenção em cada movimento dele. O céu temporariamente esquecido. "Lua cheia. A lua bem em cima de Marte." O telefone de Shaw sacode com uma mensagem. Ela olha na direção do barulho. "Hora de ir?" Ela diz preguiçosa.
Não era nenhuma mensagem humana. Um aviso da agenda. Um dos blogs que Shaw segue tinha recebido uma postagem. O titulo "Magnata desaparecido volta a cidade com festa milhonaria!"
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Shaw escreveu:...imaginá-la feliz.
"Ela era..." Ela diz num sussurro sem pensar. Quando o irraka termina ela se levanta. Bate a grama da roupa lentamente. "Que eu quero fazer? Eu tenho que correr. Correr em um lugar perigoso com coisas estranhas espreitando." Ela olha para ele pensativa. Claramente pensando em algo distante. "A noite é para isso. Mas pode andar comigo até lá." Ela deixa um leve sorriso tocar os lábios.
Em pouco tempo os dois estão andando juntos em silêncio. Passos sincronizados pelo tempo. Um carro passa rápido enchendo de a noite de luz e som por um instante. Era curioso pensar aquele breve momento séria agonia pura para o Totem, para o Caminhante Noturno. Era engraçado que tenha sido através dela que eles se conectaram ao espírito e depois sozinhos conquistaram sua confiança e patronagem.
Terra de ninguém. Eles estão em uma rua mal iluminada em território que não pertence a nenhuma alcateia. Um monte de trailers e casas populares com suas luzes acesas logo abaixo. Shaw já esteve ali antes. Perto dali, entre as árvores, ele conheceu Wendy. Ele viu um uratha corrompido. Algo que foi como ele um dia. Uma pessoa normal. Depois um lobisomem, uma especie de monstro muito particular. Agora... O que era aquilo?
"É aqui. O fim da linha. Pode voltar." Ela olha lá para baixo e depois para o céu de novo. Uma respiração longa e ela deixa a contemplação para trás. "Seja um bom garoto por favor, mas não bom demais." Ela sorri e espera a despedida de Shaw antes de correr para longe como um lobo cinza de olhos bem amarelos.
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Shaw não consegue terminar de ler a noticia no blog. Não pela falta de sinal. Era ruim ali, mas nem tanto. Shaw para de ler quando as letras são interrompidas por uma foto dividida em duas. A primeira metade era uma mansão. A segunda era um homem jovem e sorridente. Nada terrível até aí. Ninguém acharia aquela foto assustadora. Mas Shaw tremia. Sentia gosto de sangue na boca. Ele conhecia os dois. Ele conhecia a mansão, ele a tinha invadido na primeira noite. Ele conhecia aquele rosto, ele o tinha despedaçado na primeira noite.
- Faor
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Ela segura as duas mãos do irraka com carinho. Muito carinho. "Somos todos crianças inocentes em algum lugar." Então ela vai sem mais palavras.
--
Joe adora o convite para a festa. Em menos de dez minutos ele está tão limpo quanto consegue na melhor roupa que tem. Não melhorou muito. Mas ele tentou. Até pegou um perfume do Connor, uma camisa do Francis e óculos do Marco. Sim óculos escuros de noite. Ele só não está levando nenhuma preocupação ou seriedade. Ele vai para festa. Farrear.
Nenhum dos dois tem carro, então pediram um de aplicativo. A entrada da mansão estava cheia de carros. Lá dentro tinha um palco pronto. Holofotes coloridos. A piscina brilhava com tons fluorescentes. As sombras dançavam no jardim. Uma banda um show fazia um bem particular. Duas ambulâncias paradas na frente, os paramédicos conversando e assistindo o show. Os três andares bem acesos na mansão. Opulento de fora. Talvez ainda mais por dentro.
Quatro seguranças na entrada principal. Dois estavam à paisana, mas era impossível Shaw não perceber. Uma fila de pessoas esperando para entrar. Negados. Telefones nas mãos enquanto tentam procurar um jeito de passar. Um casal segue direto para os seguranças que verificam uma lista e logo os deixa passar
"Barra, mas faz aí sua magica pra por a gente lá dentro, vai. " Ele olha em volta com uma mistura de resignação e euforia. Olhos bem abertos medindo as pessoas na calçada larga. Olhos cobiçosos medindo carros sem seus donos. Ele assobia alto perto de um carro parece feito só para impressionar com luzes inúteis para todo lado e um espaço obsceno para duas pessoas. "A gente bem que pode dar uma volta num desses na saída." ele pisca.
