Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Shaw é completamente ignorado pelas pessoas em volta. Todos só tem olhos para os outros dois. Mas enquanto avalia o efeito que causa ele vê Joe tirando uma selfie com uma estátua no jardim. Ele coloca a virilha na mão de mármore e tira outra rindo sem parar.
"Go Shark!" Eles falam juntos e alto.
Quando Shaw diz que está abusando o anfitrião logo coloca a mão no seu ombro fazendo que não. Mas não o interrompe. Quando ele fala sobre foto o anfitrião o puxa para perto. "Tenho mais fotos com a Main que o papa com a cruz. Chega mais." Eles dois se movem como se tivessem feito isso mil vezes e logo estão um de cada lado de Shaw. Séria ruim para tirar uma foto com o celular dele, mas não para o fotografo que estava a postos. O estalo da câmera não pega o uratha de surpresa. Mas como ele ia sair sem causar um grande mal estar? Todos rindo do lado dele. "As fotos vão pro site da festa." Ela resmunga entre dentes ainda sorrindo radiante. Outro flash. Um movimento de mão e o fotografo se ocupa com outra coisa. "Pode tirar a selfie, mas a desse cara vai ser melhor que a sua."
Ele parece desanimado por Shaw ter de ir "Passa aqui um dia desses, eu sinto como se tivesse devendo alguma coisa." Ele dá de ombros."Vou avisar pra te esperarem na entrada. Deckard, boa noite e aproveita o caminho." Ele aponta para a saída. Não que Shaw já não tivesse reconhecido o caminho.
Shaw escreveu:...vocês dois estudaram juntos? O que foi?
"Go Shark!" Eles falam juntos e alto.
Quando Shaw diz que está abusando o anfitrião logo coloca a mão no seu ombro fazendo que não. Mas não o interrompe. Quando ele fala sobre foto o anfitrião o puxa para perto. "Tenho mais fotos com a Main que o papa com a cruz. Chega mais." Eles dois se movem como se tivessem feito isso mil vezes e logo estão um de cada lado de Shaw. Séria ruim para tirar uma foto com o celular dele, mas não para o fotografo que estava a postos. O estalo da câmera não pega o uratha de surpresa. Mas como ele ia sair sem causar um grande mal estar? Todos rindo do lado dele. "As fotos vão pro site da festa." Ela resmunga entre dentes ainda sorrindo radiante. Outro flash. Um movimento de mão e o fotografo se ocupa com outra coisa. "Pode tirar a selfie, mas a desse cara vai ser melhor que a sua."
Ele parece desanimado por Shaw ter de ir "Passa aqui um dia desses, eu sinto como se tivesse devendo alguma coisa." Ele dá de ombros."Vou avisar pra te esperarem na entrada. Deckard, boa noite e aproveita o caminho." Ele aponta para a saída. Não que Shaw já não tivesse reconhecido o caminho.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
"você é tão estranho cara. Tá parecendo um paparazzi." Ela diz posando para a foto com o anfitrião. "Vou estar esperando Deckard!" Ele diz como se realmente quisesse que Shaw voltasse.
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A cara de Joe derrete. Não literalmente. "Poxa cara, mas eu to só começando." O cheiro de bebida é forte e a fala de Joe já não é mais tão afiada. "Eu fiz amigos. Amigos? Onde cês foru?" Ele procura em volta rindo e finge surpresa quando vê uma estátua. Gargalhada. Apesar disso ele segue com o irraka sem resistir.
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Do lado de fora Joe dá de ombros sobre a pergunta. "Eu vi um monte de gente rica cara. Eles são estranhos pra porra. Deve ter mais fraude de imposto ali que no resto da cidade toda. Rico sempre sonega." Ele fala com uma certeza quase religiosa. O resto da viagem ele passa falando de como a festa foi incrível e suas proezas nela. Ele tem fotos de tudo.
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Richard marca um encontro do lado de fora do território dele e de fora do território de Shaw. Um cachorro quente no porto. Quando Shaw chega alguns minutos antes, e quem poderia culpá-lo, lá estava Richard já no ponto de encontro. Sentado em frente a barraca de cachorro quentes. A mesma barraca do primeiro dia. Ele não sorri quando vê Shaw, mas indica o lugar ao seu lado no banco. "Diz aí..." Ele fala sem esperar o outro irraka chegar. Mas é bem claro e Shaw conseguiria ouvir mesmo se não fosse. "Desculpa pelo lugar, mas eu já tinha que passar aqui." Ele não explica mais, seu tom neutro e tranquilo.