O lugar está vivo. Intensamente vivo. Quase uma provocação. Como um farol. Você a voz nos alto falantes. Nem sabia que lembrava exatamente dela, mas os sentidos que tinha naquela noite gravaram fundo aqueles gritos. Mas dessa vez a voz tem uma alegria, quase dá para ver o rosto estraçalhado sorrindo para você através do tempo. Direto da noite sangrenta até aqui. As luzes mudam. Umas batidas no microfone. O telão no palco muda de cor. Seu corpo te leva sem pensar. Joe corre para acompanhar, mas é quase esquecido. Os pés sobem rápido de um banco para um muro para uma árvore. O sangue lupino lá embaixo para de te acompanhar e começa a fingir que nem te conhece. Mas ninguém mais parece ter notado. Dê lá você consegue ver o rosto dele no telão. Pequeno pela distância. Mas é ele. "...dade é que eu agradeço a todos por virem e peço humildes desculpas por tê-los deixado tão sozinhos. Não vai acontecer de novo e com essa noite que peço perdão pela minha ausência meus amigos. Vocês são minha família. Eu estava esperando vocês chegarem." Uma breve ovação e a banda assume o palco novamente. As palavras carinhosas, o rosto amigável e simpático e sem marcas. Quem diria que algo assim pudesse ser assustador para um monstro feito para matar?
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Joe adora o convite para a festa. Em menos de dez minutos ele está tão limpo quanto consegue na melhor roupa que tem. Não melhorou muito. Mas ele tentou. Até pegou um perfume do Connor, uma camisa do Francis e óculos do Marco. Sim óculos escuros de noite. Ele só não está levando nenhuma preocupação ou seriedade. Ele vai para festa. Farrear.
Nenhum dos dois tem carro, então pediram um de aplicativo. A entrada da mansão estava cheia de carros. Lá dentro tinha um palco pronto. Holofotes coloridos. A piscina brilhava com tons fluorescentes. As sombras dançavam no jardim. Uma banda um show fazia um bem particular. Duas ambulâncias paradas na frente, os paramédicos conversando e assistindo o show. Os três andares bem acesos na mansão. Opulento de fora. Talvez ainda mais por dentro.
Quatro seguranças na entrada principal. Dois estavam à paisana, mas era impossível Shaw não perceber. Uma fila de pessoas esperando para entrar. Negados. Telefones nas mãos enquanto tentam procurar um jeito de passar. Um casal segue direto para os seguranças que verificam uma lista e logo os deixa passar
"Barra, mas faz aí sua magica pra por a gente lá dentro, vai. " Ele olha em volta com uma mistura de resignação e euforia. Olhos bem abertos medindo as pessoas na calçada larga. Olhos cobiçosos medindo carros sem seus donos. Ele assobia alto perto de um carro parece feito só para impressionar com luzes inúteis para todo lado e um espaço obsceno para duas pessoas. "A gente bem que pode dar uma volta num desses na saída." ele pisca.
O lugar está vivo. Intensamente vivo. Quase uma provocação. Como um farol. Você a voz nos alto falantes. Nem sabia que lembrava exatamente dela, mas os sentidos que tinha naquela noite gravaram fundo aqueles gritos. Mas dessa vez a voz tem uma alegria, quase dá para ver o rosto estraçalhado sorrindo para você através do tempo. Direto da noite sangrenta até aqui. As luzes mudam. Umas batidas no microfone. O telão no palco muda de cor. Seu corpo te leva sem pensar. Joe corre para acompanhar, mas é quase esquecido. Os pés sobem rápido de um banco para um muro para uma árvore. O sangue lupino lá embaixo para de te acompanhar e começa a fingir que nem te conhece. Mas ninguém mais parece ter notado. Dê lá você consegue ver o rosto dele no telão. Pequeno pela distância. Mas é ele. "...dade é que eu agradeço a todos por virem e peço humildes desculpas por tê-los deixado tão sozinhos. Não vai acontecer de novo e com essa noite que peço perdão pela minha ausência meus amigos. Vocês são minha família. Eu estava esperando vocês chegarem." Uma breve ovação e a banda assume o palco novamente. As palavras carinhosas, o rosto amigável e simpático e sem marcas. Quem diria que algo assim pudesse ser assustador para um monstro feito para matar?
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Joe fica claramente perdido quando Shaw explica tudo. "A festa é k.o.?" Dá para ouvir alguma coisa quebrando na cachola dele. "To na beca e atoa? Não mano, eu vou entrar pela porta da frente. Chega comigo que a gente tá junto. Aquele carinha com cara de assassino na porta é parça. Cola na minha." Com uma coragem inacreditável para quem é, Joe avança confiante até a porta. Shaw tem que lutar para não torcer contra o plano de Joe. Todos os instintos são contrários. Ele tem pouco tempo para se decidir. Ir junto com ele tem uma vantagem se funcionar. Se funcionar ele vai estar lá dentro sem precisar se esconder ou qualquer coisa assim. Mas será que pode ser identificado? Visto? Filmado?
Joe não anda muito rápido, mas seus passos são decididos e certos.
Joe não anda muito rápido, mas seus passos são decididos e certos.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Joe dá de ombros. "Seu mano é o cara, sacou? Ele é o brabo. Mas na real cê nunca vê nada legal rolando? Porra eu queria um pedaço disso. Eu nem sei se na real é só viagem de acido. Vocês podem ser só um culto de doidos, cara... Eu quero ver um pouco da mágica rolando." Dois passos depois disso ele cumprimenta um dos seguranças. Claro que ele tá dentro. Claro que ele tá na lista. É só olhar de novo. Joe não parece mais tão seguro quanto ele estava. De frente para os caras bem maiores que ele e sob seus olhares sérios a fachada começa a derreter.
Shaw consegue ler quando um deles se decidiu. Ele avança para mandar Joe embora. "Achei. Os dois aqui." Ele mostra a lista para o outro e ele só da de ombros. Shaw e Joe andam para dentro da festa. Pela porta da frente. O caminho de pedras está cercado de luzes. Luzes que mudam de cor lentamente. A grama bem cuidada. Arbustos desenhados. Joe finalmente começa a sorrir. Sorrir de verdade, de alívio. "E agora cara, qual é? Vamo curtir ou tamo aqui pra enquadrar uns punheteiros desses?" Ele tenta colocar um pouco de fibra na voz. Não dá certo. Joe é um covarde. Um covarde que está adorando ter passado pelo medo da entrada.
Já é fácil ouvir a música. Shaw consegue ouvir as vozes das pessoas. Uma pequena recepção no fim do caminho de pedras. Mal teria sido registrada se ele não estivesse ali. De pé. Cumprimentando as pessoas na entrada calorosamente. A voz alta e clara. As pernas e braços no formato certo sob as roupas caras. O rosto sem cicatrizes. Os dedos das mãos inteiros todos eles. Nenhum dobrado pra direção errada ou mesmo travado em uma posição fixa.
Joe é completamente imune a sensação que o lugar trás ao irraka. As lembranças meio reprimidas. As cenas que ele sempre lembrou, mas ainda não entendia. Era tudo mais claro dessa vez. Ele perseguindo um dos seguranças pelo jardim. A liberdade para se esgueirar que a fúria mortal tinha. Os cheiros. O terror no ar. O grito do homem quando sua perna é arruinada. O desespero dele tentando escapar. A dor quando ele é devorado vivo. Parecia anos atrás. Em outra vida. Mas no começo do inverno passado ele tinha devorado uma pessoa ali. Comendo as pernas primeiro. Não por crueldade excessiva. Por total desprezo por ele.
Joe está parado olhando para ele. Quanto tempo ele ficou imóvel? "Tá okay aí? Fazendo planos?" Ele logo fica animado de novo com a ideia de fazer parte de algo secreto.