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A cara de Joe derrete. Não literalmente. "Poxa cara, mas eu to só começando." O cheiro de bebida é forte e a fala de Joe já não é mais tão afiada. "Eu fiz amigos. Amigos? Onde cês foru?" Ele procura em volta rindo e finge surpresa quando vê uma estátua. Gargalhada. Apesar disso ele segue com o irraka sem resistir.
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Do lado de fora Joe dá de ombros sobre a pergunta. "Eu vi um monte de gente rica cara. Eles são estranhos pra porra. Deve ter mais fraude de imposto ali que no resto da cidade toda. Rico sempre sonega." Ele fala com uma certeza quase religiosa. O resto da viagem ele passa falando de como a festa foi incrível e suas proezas nela. Ele tem fotos de tudo.
Karen escreveu:"Foto chata, não tem ninguém jogando óleo no ralo? Uma traição? Alguém entupindo o cu de cocaína? Um pobre sendo chicoteado? Qualquer coisa? Essa é de graça porque eu já sabia. Os dois estudaram no lugar mais caro da cidade, Portão de Bronze. Tem a foto da formatura deles no face."
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Richard marca um encontro do lado de fora do território dele e de fora do território de Shaw. Um cachorro quente no porto. Quando Shaw chega alguns minutos antes, e quem poderia culpá-lo, lá estava Richard já no ponto de encontro. Sentado em frente a barraca de cachorro quentes. A mesma barraca do primeiro dia. Ele não sorri quando vê Shaw, mas indica o lugar ao seu lado no banco. "Diz aí..." Ele fala sem esperar o outro irraka chegar. Mas é bem claro e Shaw conseguiria ouvir mesmo se não fosse. "Desculpa pelo lugar, mas eu já tinha que passar aqui." Ele não explica mais, seu tom neutro e tranquilo.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
"Quero sim. Manda logo dois." Tem uma alteração na voz... antecipação?
"Parece que foi em outra vida, mas não passaram seis meses." O ensaio de um sorriso no rosto. "Uma merda fazer a Amy desistir dos tigres. Ela amou os bichos."
Ele olha a foto sem parecer impressionado. Na verdade parecia pensativo. Como velho com um livrinho de palavras cruzadas. "Não vi esse cara lá. Tem certeza?" A pergunta era calma e a voz nivelada. Mas o cenho franzido mostrava a concentração do outro irraka. "Normalmente os sobreviventes de um acidente desse tipo ficam com a memória bagunçada e depois daquilo... Eu contaria uma história inventada. Mas tem certeza que ele se machucou muito? Porque isso daria uma ótima história pra nunca ser contata." A voz do outro irraka fica mais intensa. Mais sombria. Então ele coloca o cachorro quente na boca e faz a cara de prazer intenso sem nenhuma vergonha. "Que coisa maravilhosa." De boca cheia.
"Parece que foi em outra vida, mas não passaram seis meses." O ensaio de um sorriso no rosto. "Uma merda fazer a Amy desistir dos tigres. Ela amou os bichos."
Ele olha a foto sem parecer impressionado. Na verdade parecia pensativo. Como velho com um livrinho de palavras cruzadas. "Não vi esse cara lá. Tem certeza?" A pergunta era calma e a voz nivelada. Mas o cenho franzido mostrava a concentração do outro irraka. "Normalmente os sobreviventes de um acidente desse tipo ficam com a memória bagunçada e depois daquilo... Eu contaria uma história inventada. Mas tem certeza que ele se machucou muito? Porque isso daria uma ótima história pra nunca ser contata." A voz do outro irraka fica mais intensa. Mais sombria. Então ele coloca o cachorro quente na boca e faz a cara de prazer intenso sem nenhuma vergonha. "Que coisa maravilhosa." De boca cheia.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
"Guilherme, cara, eu lembro. Mas a real é que eu não contei os corpos. Amy contou e ela é meticulosa. Ela investigou o cara por um tempo." Mesmo assim ele parece preocupado. Pensativo. "Cê mata o cara e quando o desgraçado volta dos mortos cê vai na festa dele? Cê tem coragem. Apertando a mão dele e tudo? Tomaram uns drinks? Bateram um papo? Certeza que cê tá tribo errada. Esse sangue frio ou essa ousadia... Se não te conhecesse esperaria um de nós ou um tempestuosos." Ele ri, algo raro.