Shaw consegue ler quando um deles se decidiu. Ele avança para mandar Joe embora. "Achei. Os dois aqui." Ele mostra a lista para o outro e ele só da de ombros. Shaw e Joe andam para dentro da festa. Pela porta da frente. O caminho de pedras está cercado de luzes. Luzes que mudam de cor lentamente. A grama bem cuidada. Arbustos desenhados. Joe finalmente começa a sorrir. Sorrir de verdade, de alívio. "E agora cara, qual é? Vamo curtir ou tamo aqui pra enquadrar uns punheteiros desses?" Ele tenta colocar um pouco de fibra na voz. Não dá certo. Joe é um covarde. Um covarde que está adorando ter passado pelo medo da entrada.
Já é fácil ouvir a música. Shaw consegue ouvir as vozes das pessoas. Uma pequena recepção no fim do caminho de pedras. Mal teria sido registrada se ele não estivesse ali. De pé. Cumprimentando as pessoas na entrada calorosamente. A voz alta e clara. As pernas e braços no formato certo sob as roupas caras. O rosto sem cicatrizes. Os dedos das mãos inteiros todos eles. Nenhum dobrado pra direção errada ou mesmo travado em uma posição fixa.
Joe é completamente imune a sensação que o lugar trás ao irraka. As lembranças meio reprimidas. As cenas que ele sempre lembrou, mas ainda não entendia. Era tudo mais claro dessa vez. Ele perseguindo um dos seguranças pelo jardim. A liberdade para se esgueirar que a fúria mortal tinha. Os cheiros. O terror no ar. O grito do homem quando sua perna é arruinada. O desespero dele tentando escapar. A dor quando ele é devorado vivo. Parecia anos atrás. Em outra vida. Mas no começo do inverno passado ele tinha devorado uma pessoa ali. Comendo as pernas primeiro. Não por crueldade excessiva. Por total desprezo por ele.
Joe está parado olhando para ele. Quanto tempo ele ficou imóvel? "Tá okay aí? Fazendo planos?" Ele logo fica animado de novo com a ideia de fazer parte de algo secreto.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
"Claro que eu quero cara. Eu vi umas porras doidas. Vi o Connor meio bixo. Vi o Franco esburacado de bala e no dia seguinte nada. Axel não usa chave, já viu? Ele nunca usa chave. Ele só abre e só fecha. Tipo Houdini. Mas sei lá. Qual é a sua?" Ele aponta Shaw com o dedo. "Eu sei. Eu sou bom de entrar em festas. Eu conheço a galera toda. Qualquer festa tem Dover é a minha casa." Ele balança a cabeça para as regras, mas parece feliz demais com elas para ter entendido a gravidade daquilo. "Suave parsa." Ele deixa Shaw tomar a liderança.
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"Eu já te vi antes, não é?" A voz era tão firme quanto o aperto de mão. O rosto simpático sem nenhuma suspeita. De perto Shaw percebia que ele não tinha nenhuma cicatriz visível. O terno vermelho com fios dourados. A mão com um anel de alguma pedra preta que até pode ser preciosa. Ele não era muito alto como Connor. Tinha mais de um metro e oitenta com certeza. Mas não era grande de verdade. Nem parecia imponente. Parecia o tipo de pessoa que conforta os amigos. "Tenho certeza que mais tarde a gente se vê e bota a conversa em dia." Ele dá um aperto carinhoso no braço de Shaw e logo o esquece para fazer algo parecido com Joe. "De você eu não lembro nem um pouco. O acidente de ski me deixou meio esquecido." Ele sorri um pedido de desculpas amigável e constrangido em igual medida. No momento seguinte libera Joe e presta atenção em outra pessoa que vinha logo atrás.
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"Eu já te vi antes, não é?" A voz era tão firme quanto o aperto de mão. O rosto simpático sem nenhuma suspeita. De perto Shaw percebia que ele não tinha nenhuma cicatriz visível. O terno vermelho com fios dourados. A mão com um anel de alguma pedra preta que até pode ser preciosa. Ele não era muito alto como Connor. Tinha mais de um metro e oitenta com certeza. Mas não era grande de verdade. Nem parecia imponente. Parecia o tipo de pessoa que conforta os amigos. "Tenho certeza que mais tarde a gente se vê e bota a conversa em dia." Ele dá um aperto carinhoso no braço de Shaw e logo o esquece para fazer algo parecido com Joe. "De você eu não lembro nem um pouco. O acidente de ski me deixou meio esquecido." Ele sorri um pedido de desculpas amigável e constrangido em igual medida. No momento seguinte libera Joe e presta atenção em outra pessoa que vinha logo atrás.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
O anfitrião responde as palavras de Shaw com um olhar confuso e afetuoso.