"Cê já tem uma boa pista, né... Se ele estudou lá você tem muito pra montar um perfil. Mas, quer saber? Eu mando o arquivo que a Amy fez pra você. Não como se fosse a primeira vez que a gente dá uma mãozinha." Ele parece animado. Revigorado pelo mistério. "Cê tem alguém que consiga navegar as vielas do dinheiro? Provavelmente ele não morreu naquele dia. Cê achou algum quarto do pânico? Quando tava lá?" ele coça o rosto e resolve enfiar cachorro quente na boca.
"Cê já tem uma boa pista, né... Se ele estudou lá você tem muito pra montar um perfil. Mas, quer saber? Eu mando o arquivo que a Amy fez pra você. Não como se fosse a primeira vez que a gente dá uma mãozinha." Ele parece animado. Revigorado pelo mistério. "Cê tem alguém que consiga navegar as vielas do dinheiro? Provavelmente ele não morreu naquele dia. Cê achou algum quarto do pânico? Quando tava lá?" ele coça o rosto e resolve enfiar cachorro quente na boca.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Shaw escreveu:Rapaz, eu sou Garra, vou ficar longe dessa porra...
"Eu sei que vocês idolatram a violência, mas não quer dizer que você não consegue. Foda-se esse papo, você faz o que precisa e não o que você acha que é bom em fazer. Acha que eu gosto de lutar com alguém que tá me vendo? Odeio. Mas lá tá um filho da puta de um monstro aranha cheio de pata pra caralho e com olho pra cacete. Eu posso sentar e esperar Amy e Sebastian resolver? Claro que não." A ultima frase ele fala mastigando cachorro quente. "Se segura nessa de arrancar pedaço do maluco, tu é lua nova ou o que? Paciência. Pode ser só um sortudo que se escondeu no quarto do panico e arranjou as melhores plásticas do mundo. Mas pode ser alguma coisa que valha a pena observar e entender. Se você voar com tudo pra cima de todo lambe lambe que vir nunca vai apender muito sobre eles." Limpando a boca com a manga.
Shaw escreveu:Agora, eu quero saber sim desse levantamento da Amy. E tira esse sorriso do rosto orgulhoso como se eu estivesse te pedindo um favor pessoal por pura necessidade minha, nem vem!
Ele ri de novo e engasga. Tosse uma, duas vezes. "Quer uma lista dos meus problemas garotão? Honra o teu território." Ele aponta com um cachorro quente meio comido. "Pera, isso é minha galera. Seus caras são mais... Afunda com a porra do navio, né?" Ele balança a cabeça enquanto Shaw fala.
"Eu jogo poker pra viver, a gente tá no meio da rua na frente do meu cachorro favorito. Não dá pinta. " Ele coça a barba. "Não acho que é o caso, mas um dia eu dei de cara com um maluco que virou um espírito. Real. Juro. Não é k.o. de guarda bicho não. O cara era velho, tipo um druida lá de trás. Eu queria tanto falar mais com ele. Mas cara, a gente viu ele se formando na sombra. Ele tinha uma pedra onde o cara se refazia. Era insano. Mas a gente tava escaldado demais com as paradas que a gente tava caçando e achou que ele era um também. Eu perdi a chance, saca? Claro que ele tinha que morrer, eu acho. Talvez. Porra, não sei. Tá entendendo?" Ele dá a mordida final no primeiro cachorro. "Destrói o cara assim e cê nunca vai saber se ele é algo único ou se ele tem uma galera. Se vai ter alguém pra se vingar. Cê não vai nem saber se é o teu trampo se livrar desse puto. Honra teu território em todas as coisas... são as minhas palavras." Ele diz e começa a comer o outro cachorro quente.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