--
Joe fica extremamente satisfeito com a sua missão. Em poucos minutos ele está bem envolvido com as pessoas ali. Não que pareça um deles, mas está conversando com eles e ganhando sua atenção. Já Shaw? O irraka é uma sombra. Segurança? Lá dentro tem alguns poucos seguranças bem vestidos e uma ou outra pessoa que talvez estejam disfarçados. Demora quase uma hora para olhar o lugar todo. Bastante música. Mais de um ambiente. Mais de um andar. Alguns lugares completamente sem som, fechados por portas grossas. Sem perceber o irraka segue um casal por uma dessas passagens.
Quando ele abre a porta eles já estão saindo pelo fim do corredor. Quadros de um lado e de outro. Retratos pintados a óleo. Sempre um homem. Todos parecidos. Paes e filhos. Uma ou duas mulheres. A porta no fim do corredor entreaberta. Ele vê palavras gigantes projetadas em uma parede. Um velho na parede oposta, sentado em uma cadeira movendo só uma mão magrela em um console para mover as paginas do livro. O rosto do velho torcido e babando sem parar. Um vaporizador colado no seu rosto. O casal? Eles trombam com Shaw enquanto saem. "Desculpa..." ela gargalha alta sem nem olhar. O homem nem fala nada. Eles não gastam um segundo olhando o irraka.
"Guilherme aqui!" Ela aponta para um dos quadros bem no fim do corredor.
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Do lado de fora ele já não encontra Joe, mas não vê qualquer evidência de que ele esteja em apuros. Mais uma ronda e ele consegue ter certeza de poucas coisas. Dois homens falam o tempo todo com o anfitrião. Nenhum dos dois parece perigoso. Nenhum dos dois é fácil de ouvir. Uma mesa bem no salão principal tinha algumas pessoas que trabalhavam ali e davam informações, mas eles também recebiam ordens do anfitrião e lhe passavam informações.
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"Quem sabe onde eu to Eddie. Meu trampo é ser invisível. Eu to bem confortável aqui. Ski? Pode ser, mas não sei. Na real eu só sei que ele tinha sumido, saca? Tu não conhece o cara? Tem um titulo de nobresa hereditário lá da europa. Não que sirva para qualquer coisa, mas a família dele não larga o troço. Deve ser uma caridade. Rico faz caridade sempre que não tem porque fazer festa. Acabei de olhar aqui. Não tem nenhuma foto dele com Ski em lugar nenhum nos últimos dois anos. Não tá no face? Não aconteceu. HAHAHA"
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Joe fica extremamente satisfeito com a sua missão. Em poucos minutos ele está bem envolvido com as pessoas ali. Não que pareça um deles, mas está conversando com eles e ganhando sua atenção. Já Shaw? O irraka é uma sombra. Segurança? Lá dentro tem alguns poucos seguranças bem vestidos e uma ou outra pessoa que talvez estejam disfarçados. Demora quase uma hora para olhar o lugar todo. Bastante música. Mais de um ambiente. Mais de um andar. Alguns lugares completamente sem som, fechados por portas grossas. Sem perceber o irraka segue um casal por uma dessas passagens.
Quando ele abre a porta eles já estão saindo pelo fim do corredor. Quadros de um lado e de outro. Retratos pintados a óleo. Sempre um homem. Todos parecidos. Paes e filhos. Uma ou duas mulheres. A porta no fim do corredor entreaberta. Ele vê palavras gigantes projetadas em uma parede. Um velho na parede oposta, sentado em uma cadeira movendo só uma mão magrela em um console para mover as paginas do livro. O rosto do velho torcido e babando sem parar. Um vaporizador colado no seu rosto. O casal? Eles trombam com Shaw enquanto saem. "Desculpa..." ela gargalha alta sem nem olhar. O homem nem fala nada. Eles não gastam um segundo olhando o irraka.
"Guilherme aqui!" Ela aponta para um dos quadros bem no fim do corredor.
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Do lado de fora ele já não encontra Joe, mas não vê qualquer evidência de que ele esteja em apuros. Mais uma ronda e ele consegue ter certeza de poucas coisas. Dois homens falam o tempo todo com o anfitrião. Nenhum dos dois parece perigoso. Nenhum dos dois é fácil de ouvir. Uma mesa bem no salão principal tinha algumas pessoas que trabalhavam ali e davam informações, mas eles também recebiam ordens do anfitrião e lhe passavam informações.
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"Quem sabe onde eu to Eddie. Meu trampo é ser invisível. Eu to bem confortável aqui. Ski? Pode ser, mas não sei. Na real eu só sei que ele tinha sumido, saca? Tu não conhece o cara? Tem um titulo de nobresa hereditário lá da europa. Não que sirva para qualquer coisa, mas a família dele não larga o troço. Deve ser uma caridade. Rico faz caridade sempre que não tem porque fazer festa. Acabei de olhar aqui. Não tem nenhuma foto dele com Ski em lugar nenhum nos últimos dois anos. Não tá no face? Não aconteceu. HAHAHA"
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- OFF:
- Essa cena é no mesmo capítulo da caçada. Então não dá para usar o poder de augúrio.
Manha não vai servir para arrancar informações e sim se achar e entender o fluxo de pessoas ali.
- Faor
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Re: Edgar Shaw
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- Mensagem nº78
Re: Edgar Shaw
"Me manda umas fotos cara. Me dá alguma coisa e eu tiro um tempo pra ser sua fuçadora de 'face', ok? Quid Pro Quo"
Ele parece radiante de ver Shaw de novo. Uma garota bonita, branca demais, com cabelos negros e escorridos abraçada a cintura dele. "Qual seu nome mesmo? Eu tava falando com ela de você. Como eu lembro tanto do seu rosto e mais nada. Mais nada mesmo. Exceto a sua voz, eu lembro da voz também. Ah, essa é a Main. A estrela que arde no céu do meu dia e noite também." Os olhos dele fixos em Shaw até que ele fala de Main. Sua atenção se muda para ela inteiramente naquele momento. Mas volta para o irraka logo depois. Os gestos cuidadosos e gentis. Como se pudesse transmitir afeto com cada movimento. A garota, definitivamente já fora da adolescência ria sem levar ele a sério. Ela estica a mão para apertar a de Shaw.
Ele parece radiante de ver Shaw de novo. Uma garota bonita, branca demais, com cabelos negros e escorridos abraçada a cintura dele. "Qual seu nome mesmo? Eu tava falando com ela de você. Como eu lembro tanto do seu rosto e mais nada. Mais nada mesmo. Exceto a sua voz, eu lembro da voz também. Ah, essa é a Main. A estrela que arde no céu do meu dia e noite também." Os olhos dele fixos em Shaw até que ele fala de Main. Sua atenção se muda para ela inteiramente naquele momento. Mas volta para o irraka logo depois. Os gestos cuidadosos e gentis. Como se pudesse transmitir afeto com cada movimento. A garota, definitivamente já fora da adolescência ria sem levar ele a sério. Ela estica a mão para apertar a de Shaw.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Karen escreveu:Tu tá aí dentro e não sabe? Guilherme d'Évreux ... Manda alguma coisa interessante pra mim.
"Eu... Main vai cantar aqui daqui a umas semanas. Ia ser muito bom se pudesse vir. Um evento menor. Menos pessoas. Muito menos." Ele fala devagar, como se tivesse alguma dificuldade para ter certeza. "Ele meio que tá preso fazendo sala, mas se quiser ir para algum lugar especifico posso te mostrar o caminho. É mais fácil que parece." Ela fala cutucando ele com o dedo indicador. Os dois riem um para o outro. "Quem é a sua amiga? Ela estudou com a gente?" É como se ela tivesse acabado de acordar. A curiosidade crescendo no rosto. Os olhos agora procurando pistas em Shaw.
O irraka ouve o anfitrião mastigando seu nome baixo. Baixo demais para qualquer um ouvir. O nome falso que ele deu sendo lentamente repetido. Os olhos dele perdidos enquanto Shaw é transfixado pelos olhos da garota.
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