O irraka pega o celular e digita enquanto Shaw fala. O cachorro quente esperando de lado. "As vezes não dá tempo, mas é sempre melhor aprender antes de se meter nas coisas." Ele levanta e se vira de lado para Shaw. "Essas são as correntes da minha tribo, se você acha que elas são tão parte de você assim... Tem certeza que tá na tribo certa, cara?" Ele tem um sorrisinho no rosto quando diz isso. Ele guarda o celular e pega o cachorro com um pouco de pressa. "Amy já sabe o que você quer, ela vai ficar escondendo nada. Não repara se tiver jis de cera ou marcas de mão, ela faz os arquivos e cuida das crianças ao mesmo tempo. Sim, é papel. Papel é a mais alta tecnologia de contra espionagem que existe." Ele coloca o cachorro na boca. "A gente se vê e troca ideia." Ele diz mastigando e andando.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Quando Shaw chega na casa do pai ele encontra uma pasta de papel, presa com um elástico rosa, debaixo do capacho na porta de entrada. A capa suja com chocolate e o topo das paginas com marcas de dedo e glitter. As informações seguiam alguma lógica de informação, isso claro, mas não era trivial de navegas. Por sorte tinham poucas paginas ali. Dentro de casa ele ouve o pai tossir. O velho está vestindo um casaco pesado bilhetes do jogo na mão. Ele olha irritado o relógio e anda de um lado da sala. Quando Shaw abre a porta ele está com uma garrafa na mão e parecia prestes a jogá-la na parede. "Quer um pouco?" Ele diz fingindo estar plenamente calmo. "Deixa pra lá. A gente tá atrasado, vamo indo?" Ele coloca a garrafa fechada de volta na estante e anda rápido pra porta. "Eu fiz umas apostas muito boas, cê vai ver."
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Primeira lua nova - Terceiro Capítulo
Atiçador tinha mandando uma mensagem. Queria se encontrar na sombra, na beira da terra de ninguém que é o sheol próximo do velho estaleiro. "Eu e você" a mensagem sussurrada pelo vento dizia.
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Primeira lua nova - Terceiro Capítulo
Atiçador tinha mandando uma mensagem. Queria se encontrar na sombra, na beira da terra de ninguém que é o sheol próximo do velho estaleiro. "Eu e você" a mensagem sussurrada pelo vento dizia.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Não tem muito o que se ver. Uma vastidão vazia e seca. Lenta. Atiçador está a sombra de uma grande árvore velha e cinza. O sol forte ali faz tudo ficar letargico. Faz cada passo mais difícil e pesado. A dois passos dele a terra já muda até parecer uma poeira fina, mas intocada pelo vento. Como se nem isso pudesse existirno Sheol. "É aqui. Bem aqui." Ele anda um passo longo bem na borda do lugar já parece mais fraco. Ele faz um sinal para Shaw chegar mais perto. Era estranho ver ele daquele jeito. De uniforme formal. Medalhas no peito. Uma pistola na mão e mesmo assim nenhuma agressão.
O cahalith espera até Shaw se aproximar. Espera até ele poder ver o que a árvore esconde. Não é nada impressionante. Umas pedras. Três delas no chão. Marcadas com garras. "É aqui." ele fala na primeira língua. "Se fechar os olhos vai ouvir. Todo ano, nesse dia. Os anos da lua. Dá para ouvir eles uivando com a gente." A voz dele tem uma emoção inesperada. Uma profundidade que parecia impossível para ele. "Ela. Você nunca vai saber, eu sei que não. Mas vai ouvir ela de novo. Nunca ouviu ela assim." Ele empurra a arma para Shaw. Tem uma solenidade que cai bem no desgraçado. A fúria contida. A revolta presa dentro daquele movimento controlado.
"Não era para ninguém saber. Eu teria contado mesmo assim, mas eu não sabia quem você era. Todo ano nós cinco voltamos aqui e ouvimos. É só isso. Os uivos e a dor. As lembranças." Ele respira fundo. A voz diminui de volume. "Eu achei que ninguém nunca ia chegar aqui, mas ironicamente foi pra que trouxeram os ultimos fantasmas* de Dover." Ele olha para dentro do Sheol. O rosto bronzeado bonito demais no sol. Tanto que dá vontade de arrancar a pele com os dentes. "Os ossos deles tão ali. Eles ouvem ela de novo todos os anos e eu acho isso certo. Eles são silêncio para sempre. Um pedaço dela não vai morrer. " Ele não olha mais para Shaw, ele encara os ossos na poeira que é o Sheol. Os olhos fixos neles.
*Fantasma: termo coloquial para Aqueles que Caçam nas Trevas
O cahalith espera até Shaw se aproximar. Espera até ele poder ver o que a árvore esconde. Não é nada impressionante. Umas pedras. Três delas no chão. Marcadas com garras. "É aqui." ele fala na primeira língua. "Se fechar os olhos vai ouvir. Todo ano, nesse dia. Os anos da lua. Dá para ouvir eles uivando com a gente." A voz dele tem uma emoção inesperada. Uma profundidade que parecia impossível para ele. "Ela. Você nunca vai saber, eu sei que não. Mas vai ouvir ela de novo. Nunca ouviu ela assim." Ele empurra a arma para Shaw. Tem uma solenidade que cai bem no desgraçado. A fúria contida. A revolta presa dentro daquele movimento controlado.
"Não era para ninguém saber. Eu teria contado mesmo assim, mas eu não sabia quem você era. Todo ano nós cinco voltamos aqui e ouvimos. É só isso. Os uivos e a dor. As lembranças." Ele respira fundo. A voz diminui de volume. "Eu achei que ninguém nunca ia chegar aqui, mas ironicamente foi pra que trouxeram os ultimos fantasmas* de Dover." Ele olha para dentro do Sheol. O rosto bronzeado bonito demais no sol. Tanto que dá vontade de arrancar a pele com os dentes. "Os ossos deles tão ali. Eles ouvem ela de novo todos os anos e eu acho isso certo. Eles são silêncio para sempre. Um pedaço dela não vai morrer. " Ele não olha mais para Shaw, ele encara os ossos na poeira que é o Sheol. Os olhos fixos neles.
*Fantasma: termo coloquial para Aqueles que Caçam nas Trevas
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
"Quebra Correntes, Coração de prata, eu, Uivo Longo e Morte Cinza. Os food últimos não correram com ela. Mas somos alcateia e eles vem em homenagem todos os anos." Ele se afastar um passo. "Ninguém vai te julgar se uivar também. De olhos fechados você vai ouvir. Sempre me da arrepios. É o único dia do ano e vai continuar sendo enquanto as pedras estiverem aí. As marcas na arma não foram ela que fez. Mas foram frutas para ela. A arma foi um fetish para punir um transgressor, a punição já acabou. " Ele se afastar mais um pouco. Olhando para o chão. Não, para as pedras. Esperando alguma coisa.
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Re: Edgar Shaw
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Re: Edgar Shaw
Shaw escreveu:Quebra Correntes também continua vindo?
Ele só sacode a cabeça dizendo que sim. Solene e sério. "As marcas são os nomes e as nossas lembranças mais fortes. Elas dão vida a voz dos mortos uma vez todos os anos. Você vai ouvir mais de três uivos, são nossos e vão morrer conosco se não marcarem pedras para nós aqui. Elas duas e o Recruta." Ele disse de um jeito que Shaw sabia ser um nome. "Recruta". "É, prata também. Uma dessas balas tá no Krantz até hoje, dava pra tirar, mas sabe como os luas crescentes são. Cheios de símbolos e significados para tudo."
Edgar Shaw fecha os olhos. As memórias dá mãe vivas na mente. Ele propositalmente caminhava por elas. Se forçava entre elas. O cheiro, os cabelos, a voz, as mãos, as brigas, as histórias, a alegria, o modo como ela aproveitava cada momento que ela tinha e não tinha medo de nenhum inseto e nenhuma pessoa. Mas essa não quem ele encontraria ali. Não totalmente. Ali estava Sortuda que era a mãe que ele conheceu, mas mais. Era também parte da mais antiga das tribos. Assim como ele.
Parecia que nada ia acontecer, mas lá estavam eles. Os uivos. Ele quase abriu os olhos para procurar. Quase. Os uivos cresciam em volume. Não, proximidade. Ele sentia tão perto. Vibrando nos pelos. Reverberando em seu peito. Tão perto. Tão alto. Tão real. Aquilo fazia os músculos dele lutarem contra a vontade. Ele queria abrir os olhos e olhar para ela porque ela tinha que estar ali, bem na frente dele. Ele não sabia qual dos uivos era exatamente o dela. Mas sabia que ela estava lá. Ele sentia como se pudesse tocá-la se esticasse a mão. Como se pudesse sentir o seu cheiro se tivesse coragem de respirar.
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